Todo evento que alcança sua marca de décima produção, é sempre especial. O Laguna Metal Fest faz parte da essência d’O SubSolo e nos fizemos presentes para tentar cobrir todos os detalhes para registrar esse momento, afinal, o Agosto Negro Produções não é apenas uma produtora e sim, um grupo de amigos que entre altos e baixos persistiram mantendo a chama do Metal acesa na região da AmuHell mesmo com todas as dificuldades.
Não por menos, o evento foi gigante como o esperado e estivemos lá para registrar esse momento junto à uma equipe dedicada e sedenta pela música pesada. Confira como foi o primeiro dia!
Becoming | Tributo a Pantera | Criciúma/SC
Para iniciar os trabalhos, a banda Becoming subiu ao palco do Laguna Metal Fest, trazendo um tributo à banda Pantera, para começar o evento já com muito Metal raiz e esquentar a galera nesse fim de semana que mal havia começado, e já prometia muita porradaria sonora.
A banda começou o show com A New Level e trouxe vários clássicos ao longo do show, como Cowboys from Hell, Becoming, Walk, entre outras. Destaque para 5 Minutes Alone, onde a performance parece ter atingido o ápice da apresentação, e o entrosamento da banda com o público aumentou, sendo visível a reação da galera, iniciando os primeiros moshs do fest. Assim como esse que vos escreve, que não perde uma oportunidade de invadir os palcos alheios, na sequência e encaminhando-se para o final, tivemos a participação de Erik Quinsler em dueto com o vocalista em This Love.
Formação
- Gustavo (baixo)
- Peterson (guitarra)
- Juan (bateria)
- Eduardo (voz)
Review Por: Sidney Oss Emer
Gritto Acidental | Metal Alternativo | Criciúma/SC
Quando fizemos a lista dividindo as bandas para review, pedi para ficar com a Gritto Acidental, estava curioso para ver a banda pela primeira vez, pois sempre achei que seria uma banda que se encaixaria perfeitamente no que eu gosto de ouvir, por fim – dito e feito.
A banda aparentemente mudou de formação, mas nada que interferiu na audição do que acompanhei de forma online. Executou um som experimental com toques do New Metal e do Metalcore; em muitas vezes consegui identificar umas pitadas de Deathcore enraizado na composição das músicas, essas que foram inclusive tocadas com muita vontade e esbordando energia no palco. A banda é conhecida por agarrar as oportunidades com unhas e dentes, e no décimo Laguna Metal Fest, não seria diferente.
Senti uma certa preocupação da banda em alguns trechos, mas sempre logo se resolvia e a marreta descia. Talvez a troca de formação possa ter ligação direta com essas brechas, mas era fácil notar a comunicação rápida entre os membros no palco, que enquanto o vocalista Allan executava sua parte, a dupla das cordas se aproximava ritmicamente do baterista para se encaixarem em suas execuções.
Achei que a banda tem uma criatividade muito boa e muito bem expelida em suas músicas próprias, que trazem características muito diferentes das outras bandas do festival, passando pelo Metal Moderno e dando umas passeadas pelo Metal Extremo no osso do negócio mesmo. Seja pelo vocal ou algo mais instrumentalmente agressivo, a banda conseguia se alternar entre partes groovadas e partes mais thrash, que fica até difícil de explicar de tão autêntica que foi toda a sua execução.
Não por menos, tem uma agenda robusta com passagens por outros estados. Vejo a Gritto Acidental com grande ascensão no cenário, caso o nosso público deixe os rótulos de lado e passe a curtir as bandas que estão ao nosso lado para fazer o de melhor: rolê com Metal de verdade, seja ele a vertente que for.
Formação
- Allan (vocal)
- Gabriel (guitarra)
- Lucas (baixo)
- Misael (bateria)
Texto: Maykon Kjellin
Fotos: Sidney Oss Emer
Eletromotriz | Southern/Stoner | Garopaba/SC
No mesmo ano que o site completa 10 anos de existência, encontramos a primeira banda que esse portal já resenhou em seus primeiros passos em 2015. Eletromotriz, de Garopaba, voltou aos palcos neste Laguna Metal Fest e, por incrível que pareça, o último show do quarteto foi em um O SubSolo Rock Festival, em meados de 2018, e de lá pra cá, muita coisa mudou.
Vale destacar que as músicas tiveram um andamento diferente, principalmente pela bateria de Sidinei, que além de mudar toda sua forma de tocar — que antes chamava à atenção pela bateria montada de uma forma mais curiosa e tocando como canhoto — adotou com os anos uma forma habitual de um destro para tocar. Foi impossível não notar a evolução e as viradas mais intensas, com mais notas adicionadas às músicas.
