O cenário do Black Metal emergiu envolto em controvérsias que ultrapassavam as simples polêmicas satanistas. Chegou a abarcar a queima de igrejas na Noruega, onde esse estilo musical encontrou seu terreno fértil.
Dentre os diversos conjuntos surgidos nesse contexto, o Mayhem destacou-se como pioneiro e também um dos mais impactantes. Em 1991, o vocalista Per “Dead” Ohlin cometeu suicídio, levando a banda a utilizar imagens gráficas do trágico evento como capa de um álbum ao vivo.
No entanto, foi há exatamente 30 anos, no dia 10 de Agosto de 1993, que o tom sombrio atingiu um nível ainda mais profundo. O guitarrista Øystein “Euronymous” Aarseth foi assassinado por um ex-membro da banda, Varg Vikernes, também fundador do Burzum. Essa história foi adaptada para o cinema com o filme filme Lords Of Chaos, dirigido por Jonas Åkerlund e lançado no ano de 2018.
Vikernes desferiu 23 facadas em Euronymous. Especula-se que o motivo tenha sido uma disputa de poder e questões financeiras, embora Euronymous não fosse exatamente apreciado. Jørn “Necrobutcher” Stubberud, o primeiro baixista da banda, chegou a comentar que não o matou apenas porque Varg “se adiantou”.
O evento foi uma oportunidade para a polícia local, que já investigava Vikernes por incêndios em igrejas. Ele foi detido e acabou sendo solto somente 16 anos depois, período durante o qual produziu vários álbuns do Burzum na prisão.
Desde então, a cena adquiriu uma conotação ligada a esse incidente, e até hoje Varg Vikernes é associado a ideologias como a supremacia branca e o conservadorismo. Ele reitera constantemente que não se arrepende do homicídio, alegando ter agido em “legítima defesa”, pois acreditava que Euronymous planejava matá-lo.
Indubitavelmente, 10 de Agosto de 1993 marcou um triste dia para o universo da música extrema. Entretanto, é também positivo refletir sobre os vários outros grupos ligados a essa cena ou influenciados por ela, que souberam aprender com os erros do passado.
