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Entrevista: Vesperaseth (Campinas/SP)

Vesperaseth é uma banda de Doom/Death Metal Sinfônico formada na cidade de Campinas/SP.

A banda formada em 2013, tem três trabalhos lançados de forma independente, entre eles a demo Réquiem de 2016, o full-lenght Spectrophobia lançado em 2019 e o mais recente álbum Nebro.

Em seus temas líricos abordam temas como medo, morte, loucura, abandono, terror e fantasia sombria. Muitas letras inclusive são baseadas em contos de livros de renomados escritores. Confira nossa entrevista e conheça um pouco mais sobre a banda.

Obrigado pela disponibilidade, um prazer entrevista-los. O que inspirou a formação da Vesperaseth em 2013 e como a banda se desenvolveu desde então?

Naamã: Eu que agradeço a oportunidade desta entrevista, um prazer poder compartilhar um pouco da nossa história com vocês. O que inspirou a formação da banda foi a paixão pela arte, música e literatura e a vontade de explorar novas misturas dentro do metal.

Queríamos apresentar algo diferente e com personalidade. Sem seguir necessariamente uma fórmula ou rótulo preestabelecido.

Sobre a trajetória da banda e sua evolução, como a sonoridade da banda evoluiu entre os lançamentos da demo Réquiem, do álbum Spectrophobia, e do mais recente: Nebro?

Naamã: Foi uma evolução natural, dentro de nossas limitações fizemos o melhor possível para apresentar: Réquiem, nossa primeira demo, por mais que o trabalho apresente músicas mais atmosféricas e diretas, nota-se ali um flerte com outros estilos e subgêneros do metal. Com Spectrophobia, essas misturas são mais evidentes, exemplo nítido na música tema do álbum onde simplesmente deixamos o teclado de fora e apresentamos algo mais voltada ao Thrash/Death Metal, se distanciando das outras músicas.

Por sua vez, Nebro acrescenta um pouco do Groove e Prog que cabe totalmente em sua narrativa, sem deixar de lado as passagens sombrias e atmosféricas já apresentadas em Réquiem e Spectrophobia, a evolução de cada músico individualmente e como banda também interfere diretamente nas influências usadas no decorrer dos anos.

Quais novas experiências e influências vocês incorporaram em Nebro que diferem dos trabalhos anteriores?

Eric: Nebro foi um desafio do começo ao fim. As ideias foram todas passadas por Whatsapp devido o auge da pandemia. Finalizadas, o Naamã trazia as letras e encaixava nas músicas e posteriormente o Thiago fez toda a produção musical, então foram experiências muito exclusivas e inesquecíveis. Sobre as influências incorporadas em Nebro, que diferem dos trabalhos anteriores, podemos citar o Prog, o Groove e um pouco de Power Metal em algumas músicas.

Acredito muito que rótulos podem pressionar uma banda, mas gostaria de saber como as tendências de Prog Metal e as características da música do Oriente Médio se manifestam nas composições de Nebro?

Naamã: As tendências Prog e as características da música do oriente médio se encaixam perfeitamente na narrativa proposta deste álbum, e esse também foi o primeiro trabalho composto totalmente pela nova formação da banda, contando com a entrada do guitarrista Thiago Lima trazendo e agregando novas influências a pedido da banda, ajudando a moldar ainda mais nossa personalidade musical.

Uma curiosidade sobre o trabalho de vocês, o que levou a banda a escolher o terror “Lovecraftiano” e o misticismo gnóstico como temas centrais em suas letras?

Naamã: Já tínhamos flertado com essa ideia no álbum anterior, a música Sussurros nas trevas é baseada em um conto do escritor H.P Lovecraft. Com o passar do tempo e com as composições tomando forma, percebemos que essa narrativa de loucura do horror cósmico se encaixaria perfeitamente com os instrumentais que já tínhamos criado.

O misticismo gnóstico se deu por suas características similares ao horror lovecraftiano trazendo mais mistério e personalidade a temática.

As abordagens da banda me chamam muita atenção, de que maneira os escritores como H.P. Lovecraft e Edgar Allan Poe, influenciam a construção das letras da banda?

Naamã: Sempre fui muito fã de literatura, fantasia sombria e gótica. Escritores como Bram Stoker, Anne Rice, Stephen King, Mary Shelley, Alvarez de Azevedo, Edgar Allan Poe, H.P Lovecraft e muitos outros, acabam por influenciar minha escrita, seja propositalmente ou não, em alguns casos essas influências são totalmente planejadas e levam até o título de sua inspiração correspondente, outras vezes essas influências podem ser mais metafóricas e abstratas.

Composição é muito pessoal, sobre o que falar, como escrever e como se portar na temática da banda. Como vocês abordam temas pesados como: medo, morte e loucura, em suas músicas de forma sensível e artística?

Naamã: Nos orientamos pelo feeling de cada tema proposto, algumas músicas pedem letras e abordagens mais sutis e melancólicas enquanto outras precisam ser caóticas e confusas, algumas mais sombrias. Tentamos abordar tudo de forma poética, independente do tema.

Qual é o processo criativo da banda ao compor e como vocês colaboram entre si?

Eric: Quando temos um tema para compor trazemos nossas influências musicais e vamos montando a música ou riff de acordo com a atmosfera do tema escolhido como se fosse um quebra-cabeça.

Quando não temos um tema específico, vamos mostrando algumas ideias, podendo usá-las de momento ou não. Se não usamos, nós guardamos para alguma composição futura.

Antes de finalizar, podemos falar um pouco sobre planejamento? Quais são os planos futuros da banda em termos de novos lançamentos ou apresentações ao vivo?

Leandro: Lançamos dois singles este ano, Anjo Negro e Os Gatos de Ulthar. Com este último, encerramos essa fase Lovecraftiana. Temos ainda a previsão de lançar mais um single este ano e, posteriormente focar na composição do novo disco.

Já temos algumas ideias e pretendemos lançar ainda em 2025. Paralelamente, os shows continuarão e esperamos alcançar cada vez mais pessoas.

Queria agradecer pela disponibilidade. Deixo esse último espaço para deixarem uma mensagem para nossos leitores. Obrigado pela parceria!

Leandro: Nós quem agradecemos a oportunidade e o espaço. Gostaríamos de convidar os leitores a ouvirem os trabalhos que estão disponíveis nas principais plataformas de streaming e acompanhar nossas redes sociais.

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.