A noite desta terça-feira marcou mais um capítulo para os fãs de Metal em Curitiba. A turnê “Freedom World Crusade South America 2025”, realizada pela Dark Dimensions, desembarcou no Tork n’ Roll reunindo três bandas em apresentações de alta eperformance: Phantom Star, Throw Me to the Wolves e os suecos do HammerFall, protagonistas da noite. Com casa cheia, agito coletivo e riffs que ecoaram até o lado de fora, o evento reafirmou a força do Metal.
Quando chegamos no Tork nem tempo deu para fazer um esquenta, pois a primeira banda subiu ao palco com total pontualidade. O Tork apresentou casa cheia desde cedo. A multidão, que mesclava desde jovens recém-iniciados na cena até fãs de longa data, encheu o lugar com expectativas visíveis: camisetas de bandas, jaquetas de couro, e um burburinho que crescera à medida que as luzes se apagavam. Ao longo da noite notou-se um público participativo, pronto coroar refrões e acompanhar as falas das bandas com aplausos e gritos que preenchiam o espaço entre as composições.
Phantom Star | Heavy Metal | Curitiba/PR
A primeira banda da noite, Phantom Star, entrou com um set curto, porém extremamente eficiente em capturar a atenção de quem já aguardava as atrações principais. Desde os primeiros segundos, a banda demonstrou segurança e clareza estética, algo notável para um projeto ainda em fase inicial. O destaque absoluto foi o single I Am the Storm, lançado em agosto de 2025, uma faixa que sintetiza bem o que a Phantom Star está construindo como identidade: um Metal Melódico, atmosférico e carregado de emoção. A estrutura da música, ao vivo, se mostrou ainda mais potente, com transições muito bem trabalhadas entre partes introspectivas e instrumentais intensos.
A performance destacou o cuidado do grupo com dinâmica de palco: guitarras que dialogavam entre si, bateria marcada com precisão e vocais que alternavam suavidade e agressividade com segurança. Ficou claro que a banda sabe onde colocar intensidade e onde recuar, criando uma experiência fluida e envolvente para quem assistia. Logo depois, retomaram seu primeiro single, Touch of a Curse, peça fundamental no início da trajetória da Phantom Star. A faixa, que carrega influências modernas e uma pegada mais sombria, demonstrou evolução evidente desde suas primeiras apresentações. Os riffs soaram mais firmes, as linhas de bateria mais coesas, e o vocal mais confiante e projetado, um sinal claro de que a banda está lapidando sua identidade e sua presença ao vivo.
Entre as músicas, a banda fez um pedido honesto e direto ao público: incentivou a galera a conhecer a merch oficial e apoiar o projeto. O apelo foi feito com naturalidade, sem soar forçado, reforçando a proximidade e humildade do grupo, atitude que costuma aproximar ainda mais fãs de bandas em ascensão. Antes de encerrar, os integrantes agradeceram à Dark Dimensions pela oportunidade de integrar um line-up internacional. O gesto foi sincero, com um tom emocionado de reconhecimento pela chance de dividir palco com bandas mais consolidadas e mostrar seu trabalho para um público novo e numeroso.
Formação: Lucas Licheski (Guitarra) Matheus Luciano (Voz) Maurício “The Fox” (Guitarra) Rick Nunes (Baixo) Maurício “Muhh” Vastrinche (bateria).
Fotografia: Chris Alfredo
Throw Me to the Wolves | Death Metal Melódico | São Paulo/SP
A segunda apresentação da noite ficou por conta da paulistana Throw Me to the Wolves, que chegou ao palco com uma energia avassaladora e um contagiante “Boa noite, Curitiba!”. O vocalista, extremamente carismático, ressaltou que a cidade já se tornou sua “segunda casa”, lembrando que o último show por aqui havia sido ao lado de Carcass e Killswitch Engage.
Formada em 2023, a banda vem conquistando espaço rapidamente com seu Death Metal Melódico influenciado pela clássica “escola de Gotemburgo”, citando nomes como Soilwork, Arch Enemy e In Flames. Seu álbum de estreia, Days of Retribution (2025), trouxe ainda elementos de Power Metal e Thrash, demonstrando versatilidade e peso na medida certa.