Entre o que não mudou, foi o visual de Kira (baixista), que sempre deixa todos admirados por tocar descalço – cria da Garopaba, não tem jeito! Completando a formação e as menções honrosas, Duds (guitarra) é como vinho: a cada ano que passa toca com maior facilidade, mais peso e a técnica é hipnotizante, assim como Misa (vocal), que continua naquela mesma pegada de não ficar parado no palco, sempre com sua camisa branca e calção florido, lembrando sua raiz capoeirista e sua presença de palco inconfundível.
Acho que se fosse para resumir toda a apresentação, a palavra perfeita, ao menos para mim, seria emoção. Tudo o que vem na memória quando você começa a se lembrar dos primeiros passos de um projeto que deu certo e de todas as primeiras bandas que acompanhou de outra forma vem à mente no mesmo instante. Presenciar ao vivo a execução de singles como Queda Livre, Serial Killer, Anomia e Até Quando Suportar traz à tona todo aquele sentimento de que toda a caminhada valeu a pena, que todo o amor e envolvimento com o cenário foi de grande valia.
O show foi pesado, impactando quem não conhecia a banda e acompanhava pela primeira vez. Com bons solos, casados com uma bateria que rufava como se fosse a última apresentação, baixo groovado no talo e vocais que berravam letras em Português, a Eletromotriz construiu um show cirúrgico e aposto que com muitos ensaios, pois eram metricamente perfeitos em cada detalhe. Era notório nas palavras, em meio às músicas, a emoção de toda “a raça”, como mencionava Misa nos microfones, em estarem juntos novamente em um palco, ainda mais em uma comemorativa de décima edição de um festival que já passou grandes artistas.
Formação
- Misael Furtado (voz)
- Quira (baixo)
- Dud’s (guitarra)
- Sid (bateria)
Por: Maykon Kjellin
Fotos: Sidney Oss Emer
Sepulcro | Death Metal | Florianópolis/SC
A quarta banda a subir no palco do Laguna Metal Fest foi a Sepulcro, de Florianópolis/SC, formada por Guilherme no vocal e baixo, Pedro Vargas na guitarra solo, Lucas Medeiros na guitarra base e Theo Marques na bateria. Apesar de terem surgido em 2022, a conexão com o público já é absurda. Desde as primeiras palhetadas, dava pra sentir o ar ficando denso. Um clima de funeral pútrido tomou conta do ambiente juntamente com o som sombrio utilizado de intro. O palco esfumaceado, mergulhado em luz vermelha, parecia um portal para o inferno.
Foi um espetáculo grotesco no melhor sentido da palavra. A banda não entregou só um show, mas uma verdadeira carnificina sonora. Os vocais cavernosos de Guilherme, intercalados com gritos de dor no backing vocal, rasgavam o ar como lâminas enferrujadas. A bateria de Theo soava como um corpo sendo esmagado. Os riffs vinham como serras elétricas cortando carne viva. O som era sujo, brutal. Death Metal na forma mais crua e visceral possível.
As influências são evidentes, com ecos de Cannibal Corpse, Deicide e Suffocation, mas com uma identidade própria que arrasta tudo pra um lugar ainda mais sombrio e diferenciado. O público parecia absorver cada nota como se fosse um ritual. Era visível nos rostos, nos olhos arregalados, o quanto a galera sentiu o impacto.
Sepulcro não só representou o Death Metal. Eles cuspiram ele com ódio, deixaram uma cova aberta no palco. Um som que dava vontade de rasgar a própria pele. Um show que fedeu a sangue e enxofre. Laguna ainda vai levar um tempo pra se recuperar.
Formação
• Guilherme (vocal, baixo)
• Pedro Vargas (guitarra)
• Lucas Medeiros (guitarra)
• Theo Marques (bateria)
Setlist
- Post Mortem Dreams
- Predators Evisceration
- Justified Imprudence
- Creed of Pain
- Carnivores
- Cut (com participação de Gregor Holmes nos vocais)
- Napalm Third Degree Burn
Review Por: João Kock
Fotos: Sidney Oss Emer
Horror Chamber | Death Metal | Canoas/RS
A banda de Death Metal Horror Chamber, formada em 2004 em Canoas/RS, fez uma apresentação brutal no Laguna Metal Fest, iniciando com a pedrada “The Unspeakable One”, faixa de seu último trabalho lançado em 2024. Logo no começo, ficou claro que a banda trazia um som pesado, com forte influência do Death Metal técnico e Brutal Death.
