Arte da capa foi a última assinada pelo lendário Derek Riggs |
Hoje comemoramos os 16 anos do álbum do álbum que marcou o novo milênio de minha banda preferida no Heavy Metal. Estamos falando do Iron Maiden e o retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith. Esse disco trouxe de volta a Donzela a qual a maior parte adora e encerrou definitivamente o curto ciclo de Blaze Bayley nos vocais da banda, após altos e baixos a frente do posto.
Em “Brave New World” o Iron aposta em seu som mais característico com ares das experiências mais progressivas que a banda aspirou anteriormente. O fabuloso resultado é fruto da atuante participação de Dickinson e Smith nas composições ao lado de Steve Harris, além de um Janick Gers bastante presente nesse processo, que junto à Dave Murray formavam, pela primeira vez, uma linha de três guitarristas da banda. Disso nasceu um disco cativante, com faixas muito bem trabalhadas e com linhas típicas do Maiden. Talvez, o disco possa ser classificado como um clássico por conter canções que realmente marcaram esse novo período dos ingleses.
Vale lembrar que foi a partir de “Brave New World” que a banda encontrou a formação que pendura até hoje, com os nomes já citados ao lado de Nicko McBrain na bateria, sendo um line-up carismático e rico em técnica e feelling em palco e estúdio. Se futuramente houve alguns vacilos, neste álbum passaram longe de dar uma bola fora, pois apostam nas melodias que cativam os fãs do Maiden. Refrões marcantes, feitos para o público cantar junto em voz alta, e riffs que penetram a cabeça do ouvinte.
Logo de cara o trabalho abre com “The Wickerman”, que é uma de minhas favoritas da banda. Pra mim, é definitivamente um dos clássicos “recentes” da banda. A faixa tem energia e um coro que realmente empolga, afinal, estamos falando de Iron Maiden, e de fazer música empolgante eles entendem bem.
“Ghost of the Navigator” é outra faixa que caiu no agrado do público, tal como a faixa título, que traz todas os detalhes marcantes da banda. Solos dobrados, riffs inspirados e o vocal de Bruce te forçando a cantar junto o refrão. Se não na hora, mais tarde você vai se flagrar cantarolando “a brave new wooorld…. a brave new wooorld…”.
Em seguida temos uma das composições mais melancólicas de Steve. O baixista escreveu “Blood Brothers” em homenagem a seu falecido pai, e a música é de uma harmonia bela e tocante. Sentimos que existe um sentimento a mais nessa composição. É sem dúvidas uma das letras mais lindas e sinceras da banda, trazendo os medos e dúvidas de Harris em uma belíssima faixa que somos puramente honrados em ouvir nessa gravação. Toda a orquestração de fundo casa perfeitamente com o lindo trabalho das três guitarras, o baixo elegante de Harris e a bateria pontual e caprichada de Nicko, enquanto o vocal de Bruce transmite os sentimentos do baixista com sua refinada voz. A faixa número quatro é fácil para mim um dos destaque do disco, sendo inspirada ao máximo, a ponto de, quando tocada ao vivo, ser daquelas que marejam os olhos dos maiores fãs da banda.
A linha de frente do Iron a frente do majestoso público do Rock in Rio 2001. Show final da turnê “Brave New World” entrou pra história da banda. |
Depois desse passeio pelo “jardim da vida” (como citado na #4), encontramos “The Mercenary”, rápida e explosiva, que traz de volta uma Donzela mais agitada. Aliás, é uma das poucas do disco que contam com menos de seis minutos, sendo além dela, a faixa #1 e a #7 que está por vir. Definitivamente, nesse disco, a banda apostou em faixas mais extensas e trabalhadas, como a que vem em seguida.
“Dream of Mirros” começa com um trabalho vocal vs baixo, acompanhado das guitarras, que logo dão vez para um violão com um ar mais erudito conduzir a música nos primeiros minutos. É outra bela faixa do disco, com uma letra que traz toda a inspiração da dupla Gers e Harris, que fez grandes trabalhos na composição desse álbum. A parte instrumental também é estupenda, trazendo mais de nove minutos de um Iron Maiden muito inspirado e dando um show aos ouvidos dos fãs. Somos mergulhados em uma bela melodia e viradas que transitam para uma velocidade que faz sua cabeça bangear aos bumbos acelerados de Nicko e o frenesi das cordas, além do poderoso de Bruce, que rege mais um coro poderoso entre os belos solos da canção. “Dream of Mirrors” é mais um espetáculo da banda nesse disco, batendo de frente com “Blood Brothers” no posto de maior destaque de “Brave New World”.
Seria difícil para qualquer banda manter o alto nível do disco, mas “The Fallen Angel” não deixa a bola cair e surge com as guitarras afiadas e um refrão explosivo, conduzidos por riffs inspirados. O trio Smith, Murray e Gers roubam a cena aqui, mas não podemos esquecer o belo trabalho feito por Bruce. O mesmo vale para a longa “The Nomad”, que vai crescendo e progredindo, ganhando elementos, peso e se tornando uma canção instrumentalmente muito rica e que enche os ouvidos. Entramos em uma atmosfera viajante, que te leva à um lugar distante no meio de todo esse lindo trabalho feito aqui.
Mais uma do Rock in Rio. Show de alto nível após um disco de alto nível |
E o começo absurdo de “Out of the SIlent Planet”? É sensacional o trabalho das linhas vocais de Dickinson, enquanto o baixo conduz a canção com a maestria única de Steve Harris. É uma faixa extremamente empolgante, e que te leva no alto para a épica finaleira “The Thin Line Between Love and Hate”. Mas, sinceramente eu não encontrei essa fina linha entre o amor e o ódio nesse disco, pois não encontrei nada que me desagradasse, inclusive, agora que me dei conta que narrei as dez faixas de “Brave New World”, creio que tenha sido inevitável isso, pois se trata de um disco fantástico que com certeza agradou a boa parte dos fãs da Donzela.
Vida longa ao Iron Maiden e parabéns à este fantástico trabalho que é “Brave New World”. Desde 2000 reconquistando o mundo que sempre foi da Donzela de Ferro.
TRACKLIST
- The Wickerman
- Ghost of the Navigator
- Brave New World
- Blood Brothers
- The Mercenary
- Dream of Mirrors
- The Fallen Angel
- The Nomad
- Out of the Silent Planet
- The Thin Line Between Love and Hate
FORMAÇÃO
Bruce Dickinson – vocais
Steve Harris – contra-baixo, segunda voz
Adrian Smith – guitarra, segunda voz
Dave Murray – guitarra
Janick Gers – guitarra
Nicko McBrain – bateria