Começando a apreciação pela capa, me lembrou algo de videogame, um cenário meio tumba, meio dungeon, bem bacana, um traço que remete a desenho animado. Eu gosto muito! No meio tem uma piscina de (ácido) algo verde e no canto inferior direito podemos ver um bode tocando uma guitarra como se fosse um violoncelo, usando um osso como arco. Curti demais!
Iniciando o disco, Névoas de ácido, intro clean, entrando numa linha mais arrastada, stoner. Tenho admiração por bandas que se propõe a compor em português, o nosso idioma é realmente complexo para encaixar em linhas agressivas de rock/metal. A música segue nesse ritmo mais Stoner e chega a baixar mais o bpm, puxando mais o peso. Senti a voz um pouco afetada por efeitos, quase craquelada, mas combina com a proposta e apesar de sentir um pouco abafado, está gostoso de ouvir.
Faixa 2 – Mórbido, som que começa com bateria e entra num riff bem pesado e mais rápido que a música anterior. Logo o bpm cai bastante, estamos no Stoner, pesado e lento. Este som tem mais instrumental, mais riffs, menos voz. É bem legal a maneira que as transições acontecem. Destaque para a bateria que está bem evidente na mix e totalmente controlando a música, baterista bem consciente.
Seguimos com Existência e rola uma intro com phaser/flanger bem interessante, meio espacial! Continuo achando a voz muito baixa e escondida, mas o som segue bem, a guitarra só perde o efeito no refrão e isso faz com que o peso venha mais forte, curti a mudança.
Angústia começa com o baixo e rola um discurso em inglês junto, ficou interessante. Muito legais as escolhas de timbre para a guitarra em cada som, foi tudo bem pensado. A timbragem acompanha a temática, eu gosto disso, demonstra um esmero para cada composição. Senti um pouco mais de eco na voz fazendo com que o volume seja um pouco maior, gostei mais assim.
Faixa título, Podridão, começamos o som com um baixo soando levemente diferente também, todos os timbres foram pensados individualmente para cada faixa. O bpm desse som é gradativo, a sensação da música é crescente e no refrão temos o breakdown novamente. Bem legal como a música flutua pelo andamento e te deixa pensativo sobre o que virá a seguir.
6- Quase no fim do disco, Arcturianos tem uma intro que parece programa de rádio falando sobre invasão alienígena ou algo assim seguida por uma guitarra que parece buscar algo entre interferência de rádio e Tom Morello. Viemos de duas músicas bem longas, esta será um pouco mais curta e, eu fiquei esperando a voz, mas é só na intro que temos vocal, depois é instrumental. Destaque para o baixo distorcido no riff final, gosto bastante desse baixo mais sujão assim!
Para finalizar, temos Caximbo, um som que começa com uma atmosfera gerada pelo baixo distorcido que eu gostei na faixa anterior. Essa música promete ser mais longa que as outras, dá pra ouvir uma guitarra carregada de efeitos, flertando com uma cítara ou algo assim, dá pra viajar bem com a música. Mais pro meio do som rola um aumento de bpm, tudo fica mais pesado e evolui até cair novamente. O solo rola de forma ruidosa, atmosférica e etérea, é diferente do esperado.
Em suma, o disco é uma boa viagem, um álbum para colocar e esquecer da vida. Os quase 75 minutos do disco com 7 faixas passam de forma tranquila, vale a apreciação.
Com certeza existem detalhes especialmente no vocal que poderiam ter favorecido um pouco mais, porém quando analisado que o vocal é também baixista, podemos pensar de uma forma diferente e entender que o foco estava no baixo, que por sinal está muito bacana.
A versatilidade de timbres, o cuidado em selecionar um para cada som, o detalhamento com certeza faz com que a audição fique mais prazerosa.
Formação :
Henrique Pereira – Baixo / Voz
Mateus Varela – guitarra
Thiago Granetto – Bateria
Tracklist:
1- Névoas de ácido
2- Mórbido
3- Existência
4- Angústia
5- Podridão
6- Arcturianos
7- Caximbo
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