Já tendo assistido à banda antes, minha empolgação estava nas alturas — e, sem dúvida, eles não decepcionaram! As linhas de bateria estavam imbatíveis, com muito pedal duplo e a clássica “metranca”, criando uma base sólida e esmagadora. O vocalista soube alternar os guturais com médios e agudos, especialmente no final de algumas frases, intensificando a violência da música.
Quero destacar também a habilidade do baixista, que soube criar riffs que se encaixaram perfeitamente nas músicas, e a impressionante técnica de digitação das notas. Cada membro da banda exibia uma energia contagiante e uma presença de palco marcante.
Vi vários momentos em que o público se entregava à música, fazendo o que o metaleiro faz de melhor: banguear com toda a força!
Em uma parte do show, o antigo vocalista foi chamado ao palco para cantar algumas músicas da sua época na banda. Ele subiu com muito entusiasmo, apresentando guturais graves bem executados. Nesse momento, o vocalista atual e guitarrista teve a oportunidade de aproveitar mais a liberdade no palco, bangueando e se movimentando com mais intensidade.
Como fã de Death Metal, posso dizer que espero ver a Horror Chamber mais vezes. Eles realmente entregam uma combinação poderosa de brutalidade e técnica, mantendo o verdadeiro espírito do gênero!
Formação
- Paulo (voz, guitarra)
- Felipe (guitarra)
- Alan (baixo)
- Rafael (bateria)
Por: Rubia Domeciano
Fotos: Sidney Oss Emer
Deadnation | Death Metal | Tubarão/SC
A banda Deadnation, formada em 2016 em Tubarão (SC), subiu aos palcos no Laguna Metal Fest trazendo peso para o público. Iniciaram o show com o final da faixa Left Hand Path, da famosa banda Entombed. A música combina bastante com o estilo da Deadnation e trouxe grande sintonia ao início da apresentação.
Como uma apreciadora do Death Metal Old School, eu já estava aguardando ansiosamente o início do show. Os integrantes possuem ótima presença de palco e muita empolgação. Sempre que vejo uma apresentação da banda, fico de olhos brilhando, pois fazem jus ao Death Metal dos anos 80. Os instrumentos estavam muito bem alinhados e os “cadavéricos” a todo vapor.
Recentemente, entrou o novo vocalista William Bernardo, que vem entregando um ótimo trabalho desde que assumiu o papel. O vocal é sempre bem trabalhado, alternando entre guturais e médios durante a performance. Gostaria de destacar as expressões afrontosas que ele faz durante a apresentação, trazendo intimidação ao público (um diferencial que demonstra autenticidade).
Em certo momento da apresentação, a banda tocou a faixa Blood Spill, e pude ver uma grande parcela do público agitado com o riff contagiante da música. Eu diria que é uma das minhas preferidas! Eles também tocaram o novo single, Burned Alive, que traz uma pegada bastante Old School, com o HM2 no talo.
Gostaria de deixar nítido que, em nenhum momento, vi alguém parado nesse show. O público parece se conectar totalmente com o estilo da banda. Após a sétima faixa do repertório, a banda tocou um cover da banda sueca Dismember, clássico do Death Metal, que, segundo o vocalista informou no palco, trouxe muitas influências para a Deadnation.
Não poderia encerrar esse texto sem falar da bateria esmagadora, composta por metralhadoras sonoras e pedal duplo. As guitarras e o baixo trouxeram o peso que há de melhor. Fico muito feliz em ver shows como esse, pois mostram que o Death “raiz” ainda continua vivo, porém aprimorado com muito mais técnica e habilidade por parte dos integrantes!
Formação
• William (voz)
• Rafael (guitarra)
• Jefferson (guitarra)
• Franco (baixo)
• Gustavo (bateria)
Review: Rúbia Domeciano
Fotos: Sidney Oss Emer
Thou Shall Not | Heavy Metal | Curitiba/PR
Uma das bandas mais aguardadas da noite, e não por menos, uma das headliners do cast, Thou Shall Not, cujo nome já está mais do que consolidado no cenário Underground nacional, através do seu Heavy Metal enraizado em tradição, mas sempre com identidade própria. Logo nos primeiros acordes, um contratempo com o microfone e a bateria gerou um leve atraso na apresentação, mas que foi rapidamente solucionado pela equipe técnica, não comprometendo a experiência do público, que estava ávido por Heavy Metal tradicional.
