O segundo dia do Hellsinki Metal Festival começou com calor na cidade de Helsinque. Ao chegarmos à área do evento, Luna Kills, da Finlândia, já tinha marcado sua presença no palco 2 e o Lähiöbotox, também finlandês, entregava um som pesado e muita presença de palco.
Uma pena não podermos ter acompanhado o show inteiro do Lähiöbotox, mas o motivo foi justo: fomos fazer um tour especial para a impressa junto com os organizadores do festival. O tour foi liderado por Toni Törrönen, um dos idealizadores e organizadores do festival, e acompanhado por Heta Hyttinen, Jere Saajoranta e Maria Uusitalo, também responsáveis pela organização. O tour incluiu um passeio por todas as áreas do festival, incluindo pelas áreas do palco, do backstage, do Bodom Sauna & Bar (onde alguns visitantes já aproveitavam a sauna, inclusive) e da área VIP. Toni Törrönen ressaltou a satisfação da equipe com o fato de o festival, apesar de sua pouca idade (três anos apenas), já ter conquistado uma boa reputação no cenário de Metal e também no ramo de festivais nórdicos. Törrönen ainda destacou a preocupação da produção em cuidar do bem-estar de todos que participam do evento, seja trabalhando, seja aproveitando, e ainda revelou que já tem alguns nomes possíveis para a edição 2026! O que será que vem por aí? Ficamos ansiosos no aguardo!
Party Canon | Slam Death Metal | Escócia
Imagine uma banda que mistura rifes brutais e pesados com uma temática humorística e colorida nos palcos. Este é o estilo dos escoceses do Party Canon. O show foi marcado por boias coloridas lançadas ao público, músicos de máscaras no mínimo engraçadas e até pênis gigantes de papelão. A par das gracinhas, a banda deixou o público presente insano, porque realmente entregou no som também.
Fotos: Michelle Koukkula
Napalm Death | Grindcore | Inglaterra
O show do Napalm Death foi uma descarga brutal de energia. A banda britânica mostrou por que é referência absoluta no Grindcore há mais de quatro décadas. A combinação de peso extremo, com Punk e muita atitude fez deste um espetáculo, sem dúvidas, intenso para todos. Desde a primeira música, Multinational Corporations (Part II) até a última, Siege of Power, Mark “Barney” Greenway (voz) não parou um minuto sequer no palco, cantando e correndo para todo lado. O cantor também interagiu bastante com a plateia e logo no início do show deu boas-vindas a todos, acolhendo a diversidade de gêneros e recebendo muitos aplausos por isso. A propósito, a banda é bem conhecida já por unir som agressivo a uma mensagem sociopolítica contundente. O cover de Nazi Punks Fuck Off (original de Dead Kennedys) gerou um coro da plateia que não poupou a voz para entoar o refrão: “Nazi punk, nazi punk, nazi punk, fuck off!”. Coisa bonita de se ver!
Fotos: Michelle Koukkula
Alfahanne | Gothic and Industrial Metal | Suécia
Os suecos do Alfahanne sabem bem como inovar: a banda mistura elementos góticos, com Metal Industrial e boas pitadas de uma atmosfera obscura e envolvente. O estilo único do Alfahanne tem rendido à banda uma boa base de fãs pelos países nórdicos. E convenhamos: aqueles que foram prestigiar a banda no palco 3 estavam mesmo dispostos a assisti-los, porque, do lado de fora, Napalm Death e, logo em seguida, Enslaved atraíram a maior parte do público. A banda, contudo, não deixou de entregar um show intenso e pesado, e ainda mostrou uma boa interação com os espectadores. Espero que voltem em breve para um show exclusivo em Helsinque!
Fotos: Michelle Koukkula
Enslaved | Progressive Black Metal | Noruega
Com uns bons 30 anos de carreira, os noruegueses do Enslaved subiram ao palco 2 já com uma boa quantidade de fãs os esperando (inclusive essa que vos escreve!). Com um repertório que mesclou faixas antigas e mais recentes, a banda mostrou sua habilidade em criar uma narrativa musical que atravessa décadas sem perder a identidade. Grutle Kjellson (voz, baixo) arrasou não só no baixo, como também nos vocais rasgados, por exemplo em músicas como Homebound. Håkon Vinje (teclado, voz) também não deixou por menos nos vocais limpos, como na música Isa.
O público vibrou com cada arranjo e também com as diversas vezes que o grupo interagiu e conversou com a plateia. O encerramento com Allfǫðr Oðinn (em português, “Oodin, pai de todos”) coroou uma apresentação memorável, que reafirmou a relevância e a singularidade do Enslaved!
Fotos: Michelle Koukkula
Landmvrks | Metalcore | França
Para quem estava assistindo a banda pela primeira vez, confesso que, ao ver o grupo de Marselha entrar no palco, pensei que se tratava de uma banda talvez pouco experiente… Que vergonha! Os músicos do Landmvrks não estavam no palco principal à toa: a banda realmente entrega ao vivo! O show do Landmvrks foi marcado por uma energia explosiva e contagiante, mostrando por que os franceses vêm conquistando espaço de destaque no Metalcore mundial. Com riffs pesados, breakdowns certeiros, mas também refrões melódicos, a banda entregou uma apresentação intensa.
Cantando em inglês e francês, Florent Salfati (voz) demonstrou carisma e talento no palco, ao misturar Rap em francês, com ganchos melódicos e ao mesmo tempo uns rasgados até guturais. Destaque especial para as músicas como Blood Red, Sulfur e Lost in a Wave, que agitaram bem a plateia! Sem dúvida, a combinação de energia, melodias cativantes e identidade própria fez do show do Landmvrks uma experiência memorável e a banda acabou ganhando uma nova fã por aqui. O grupo volta à Finlândia em janeiro de 2026 acompanhando o Architects (Reino Unido) e o President (Reino Unido), e certamente não queremos perder!
