Dando continuidade à nossa cobertura do SC METAL FEST, ainda na noite de sábado, O SubSolo teve a oportunidade de conversar com a headliner da noite, a Fire Strike.
Minutos antes do show, Aline, Henrique, Edvan, Hellywild e Alan bateram um papo super descontraído conosco, falando sobre suas vidas pessoais, carreira, e os planos da Fire Strike para o ano vindouro. Vamos lá?
Minutos antes do show, Aline, Henrique, Edvan, Hellywild e Alan bateram um papo super descontraído conosco, falando sobre suas vidas pessoais, carreira, e os planos da Fire Strike para o ano vindouro. Vamos lá?

Fala pessoal! Primeiramente, quero dizer que pra mim é um prazer estar conversando com vocês hoje, então vamos nessa: Em maio desse ano vocês divulgaram nas mídias sociais o retorno da banda após um hiato. Qual a importância desse período “parado” pra banda? O que mudou de lá pra cá?
Hellywild: Na realidade, a gente não ficou parado, a gente finalizou uma turnê, a gente fez quase 3 anos de turnê, do Lion and Tiger (EP) e, nesse momento, a gente não parou, o que a gente estava fazendo era gravando o novo CD, compondo, finalizando as composições e gravando. A gente também teve uma mudança de baterista, o que acabou atrasando algumas coisas também, mas parados parados, não (risos).
Aline: Nós demos uma acalmada nos shows por que a gente não conseguia finalizar as composições, por que quando vamos compor, já temos pouco tempo, por que todo mundo trabalha e tudo mais, então precisamos nos reunir no fim de semana pra poder compor e precisávamos desse tempo já que quando temos que ensaiar pra fazer show, aí não dá tempo pra compor e tudo mais… Então nós precisávamos desse tempo, mas não que a gente tenha parado, a gente tava compondo, gravando e terminando o CD.
Henrique: Eu acho assim: esse tempo que nós ficamos afastados das mídias e tudo mais, foi um período que usamos pro amadurecimento da banda, na verdade. Durante esse período, eu sinto que amadurecemos, não só em relação ao som, mas também a própria postura e a forma de encarar a banda. Serviu pra isso também…
O som de vocês tem bastante influência da NWOBHM, o que, apesar da qualidade, não é tão popular aqui no Brasil. Como a Fire Strike se inseriu no underground com esse som? E como o público underground recepcionou esse som “não tão comum”, já que os festivais são mais acostumados ao som extremo, ao menos aqui em Santa Catarina.
Hellywild: Nós sempre curtimos o Heavy Metal, e aí decidimos fazer nosso som nessa linha, bem no começo da banda. Nós começamos a tocar e a se dedicar nas composições e, cada vez mais, vimos a aceitação do público, foi basicamente isso. O público aceitou a gente legal por que fazíamos um som de qualidade, e aí foi evoluindo e agora no CD tá muito legal, muito melhor do que tava no EP, então só temos a melhorar cada vez mais, pelo menos esse é o nosso ideal.
Certo, e pra vocês, quais as maiores inspirações e influências da banda no quesito “sonoridade e estilo”?
Henrique: Vish… Essa pergunta é meio difícil (risos), por que cada um tem um pouco. Mas assim, a gente tem mais ou menos algumas coisas em comum, que eu acho que seriam os principais: Iron Maiden, Judas Priest, Saxon, Grim Reaper, que a Aline gosta bastante do Steve Grimmett que é uma grande influência. King Diamond, Mercyful Fate que o Edvan gosta bastante, e algumas outras coisas, Savatage… Dentro do Heavy Metal e dessas bandas dos anos 80 tem muita coisa que a gente escuta. Tem também o Hard Rock… É bem amplo na verdade, cada um tem um pouquinho de particularidades nas influencias, mas o comum é mais ou menos é este caminho que falei. Acho que isso consegue refletir bem no som e na proposta. A gente não tenta copiar nada, mas é claro que existe uma influência. Você percebe algumas coisas, até por que a gente cresceu ouvindo isso então não tem como não remeter àquilo que foi feito. Mas não tentamos copiar o que foi feito naquela época, só que pela influência, acaba soando como soava naquela época.
Um ponto bem característico da Fire Strike é o fato de ter uma mulher como vocalista. Aline, você alguma vez já passou por alguma situação embaraçosa por causa disso – ser mulher? Ou algum tipo de excesso? Pergunto por que infelizmente ainda existe um certo preconceito com mulheres em bandas de metal. O que você(s) acha(m)?
Aline: Uma vez, inclusive foi no show de estreia do Henrique, em Guarulhos. Teve uma outra banda, que eu não vou citar o nome pra não ficar chato, mas que quando a gente desceu do palco começou a falar coisas, gritando. Falaram coisas obscenas e não foi legal. Mas também foi a única vez que eu me recordo em relação à um abuso.
Henrique: Teve algumas outras vezes, mas isso foi mais no início, quando a gente tocava com bandas de vários estilos. Depois de um certo tempo houve um aumento nas bandas de Heavy Metal, uma cena um pouco maior. Mas lembro que quando tocávamos com bandas de vários estilos tinha uma certa resistência, mas isso foi no início, quando entrei na banda, em 2010, por ai. Até por que a gente tocava em alguns lugares em que não tínhamos muito espaço, então fomos conquistando nosso espaço.
Aline: Ultimamente, acho que o pessoal está aceitando e está tendo mais mulheres no metal, então eu acho ótimo.
Henrique: Hoje, eu não consigo ver desrespeito ou desaprovação pela figura da Aline. É claro que tem gente que às vezes não gosta do som, mas é uma questão pessoal, então tudo bem.