A banda carrega a essência do Heavy Metal tradicional, com guitarras afiadas, vocais firmes e refrões marcantes, mas com alguns ingredientes a mais. Se prestar atenção direitinho, é possível observar os grooves do baixo levemente flertando com o Blues, além de fraseados e a construção das linhas rítmicas bastante características. E enquanto a cozinha mantinha o tempo e os graves, as guitarras e o nosso Bruce Dickinson brasileiro, Luxiahak, não moderavam nos agudos.
Para encerrar com chave de ouro, uma escolha clássica da banda, que tem dado muito certo, o cover da banda Heart (If Looks Could Kill), que mantém a pegada “rock” da versão original, mas com o peso característico da Thou Shall Not, e a galera pedindo mais.
Formação
- Ulysses (baixo)
- Sidney (bateria)
- Everton (guitarra)
- Luxiahak (voz)
Por: Sidney Oss Emer
Fotos: Sidney Oss Emer
Alkila | Thrash Metal | Laguna/SC
A oitava banda da noite foi a Alkila, da própria cidade de Laguna. Com uma longa trajetória na cena, a banda de Thrash Metal chegou no auge do festival em horário nobre merecido.
A formação contou com Renato Lopes (guitarra base e backing vocal), Jaison Jr (guitarra solo), Gustagrão (bateria), Rafael Spilere (baixo) e Erik Quinsler nos vocais. Assim que subiram, o palco já estava tomado por uma fumaça densa, dando uma sensação de apocalipse iminente. O clima era de guerra, e a banda aproveitou cada segundo disso.
Abriram com The Dead Call My Name, que apesar de não ser a mais nova da discografia, ainda carrega força de novidade dentro da história da banda. Erik comandou a frente com uma presença caótica, algo entre a loucura e a fúria, lembrando um Phil Anselmo no auge da insanidade. O cara parecia possuído, e isso puxava o público pra dentro do furacão.
A Alkila tem uma conexão direta com a plateia. Não precisa de firula, só solta o som e deixa o estrago acontecer. O mosh virou zona de impacto, com um bate-cabeça insano que entortaria qualquer pescoço. Vieram Ashes of This World, Madness e Scorched Land, essa última sendo o primeiro som com o vocal atual. A galera respondeu com energia total, mostrando que cada riff acertava no ponto e fazia todo mundo perder o controle.
No fim do set, rolou uma despedida marcante: Renato, membro fundador da banda e cabeça pensante por trás de boa parte das criações da Alkila, pegou o microfone pela última vez oficialmente pela banda. E cantou com uma mistura de raiva, peso e emoção. Encerraram com Arise do Sepultura e Symptom of the Universe, na versão do Sepultura, homenageando o falecido Ozzy Osbourne.
Foi um show porrada. Seco, direto, emocional. Um daqueles momentos em que tudo faz sentido dentro do caos.
Formação
- Renato Lopes (guitarra, backing vocal)
- Jaison Jr (guitarra)
- Gustagrão (bateria)
- Rafael Spilere (baixo)
- Erik Quinsler (voz)
Review Por: João Kock
Fotos: Nathaly Julian
Finita | Dark Metal | Santa Maria/RS
Finita sobe no palco às 22:00 em ponto, com um clima fúnebre: a intro Womb of Night trazia um prelúdio para a valsa dos mortos. A visão que tínhamos dos músicos era apenas de seus vultos, em contraste com a luz baixa e o vapor que subia lentamente ao redor de seus corpos.
Lucifer’s Empire abre o show e já mostra o diferencial da banda: a vocalista Luana contrasta seu vocal lírico com altíssimos alcances, junto com variações vocais que, além dos screams mais agudos, traziam um growl gravíssimo, que sinceramente me deixaram boquiaberta, pois é uma característica vocal muito incomum para mulheres, devido às questões fisiológicas e às diferenças anatômicas.
Além da linha tradicional de baixo, guitarra e bateria, a banda também conta com um tecladista, que faz muita diferença na sonoridade, trazendo ainda mais atmosfera e toque vampiresco às músicas.
A apresentação é toda teatral e performática, e todos os músicos, além de muito competentes, são muito bem caracterizados, com corpse paints bem elaborados e roupas pretas imponentes. A vocalista, para complementar, usa uma lente completamente branca, que faz seus olhos brilharem de forma enigmática.
O show cativou o público, que demonstrou seu apreço pela Finita, e também havia muitos fãs que cantaram as músicas junto na maior parte do espetáculo! No geral, foi uma grande apresentação, que agradou até os menos chegados nesse estilo mais teatral. O show encerra com a música Witch’s Laugh, às 22:40.
