A Scream Metal Produções vem cravando seu nome na cena catarinense com grandes eventos, transformando Florianópolis em um antro da música extrema e obscura. Nesta terceira edição tivemos a invasão de três hordas vindas de SC (Spiritus Diaboli), PR(Svatan) e GO (Luxuria de Lilith).
Possivelmente o Célula Show Case tem umas das melhores aparelhagens de som da região, fazendo que tudo ficasse muito audível, o que convenhamos é essencial para a música extrema. Não é à toa que no YouTube é possível encontrar o Palco Célula, onde temos várias apresentações de nomes regionais, que vão do Bonde do Metaleiro a Khorphus.
Enquanto o evento não começava, rolava uma discotecagem de sons de Metal Extremo com Dimmu Borgir, Krisiun entre outros, a cortina cobrindo o palco dava uma atmosfera toda especial para o Célula. Para fazer a abertura do evento tivemos a Spiritus Diaboli, acredito que já assisti a banda pelo menos umas quatro vezes e com formações um pouco diferentes, mas essa sem dúvida foi a melhor. A horda provavelmente inspirada pelo evento ser 666% Black Metal se desenvolveu muito bem. Larissa Meurer (vocal) era a única da banda a usar corpse paint, mas para quem não conhecia a banda com certeza se assombrou quando iniciou se a blasfêmia como em “Spiritus Diabolis”, “War”, “Acheron” entre outras.
Com apenas um opus lançado, a Svatan já é referenciada como umas das grandes revelações do Metal Extremo nacional. Tal aposta foi comprovada no show daquela noite, com um apostura de palco fria, corpse paints e uma sonoridade massacrante. O Svatan rivalizou com o Luxuria o papel de destaque da noite formado por: Foizer (guitarras), Absiel (baixo), Lamferniis (vocal), D. Katharsis (guitarras) & Perversor (bateria), a horda apresentou hinos como “Tyrants In The Empire Of Caos”, “Oppositor” e “Procrastination of Impending Plagues”. Por alguns momentos, Floripa se transformou em uma cidade norueguesa na década de 90.
Para encerrar a missa profana que foi essa noite, o palco foi tomado pelos filhos de Asmodeus. O Luxuria de Lilith está com a Iblis Tour e essa foi a única apresentação em Santa Catarina, um séquito de fãs acompanham o trio, e isso é perceptível pela forma que cada música anunciada era ovacionada, desde “Da Morte Para o Todo Fim“, “Aroma da Morte”, “Desejos Infames” e “Perpetua Escuridão”.
Em empolgação era tanta que, na terceira música, Drakkar acabou quebrando o pedestal do prato, o que tomou um pequeno tempo para os roadies arrumarem e a horda voltou ao seu culto. Já perdi a contagem de vezes de quantos shows assisti da Luxuria, mas sempre me impressiona a performance da banda. Os discursos de Drakkar para apresentar as músicas, os backings de Arkana, auxiliada por Seth, torna tudo muito performático, mas extremo, tanto que o último opus foi “Caos e Destruição” e exatamente isso que essas três hordas trouxeram para a capital catarinense.
Passava das três da madrugada, a hora profana, e mais uma vez o Black Metal mostrava o por quê de ser um dos estilos mais fortes do Metal e ter os fãs mais fiéis. Longa vida ao metal negro.