Mesmo sem o merch, que havia esgotado no show em Belo Horizonte, o grupo compensou com simpatia e intensidade. Antes de uma das faixas, o vocalista pediu ao público para abrir uma roda, prontamente atendido pela galera sedenta por mosh. Foi, sem dúvida, uma das bandas mais celebradas da noite. Ao encaminharem o show para o final, agradeceram à HammerFall pela oportunidade de dividir o palco e dedicaram a música An Hour of Wolves em homenagem ao Power Metal que os influenciou.
Formação: Fabricio Fernandes (guitarrista) Diogo Nunes (voz) Maycon Avelino (bateria) Fabio Fulini (Baixo) Gui Calegari (Guitarra)
Fotografia: Chris Alfredo
HammerFall
Às 21h30, pontualmente, os suecos do HammerFall emergiram no palco do Tork n’ Roll em meio a uma expectativa palpável. Assim que o primeiro acorde reverberou pelo local, o público respondeu de forma instantânea: mãos erguidas, vozes firmes e um entusiasmo coletivo.
A performance da banda trouxe o que se espera de um nome que ajudou a moldar o Power Metal: precisão técnica, carisma de veteranos e um repertório que carrega décadas de história. Os guitarristas, com sua já conhecida simetria de palco e harmonia impecável, entregaram linhas melódicas e solos marcantes que arrancaram gritos e aplausos em praticamente todos os momentos. O baixista, sempre em completa sintonia com a cozinha rítmica, sustentou a base com firmeza, enquanto a bateria manteve o pulso constante e poderoso que caracteriza a sonoridade épica do grupo.
A cada pausa entre músicas, o Tork era tomado por um coro ensurdecedor de “HAMMERFALL! HAMMERFALL!”, que ecoava de forma coletiva até no ultimo canto. A banda demonstrou clara emoção ao ouvir a resposta apaixonada da plateia curitibana, frequentemente apontada por artistas estrangeiros como uma das mais intensas do país. O vocalista conduziu o show com autoridade, alternando falas curtas com interações diretas e incentivando a participação do público. Em vários momentos, o público tomou a dianteira e cantou trechos completos antes mesmo da banda entrar, transformando o Tork em um legítimo espetáculo de comunhão entre fãs e músicos.
A execução das faixas foi irrepreensível: cada refrão parecia ganhar vida própria sob a voz do público, cada riff soava ainda maior pela energia compartilhada, e cada pausa na música era preenchida por aplausos, gritos e expressões de puro entusiasmo. Foi o tipo de apresentação que revela porque o HammerFall mantém uma base de fãs tão fiel ao longo de tantos anos.
O show tecnicamente impecável, um momento de conexão emocional profunda entre banda e público brasileiro. A sensação coletiva era a de presenciar um evento simbólico onde gerações de fãs se encontraram para prestigiar um dos pilares do Power Metal.
Fotografia: Chris Alfredo
A noite da Freedom World Crusade South America 2025 em Curitiba foi um sucesso por combinar renovação e tradição. Projetos em ascensão, como Phantom Star e Throw Me to the Wolves, mostraram que a cena local e nacional segue no alto, ao passo que nomes consagrados como HammerFall mantêm a chama do Power Metal acesa, reunindo gerações sob o mesmo coro.
O evento só atingiu esse nível de grandeza graças ao esforço de uma equipe completamente dedicada. Um agradecimento especial à Dark Dimension Brasil, pela produção impecável; ao Tork’n Roll, pela parceria e estrutura de excelência; e a toda a galera envolvida nos bastidores, que trabalhou incansavelmente para entregar uma experiência de qualidade. Cada detalhe refletiu paixão, profissionalismo e amor pela cena, e nós, enquanto público e imprensa, só temos a agradecer.





























































