Formação
- Luana (voz)
- Pablo (bateria)
- Allison (baixo)
- Portela (guitarra)
- Guilherme (teclado)
Review por: Luana Ouriques
Fotos: Nathaly Julian
Voorish | Black Metal | Florianópolis/SC
Quem ainda não conhece o trabalho da Voorish pode estranhar um pouco a longa introdução, a princípio. Por que, afinal, aqueles tambores se repetem por tanto tempo? A resposta vem logo a seguir, com Pray, que é uma paulada de Black Metal nacional do melhor tipo. O contraste entre a complexidade no ponto certo e o clima criado pela introdução sombria é o exato ponto em que a Voorish pretende nos levar. Esse clima será quebrado mais pra frente, mas não nos adiantemos.
A banda presta continência aos medalhões do estilo, como Dark Funeral e Immortal, mas aos ouvidos mais cuidadosos, a brasilidade se faz presente em diversos momentos nos ritmos e nas criativas guitarras de Dolorthornus. É muito interessante como a guitarra pode soar bem definida, mas com peso e brutalidade que o estilo pede. Mas as interessantes guitarras de Dolorthornus só têm a possibilidade de soar da forma que soam porque têm o suporte de uma cozinha muito coesa, formada por Scepticismi Defensoris (baixo) e Umbra Entitatis (bateria).
Outro grande destaque é o vocalista Devil from Chaos, que possui uma performance bastante intimidadora e magnética, por mais contraditório que isso possa parecer. Em Dark Ages, com a participação de Willian Bernardo (Deadnation), o Black Metal da Voorish passa a ter um sabor de Death Metal, interessantíssimo e bastante moderno para os padrões da banda. O entrosamento entre os vocalistas é inspirador e preenche a música de uma forma muito inusitada.
Todo o clima fúnebre e sinistro criado pela banda se acentua de forma curiosa, pois estávamos vendo ali a última vez que aquelas músicas seriam executadas, sendo que a Voorish passará por uma reformulação, com músicas novas. Para uma banda que apresentou tantas coisas boas em seu primeiro disco, fica uma imensa (e mórbida) curiosidade para o segundo.
Formação
- Scepticismi Defensoris (baixo)
- Umbra Entitatis (bateria)
- Devil from Chaos (voz)
- Dolorthornus (guitarra)
Review por: Gregor Holmes
Fotos: Nathaly Julian
Metal Gods | Tributo Judas Priest | Florianópolis/SC
Não existe glamour no Underground. Fato. Talvez a maioria de nós já saiba disso, mas o que nem todos enxergam é o esforço, o estresse e o apavoro que, às vezes, cada um de nós passa para fazer as coisas acontecerem. Uma banda que perde o vocalista faltando uma semana para um show importante geralmente cancelaria a participação e faria uma nota pesarosa no Instagram. Mas não a Metal Gods. Esses caras prestam tributo, não só a um dos pilares do Heavy Metal, mas à banda que conseguiu substituir o Metal God, Rob Halford, o mesmo homem que foi capaz de salvar um show do Black Sabbath em um dos momentos mais inacreditáveis da história recente do Rock.
Para a vaga, os caras recrutaram Giuliano Schmidt, vocalista da Syntz, que reúne a quantidade exata de talento e maluquice. Fechando a noite de sábado, a Metal Gods iniciou seu set com a clássica dobradinha Electric Eye e Metal Gods, colocando todos os presentes para cantar. Demonstrando técnica apurada e uma presença de palco muito boa, a banda seguiu para Hell Patrol, All Guns Blazing e The Ripper, essa última com o tradicional falsete executado de forma sensacional!
A banda apresentava muita comunicação com a plateia, fazendo brincadeiras entre os membros, seja tocando na guitarra do outro ou fazendo piadas sobre qual seria a próxima música. Além disso, tocaram várias faixas “secretas”, que não estavam entre as listadas no repertório espalhado pelo chão do palco, fazendo a alegria do já cansado, mas resiliente público.
Parabéns aos membros da Metal Gods pela coragem, pelo talento e pela força. Tenho certeza de que todos os presentes naquele sábado frio e de vento ficaram gratos também pela correria e pela noite de Metal do mais alto quilate.
Review por: Gregor Holmes
Fotos: Nathaly Julian
E assim se encerra o primeiro dia de muito Metal no Laguna Metal Fest.
Fiquem ligados, pois logo sairá a parte 2 com todos os detalhes do domingo.