A banda se apresentou no dia 01 de dezembro de 2024, juntamente com os alemães do Heaven Shall Burn.
Jinjer, banda ucraniana de Metalcore com Progressivo, em turnê pelo Brasil, juntamente com o Heaven Shall Burn, finalmente chega a Curitiba. O show aconteceu em pleno domingo à noite, com muitas surpresas, principalmente para quem não conhecia tão bem as bandas.
Importante comentar a respeito do local da apresentação, excelente escolha para o tamanho do público. O Tork N´Roll fica próximo ao centro da cidade, facilitando o acesso do público, conta com praça de alimentação, lojas temáticas e é esteticamente, ótimo para as fotos do público. O acesso ao show foi tranquilo, bem organizado e com uma equipe de produção muito cordial. Ressaltando também a pontualidade de cada banda, os shows ocorreram sem atrasos, detalhe importante para um domingo à noite, onde a maioria das pessoas presentes teriam que trabalhar no dia seguinte.
Fim do silêncio: com muito Hardcore e Punk
Mas, vamos ao que interessa, a banda de abertura contou com os paulistanos do Fim do Silêncio. A banda, formada em 1999, mas retornou ao ritmo de gravações recentemente, conta com um Hardcore Punk da melhor qualidade.
A banda conseguiu levantar o público logo na primeira música, com os dois vocais alternados em muito gutural, bateria, duas guitarras e um baixista excelente. Com muito peso e letras de cunho social, os músicos sabem bem dominar o espaço do palco para não perder a atenção do público. Destaques para Fome, do EP de 2002, A Ferro e Fogo, e também do novo single, Plástico, Glamour e Corrosão, de 2024.
Inclusive, em postagem oficial da banda, somente elogios para o público de Curitiba, confira:
“Obrigado Curitiba. Depois de 25 anos, o Fim do Silêncio pôde entender o que é o público dessa cidade. Foi foda demais!!! Só temos que agradecer por toda a recepção que nos deram. Em 2025 com certeza nos veremos de novo.”
A explosão chamada Heaven Shall Burn
Logo na sequência, por volta das 20hs, sobem ao palco os alemães do Heaven Shall Burn, um petardo para os ouvidos. A banda conta com uma carreira bem consolidada na cena metal internacional, e também possui muitos fãs por aqui. Prova disso, foi que a pista premium e a normal ficaram abarrotadas.
Considerados uma banda de Metalcore, com um toque melódico, trazem a combinação perfeita para um som mais complexo e moderno. A formação atual conta com Marcus Bischoff (vocais), Maik Weichert (guitarra), Alexander Dietz (guitarra), Eric Bischoff (baixo) e Christian Bass (bateria).
O Heaven Shall Burn teve um setlist bem variado, com as melhores músicas da carreira da banda, formada em 1996. Desta forma, os músicos conseguiram agradar a todos os fãs, e surpreender aos que não conheciam.
A primeira música foi Endzeit, do álbum Iconoclast de 2008, responsável por elevar a banda na cena Metalcore. Já na sequência, um salto no tempo com Bring the War Home, de 2016. Vale ressaltar a movimentação dos músicos no palco, que é bem dinâmica, e a interação com o público sempre bem enérgica.
Convém ressaltar os altos da apresentação, com a execução de Übermacht e My Heart and the Ocean, ambas do álbum Of Truth And Sacrifice, de 2020. Em seguida, Hunters Will Be Hunted, de Veto, 2013 e finalizaram com Corium, do disco Wanderer, de 2016. Com muito carisma o vocalista conversa o tempo todo com o público e mostra muita alegria de estar no Brasil. Inclusive, em alguns momentos lembra muito Hansi Kürsch, do Blind Guardian.
Vale uma observação, com relação ao mezanino do local, onde consegue-se uma visão geral do palco e público. Assim pode-se ter uma bela noção dos detalhes da interação entre os presentes. Que inclusive, contou com alguns moshs e até Marcus Bischoff, que ao final do show, literalmente “foi para a galera”, sendo carregado por todos de volta ao palco.
Setlist – Heaven Shall Burn
- Endzeit
- Bring the War Home
- Übermacht
- Counterweight
- Hunters Will Be Hunted
- Voice of the Voiceless
- Behind a Wall of Silence
- My Heart and the Ocean
- Profane Believers
- Corium
O peso e a leveza do Jinjer
Finalmente o tão aguardado momento da noite, por volta das 21:30, a banda ucraniana Jinjer sobe ao palco ovacionada pelo público. As músicas escolhidas para o início do show foram Just another e Sit Stay Roll Over, ambas do álbum King of Everything, de 2016. Este disco foi produzido pela Napalm Records, e também é considerado o responsável por despontar o Jinjer mundialmente.
Jinjer é considerada uma banda bem diferenciada, com um estilo de Metal Progressivo, com elementos do Death Metal, Metalcore e Nu-metal. O grupo já está na ativa desde 2009, e a atual formação conta com Tatiana Shmailyuk (vocais), Roman Ibramkhalilov (guitarra), Eugene Abdiukhanov (baixo) e Vladislav Ulasevich (bateria).
O show segue, com casa cheia e público empolgado, graças aos músicos com técnicas excepcionais e da vocalista com seu estilo performático e a estética de suas roupas, combinando perfeitamente. O setlist segue com muitas canções incríveis, que vão do gutural Death ao melódico Progressivo e uma pitada de Groove.
Ainda vale ressaltar, que Tatiana utiliza uma plataforma montada em cima do palco, para fazer sua dança e movimentos que casam perfeitamente com o som da banda. As músicas são extremamente peculiares, oscilando de um extremo a outro do metal.
Antes da despedida, ainda seguem com as músicas: Someone’s Daughter, Kafka, Copycat, todas capaz de agradar a um público mais eclético. Mas como tudo acaba tendo um lado que deixa a desejar, a interação com o público foi um pouco morna. A impressão que fica é um pouco de distanciamento por parte da banda, apesar da apresentação excelente e profissional.
Finalmente, o grupo fecha com chave de ouro, com a maravilhosa Pisces, também do álbum King of Everything. Ao fazer um balanço do show, o resultado foi que valeu a pena ter conferido a banda ao vivo.
Entretanto a energia e simpatia do Heaven Shall Burn fez novos fãs e agradou mais no quesito “ao vivo”. No meu caso, que conhecia apenas algumas músicas das duas bandas, foi uma noite muito especial, onde os gêneros do metal se unem para inovar. A estética artística do Jinjer e a emoção e força do Heaven Shall Burn foram perfeitas. Sem esquecer da brasileira Fim do Silêncio, que dispensa comentários com sua performance e musicalidade.
Setlist – Jinjer
- Just Another
- Sit Stay Roll Over
- Ape
- Fast Draw
- Green Serpent
- Retrospection
- Teacher, Teacher!
- On the Top
- I Speak Astronomy
- Someone’s Daughter
- Kafka
- Copycat
- Perennial
- Rogue
- Pisces
Texto Paula Butter e fotos Vladimir Silvério