Início Destaque A Cena Underground: 8 Fotógrafos que eternizam histórias com suas lentes

A Cena Underground: 8 Fotógrafos que eternizam histórias com suas lentes

Shows podem providenciar experiências únicas e memoráveis, e para eternizá-las, nada melhor que a fotografia. Por isso, entrevistamos oito fotógrafos, para sabermos o que os motivou à entrarem para o ramo, quais são os desafios que eles enfrentam e o quão gratificante e interessante pode ser ficar por trás das câmeras.

Carina Langa – Underground Extremo (@ccl_uefot)

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Carina – Sempre gostei muito de fotos! Desde criança eu acabava com os filmes da kodak da minha mãe com registros de aniversário, passeios da escola, férias em família. Naquela época era diferente, era mágico o processo de revelar as fotos e arquivar em álbuns e depois folear e rememorar cada momento. Hoje em dia o processo é bem diferente porém para mim continua mágico, uma vez que no momento dos registros sempre estou eufórica e atenta e por muitas vezes me surpreende o resultado dos clicks. A motivação para trabalhar com a fotografia no Underground Extremo veio da necessidade de uma pessoa comprometida com essa função e assim, participando de diferentes eventos de metal despertei o interesse em registrar as apresentações das bandas o que me abre portas no meio da imprensa especializada em música underground e me faz conhecer e firmar laços de amizade com muitas pessoas.

Qual foi seu maior desafio até agora ?

Carina – O maior desafio é tirar fotos de shows onde a casa/produção não reserva um local próximo ao palco, aí tenho que ficar no meio da galera com a câmera, as vezes gera mosh pit, e o meu trabalho fica prejudicado pois além dos registros fico de olho no mosh e me desviando do povo e das cervejas voadoras hehehe. E também tem o desafio de conseguir credenciamento para shows digamos “maiores” o que dificulta o meu crescimento como profissional e também da mídia para a qual trabalho.

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve ?

Carina – Eu acho que a mais marcante até hoje foi registrar um dos últimos shows do André Matos no Armageddon em 2019, além de fotos fiz vídeos que me marcaram muito e me emocionam até hoje. Na época eu nem câmera tinha, mas mesmo assim considero os registros desse show como os melhores! Outra experiência bem marcante foi participar como fotógrafa do Setembro Negro em SP, sair da minha cidade com o objetivo de fazer a cobertura de um evento desse porte, sendo credenciada para tal me fez me sentir muito bem e importante!

Algumas fotos pelo olhar da Carina

Stephanie Hahne (@stephaniexhahne)

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Stephanie – A vontade de unir duas paixões de uma vida toda. Sempre amei ir a shows e tirar fotos, fiz isso de forma amadora durante toda a adolescência, fui a “chata” que passava o show inteiro fotografando. Quando tava na faculdade e tive a disciplina de foto, resolvi comprar uma câmera “de verdade” e ver no que dava, o resto é história rs.

Qual foi seu maior desafio até agora ?

Stephanie – Acho que o maior desafio é começar e dar as caras, pelo menos quando você começa de baixo de fato. Fotografar show pequeno e passar perrengue é a melhor forma de aprender rs, depois você tá pronto pro resto, já que a tendência é só melhorar. Mas respondendo de forma mais específica, o perrengue em si é sempre um desafio. Chuva, lugar mal iluminado, pouco tempo pra fotografar, etc… Nessas horas tem que ser criativo, sair da caixinha pra conseguir garantir o trabalho.

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve ?

Stephanie – Tá rolando agora, estar em turnê com a Pitty. É minha primeira turnê (tecnicamente, agora a segunda, já que começou uma nova rs), eu sempre fui fotógrafa de imprensa e ainda não tinha rolado essa experiência de trabalhar direto com um artista. Tem sido incrível, principalmente pela liberdade que eu tenho de criar e de usar minha própria estética nas fotos. Tô bem realizada!

Algumas fotos pelo olhar da Stephanie

Anderson Hildebrando (@andersonh_fotografia)

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Anderson – A fotografia sempre fez parte da minha vida. Meu pai tinha câmeras de filme e desde lá me interessei por esta arte e o poder que a mesma tem de eternizar os momentos. Sempre gostei de guardar os momentos e por isso, quando comecei a ter minha renda, sempre tive uma câmera para tal. Chegou um momento que senti a necessidade de poder controlar o resultado da câmera e foi aí que comecei a estudar e desde então, mais do que apenas um hobby, a Fotografia passou a dar um novo sentido à minha vida.

Qual foi seu maior desafio até agora ?

Anderson – O maior desafio para mim não foi a parte técnica, mas sim o como trabalhar o fator humano, ou seja, o dirigir ou direcionar pessoas de forma que o resultado atingido, satisfaça as duas partes e que o mesmo seja importante e relevante para o próprio cliente em si e para os demais que entrarem em contato com este resultado.

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve ?

Anderson – Em se falando de shows propriamente dito, foi poder participar do maior festival de Heavy Metal do Brasil, o Summer Breeze Brasil 2023 (estou ansioso por poder ter a chance de participar da edição de 2024). Em se falando do maior desafio, é poder sentir que os clientes respondem positivamente ao resultado do seu trabalho, por exemplo nos ensaios.