Edvan: Mas ultimamente mesmo os que não gostam estão respeitando, o pessoal tá respeitando bastante. Tipo, “eu não gosto da banda por que não gosto do vocal, ou timbre ou coisa assim”, mas não falta com respeito.
Hellywild: Mas claro que assim, isso deve-se ao fato de que hoje nos temos várias outras bandas com garotas representando o metal tanto no Brasil quanto no resto do mundo que vem conquistando o respeito e isso ajuda muito na verdade.
Praticamente junto com o “retorno”, vocês anunciaram o novo álbum “Slaves of Fate”, como tem sido a divulgação do álbum?
Hellywild: A gente se reunia pra compor e aí, na maior parte, foi uma reunião minha e do Henrique pra compor as coisas, o que costumávamos fazer mais na minha casa. Pra compor as letras foi a mesma coisa. Muitas vezes um compõe, o outro compõe e acaba trazendo pro grupo e depois é só reunir o que a gente acha bacana e montar as músicas.
Primeira vez em Santa Catarina? Sendo uma das headliners do festival, o que vocês esperam (ou acharam) do público catarinense?
Hellywild: Sim, a primeira vez. A expectativa é destruir tudo (risos).
Aline: Tô muito nervosa (risos) Sou muito ansiosa. Então, antes do show, eu fico “não vejo a hora, não vejo a hora”, e depois que passa, fica tudo tranquilo (risos).
Edvan: Na hora do show, a gente esquece tudo e aproveita o momento (risos).
Henrique: Eu acho que tem um peso por que entramos como headliner de um evento grande e já respeitado. E grandes bandas tocando junto com a gente dá um frio na barriga. Temos uma responsabilidade que a gente fala “pô, a gente precisa quebrar tudo e fazer um baita show pra compensar a vinda”, ainda mais que viemos de longe, precisamos fazer valer à pena pro pessoal que está aí.
Aline: Nós nos sentimos muito satisfeitos quando sai tudo redondinho e o pessoal gosta. Então é recíproco, se a gente tá fazendo uma coisa legal e o pessoal tá curtindo lá embaixo, então a energia vai e volta.
E 2018, quais os planos da banda pro ano que vem?
Hellywild: Pretendemos lançar um clipe, que provavelmente vai sair no começo de 2018. E provavelmente a gente lance um single, e conseguirmos terminar as musicas que já temos encaminhadas em relação ao próximo play, aí talvez no final do ano a gente já consiga lançar outro disco.
Henrique: E seguir divulgando o novo CD, até por que como nós lançamos ele agora fim do ano, decidimos sair pra divulgação no ano que vem, já que em fim de ano é um pouco complicado. Então nós pretendemos sair por aí pra cima e pra baixo divulgando o novo CD. O pessoal as vezes também cobra a gente “quando vocês vem tocar aqui, o novo CD ficou legal”.
Pro público que está conhecendo o som de vocês, o que esperar de Slaves of Fate?
Aline: Muito Heavy Metal e é isso ai (risos). Só coisa boa!
Hellywild: Melhor definição. (risos). Tentamos melhorar o máximo os deslizes que a gente teve. Tentamos melhorar o trabalho no geral, tanto na gravação, já que o primeiro CD foi gravado em casa, eu e o Henrique mixamos e produzimos, foi uma coisa muito independente. Então passamos a pensar melhor pro lançamento pro primeiro Full Lenght. Estávamos num show e o Ivan Busic do Dr. Sin convidou pra gravar e a gente aproveitou a oportunidade e juntou tudo. Já era a intenção fazer um trabalho muito melhor gravado e mixado, e nós aceitamos e ele fez a produção. Então melhorou todos os aspectos. E aí a gente deu o nosso máximo.
Henrique: Pra quem for pegar o CD agora e ouvir, pode esperar um Heavy Metal bem clássico, bem tradicional, sem tentativa de inovação do que o Heavy Metal propõe. Mas nós tentamos fazer de uma forma que fosse gostoso de digerir, que as músicas não soassem cansativas ou chatas. A sensação que eu tenho é que, é claro que é um álbum da minha banda, até meio prepotente falar, mas quando eu ouço de maneira imparcial, é um trabalho gostoso de ouvir, e você ouve e nem percebe que acabou. Você fala “nossa, acabou o CD, que legal, vamos ouvir de novo” e é o que o pessoal fala pra mim e eu também sinto isso. É o que o pessoa pode esperar, um trabalho coeso.
Pessoal, muito obrigada por essa entrevista! Pra encerrarmos, poderiam deixar um recado pros fãs catarinenses e pros leitores do blog O SubSolo?
Aline: Só temos a agradecer, que eles continuem ouvindo Fire Strike, apoiando a gente e comprando nossos CDS, nos convidando pra tocar, indo nos shows…
Hellywild: São vocês que fazem a gente se mover, então nós sempre pensamos no nosso público. Sempre tentamos inovar pra agradar nossos fãs.
Henrique: Pros leitores do site agradecer e também parabenizar o trabalho de vocês do blog, por que a gente sabe que nos como banda o trabalho é difícil, mas como mídia sabemos que também é difícil. Então o pessoal que lê e apoia, não apoia só a banda, mas a mídia e faz a roda girar. Então agradecemos aos leitores e pedimos que continuem apoiando o pessoal da mídia underground, por que isso ajuda não só as bandas. É o conjunto da obra que faz as coisas acontecerem.
Pergunta bônus: E quem quiser adquirir material o material de vocês, como faz?
Aline: Pelo facebook, “Fire Strike band”, pode mandar mensagem inbox. Às vezes a gente demora pra responder, por que nem sempre estamos direto por causa da correria. Mas nós sempre respondemos. Ou se alguém tiver contato de alguém da banda pode mandar mensagem que a gente envia. Valeu!
SIGA A FIRE STRIKE NAS REDES SOCIAIS