Fotos: Michelle Koukkula
Michael Schenker | Hard Rock | Alemanha
O show de Michael Schenker foi um dos mais esperados do segundo dia do Hellsinki Metal Festival. O show do lendário guitarrista do UFO foi um verdadeiro presente para fãs de várias gerações, reunindo clássicos do UFO em uma celebração que mesclou nostalgia e virtuosismo. Michael Schenker trouxe ao festival sua atual turnê “My Years With UFO” (Meus anos com o UFO), na qual o guitarrista revisita momentos marcantes de sua carreira, entregando solos cheios de técnica e emoção.
Ao lado de Schenker, o vocalista Erik Grönwall, conhecido por sua passagem pelo Skid Row e H.E.A.T., acrescentou ainda mais energia e presença de palco à apresentação. O público vibrou especialmente em faixas icônicas como Doctor, Doctor, Lights Out e Rock Bottom. Schenker se empolgou tanto em alguns de seus solos, que o setlist planejado teve de ser encurtado e a música Too Hot To Handle, planejada para encerrar a apresentação, acabou ficando de fora.
Fotos: Michelle Koukkula
Hatebreed | Hardcore | Estados Unidos
O Hatebreed, formado em 1994, mostrou no Hellsinki Metal Festival do dia 2 por que continua sendo uma das bandas mais respeitadas do hardcore mundial. Com mais de 20 anos de estrada, o grupo apresentou um som afiado e uma performance impecável, deixando claro que não começou a carreira ainda ontem. Foi minha primeira vez assistindo ao vivo, e a impressão foi imediata: que show! Energia pura do início ao fim, com muito fogo, efeitos pirotécnicos, bolas gigantes animando a plateia e moshs agitados.
Liderado pelo carismático vocalista Jamey Jasta, o Hatebreed incendiou o palco com músicas como This Is Now, Live for This e Destroy Everything, que foram o ponto alto da apresentação. A banda demonstrou respeito pelas demais atrações do festival, citando nomes como Venom e Napalm Death, e ainda prestou uma homenagem a Ozzy Osbourne e ao Black Sabbath, considerando o recente falecimento de Ozzy.
O show do Hatebreed foi intenso, cheio de garra e entrega, e também um dos meus favoritos nesta edição do festival!
Fotos: Michelle Koukkula
Marduk | Black Metal | Suécia
Logo após o poderoso show do Hatebreed, foi a vez do Marduk incendiar o palco 2 do Hellsinki Metal Festival. A lendária banda sueca de black metal, formada em 1990 por Morgan Håkansson, mostrou por que é um dos pilares do gênero, com uma intensidade brutal. O set começou com Werwolf e depois faixas como Panzer Division Marduk e Wolves ressoaram com força entre os fãs. A apresentação foi encerrada com Blutrache. Mesmo com o público ainda se recuperando da energia do show anterior, o Marduk manteve a chama acesa, entregando um espetáculo sombrio, pesado e tecnicamente preciso, que agradou ao público presente. Além disso, o vocalista Daniel “Mortuus” Rostén impressionou com seus vocais crus e a banda mostrou entrosamento e uma presença de palco dominadora — um verdadeiro ataque sonoro que fez jus à reputação desses respeitados membros do black metal mundial.
Fotos: Michelle Koukkula
Venom | Black Metal | Inglaterra
A maior atração do segundo dia do Hellsinki Metal Festival 2025 foi o Venom, que subiu ao palco principal como um verdadeiro monumento vivo da história do metal. Formada em 1979 em Newcastle, a lendária banda é amplamente reconhecida como uma das principais influências na criação do black metal. Antes mesmo do show começar, uma multidão já se aglomerava diante do palco, ansiosa e entoando gritos de empolgação. E quando os primeiros acordes da clássica Black Metal ecoaram, o público respondeu em uníssono — uma descarga de pura adrenalina! E convenhamos: a banda que já começa seu show tocando um dos seus maiores clássicos se garante que o restante do show vai ter ainda muito mais para agradar ao público.
E não deu outra mesmo, porque todo o restante do show do Venom foi eletrizante. O cenário do palco, carregado de temas satânicos, pentagramas e fumaça vermelha, criou a atmosfera perfeita. Músicas marcantes da banda como Welcome to Hell, Witching Hour e In League With Satan marcaram também a performance do Venom. Mesmo quem não é um grande fã da banda, como eu, há de reconhecer o peso de sua trajetória e a força de um show que transpira confiança e legado. Aliás, por falar em legado, a banda também não ficou de fora do grupo de bandas que homenageou Ozzy Osbourne, tocando uma combinação de Children of the Grave e Paranoid do Black Sabbath.
Fotos: Michelle Koukkula
Com tantos momentos inesquecíveis, energia contagiante e performances que reafirmaram a força do metal em todas as suas vertentes, o Hellsinki Metal Festival de 2025 encerrou deixando o público já ansioso para a próxima edição. Pois então, que venha Hellsinki Metal Festival 2026, porque depois desse fim de semana épico, a contagem regressiva já começou!
Nosso agradecimento a Heta Hyttinen e a Ginger Vine Management PR pelo credenciamento! Kiitos!








































































































