Início Colunas #40 De músico para músico: Banda homônima, e agora?

#40 De músico para músico: Banda homônima, e agora?

Nesta edição de número 40 da coluna “De músico para músico”, resolvi fugir um pouco do tema pandêmico e entrar num assunto um pouco diferente e aproveitar esse tema que eu esbarrei numa rede social. Como agir quando o nome escolhido para a sua banda simplesmente já existe?

O caso é mais comum do que imaginamos: A banda seleciona um nome e……. acha (ou é achada por) outra banda com o mesmo nome e agora precisamos resolver a situação!



Vamos dividir o caso em partes para as soluções sugeridas serem mais interessantes.

Parte 1: A escolha

Quem participa de alguma banda desde o início sabe bem como é sofrido escolher um nome. Tem votação, tem briga, tem convicções quebradas, tem bagunça, enfim, é algo muito cruel!

Aí a banda consegue definir, depois de infindáveis reuniões e diversos olhos roxos………..

Zorbaçuada, a banda mais incrível da sua rua!

VIVA!

Parte 2: A divulgação

Incrível, temos um disco gravado, estamos trabalhando na divulgação e investindo pesado no merchan!

Teremos shows imensos neste ano e acabou de chegar o carregamento de bichinhos de pelúcia temáticos!

Gastamos cerca de 1200 dólares em material!

Parte 3: A queda

Eis que temos o flyer de nosso primeiro show e com ele chegam pedidos de amizade em rede social, pessoas novas nos chamando e……

……. “Olá pessoal da Zorbaçuada, somos uma banda da República Federativa de Zorbalândia e usamos o mesmo nome escolhido por vocês, temos nosso registro desde 1964 e precisamos conversar, me passe seu icq?

Pois é…. a coisa é mais ou menos assim, só que não pelo icq….

Nestes casos o problema pode ser resolvido de forma amigável e pode até gerar um contato novo. O problema maior é gerado quando a situação não é tão amigável.

Obviamente existem prejuízos com material impresso, artista de capa e todo e qualquer item relacionado com a banda.

O caso pode ser desenrolado com a banda homônima de diversas formas. O ideal seria a troca do nome e um pedido de desculpas com um sincero: “Sentimos muito pelo ocorrido e agradecemos a cordialidade, o novo nome da nossa banda é SuworTheZorba e segue em anexo nosso álbum digital para que conheçam nosso trabalho”.

Seria lindo se fosse assim, né?

Vamos pensar em como fugir dessa situação:

Sempre pesquisar o nome escolhido em todos os canais possíveis (poxa vida, estamos na era da informação e temos acesso aos melhores mecanismos de busca);

Mesmo se seu nome já existir, vale refinar a pesquisa para descobrir se a banda homônima ainda está ativa, vai que….;

Ter alguns nomes para trocar caso este já exista;

Ser cordial no caso de mesmo tendo tudo em ordem, cair no problema acima.

O problema pode ser pensado e resolvido também com o argumento de estilo totalmente diferente.

Neste caso, pode haver uma separação de gênero que faça com que uma banda não atrapalhe a outra, porém, é sempre bom e inteligente fugir disso, afinal, nunca se sabe qual o tipo de situação você pode enfrentar se for confundido com outra pessoa.

Basicamente, a conclusão é que se você souber conversar de forma amistosa com a banda que lhe contatar, com certeza ambos sairão da situação com tranquilidade e até mesmo com um apoiando o outro.

Faça sempre o registro oficial do seu nome, marca, músicas e arte.

Tenha as pesquisas documentadas para provar que as fez, isso pode acalmar os ânimos de uma conversa acalorada.
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O tema da coluna foi alimentado por uma postagem em rede social onde as bandas Necronomicon, da Alemanha e do Canadá estavam sendo comparadas e analisadas, então resolvi contar aqui o caso que ocorreu com o InSoulitary, banda em que eu sou tecladista.

Quando lançamos nosso primeiro single, uma banda Turca nos contatou com toda a educação e formalidade possíveis e expôs que estávamos usando o mesmo nome, Soulitary. Sendo assim, os caras nos provaram que eram mais antigos e nos disseram que haviam parado com a banda, porém, por haver um disco gravado, poderiam nos atrapalhar.

A solução veio em adicionar o “in” ao nome e nós pedimos a aprovação dos Turcos, que prontamente nos apoiaram.

Nem sempre o contato é assim amigável ou solúvel, mas tivemos sorte de encontrar pessoas de bem na nossa jornada.

Sejamos pessoas melhores a cada dia e vamos em frente!

Até a próxima.

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.