Algumas fotos pelo olhar do Anderson

Leca Suzuki (@lecasuzukiphoto

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Leca – Herdei o amor pela fotografia do meu pai. Sempre gostei, mesmo sem saber fotografar direito. Fotografei com filme, fiz revelação P&B. Mas, profissionalmente, comecei com esportes. Tive um site sobre voleibol e fotografava os campeonatos com uma câmera emprestada. Em 2016, fui a um show no Sesc e levei minha cãmera. Foi quando uni minhas duas paixões (música e fotografia) e não parei mais.

Qual foi seu maior desafio até agora ?

Leca – Meu maior desafio é continuar na fotografia. A fotografia sempre foi a minha válvula de escape. É onde eu esqueço dos problemas e passo a ver o mundo pelas minhas lentes. Mas de uns tempos pra cá tem sido desafiador manter esse amor em pé. Certas situações, pessoas e burocracias que desanimam. Mas isso acontece em qualquer área ou profissão. Então temos que aprender a lidar com os obstáculos.

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve ?

Leca – Minha melhor experiência foi, sem dúvida alguma, fotografar minha banda favorita – Iron Maiden – em 2019. Como fotógrafa, foi meu primeiro estádio, meu primeiro show grande. Como fã, foi como se um filme passasse na minha frente, com todas as fases marcantes (boas e ruins) onde o som deles foi a trilha sonora. Quem me conhece sabe que o Bruce Dickinson é o meu maior ídolo e eu nunca canso de dizer que a voz dele me salvou em diversos momentos da minha vida. E depois de mais de 30 anos, ter seu ídolo a poucos metros de distância e fotografá-lo, foi indescritível. Só não foi perfeito porque a pessoa que eu mais queria que presenciasse esta conquista não estava mais aqui, que é a minha mãe.

Algumas fotos pelo olhar da Leca

Belmilson Santos (@bel.santosfotografia)

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Belmilson – Acredito que a fotografia de uma forma ou de outra está na vida de qualquer pessoa. Com o passar dos anos e aprimoramento das câmeras e celulares, todos nós acabamos adquirindo esse vício.

Empurrado pela minha esposa, fui fazer um curso na Casa de Cultura da Cachoeirinha e à partir daí não parei mais.
Sempre tentando evoluir.

Qual foi seu maior desafio até agora?

Belmilson – No começo sempre é difícil né? Adquirir um bom equipamento com os preços praticados em nosso país é muito complicado.

Os desafios a gente vai superando (sejam físicos no caso de um grande festival) ou técnico mesmo (conhecimento a gente sempre vai estar adquirindo) e o maior desafio ainda está por vir.

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve?

Belmilson – Estar envolvido nesse mundo da música e em tão pouco tempo fotografar alguns ídolos foram experiências inesquecíveis. Titãs, Buddy Guy, Glenn Hughes e alguns outros foram experiências magníficas.

Algumas fotos pelo olhar do Belmilson

Ayumi Ranzini (@ayumikranzini)

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Ayumi – É uma resposta meio clichê, mas a fotografia sempre foi parte da minha vida. Aprendi a fotografar com o meu pai, que tinha uma câmera analógica, e depois ganhei uma dslr digital. Quando entrei na faculdade, comecei a fotografar algumas festas, só para compartilhar com amigos, mas a partir daí a coisa foi tomando forma. Comecei a ser contratada para fotografar eventos e me apaixonei mesmo quando fotografei o primeiro show. Aí eu descobri meu lugar no mundo.

Qual foi seu maior desafio até agora ?

Ayumi – Acho que o maior desafio é a ansiedade. Fotografo shows há pouco tempo, pouco mais de um ano, e sempre tem aquela vontade das coisas andarem mais rápido – conseguir fotografar mais shows, fotografar festivais – mas carreira é um caminho que a gente constrói aos poucos.

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve ?

Ayumi – Não consigo escolher uma. Foi muito especial fotografar o primeiro festival como imprensa – o GRLS! Festival, em 2023 -, mas acho que é muito mais especial, e sempre uma surpresa, ser reconhecida por fotógrafos que sou fã. Nessas horas sinto que estou no caminho certo.

Algumas fotos pelo olhar da Ayumi

Marcello Fim (@marcellofimfotografo)

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Marcello – A música. Entrei para a fotografia pois sempre gostei muito de música, de ir em shows, colecionar LPs e CDs. Ficava vendo as fotos nos encartes dos discos que comprava, e sempre procurava o crédito do fotógrafo para saber o nome. Comecei fotografando em alguns shows de hardcore em São Paulo com uma câmera compacta de filme, fiz alguns registros bacanas em algumas Verduradas e no começo do Hangar 110. Mas essas fotos não eram profissionais, em 2007 quando comprei minha primeira câmera profissional trabalhava para um site de esportes, em 2008 passei a ser colaborador da Futura Press, onde comecei a ir atrás de credenciamento para os shows por conta própria. A primeira vez que fotografei show credenciado foi na Virada Cultural de 2008 onde fiz alguns artistas do rock e da música brasileira, foi nessa edição que teve o show do ex-vocalista do Iron Maiden, Paul Di’Anno. 

Qual foi seu maior desafio até agora ?

Marcello – Todos os shows e eventos são um desafio. Cada show tem uma particularidade ou uma dificuldade. Festivais como o Summer Breeze a dificuldade é pela correria para cobrir o maior número de shows possíveis, já que são 4 palcos. No The Town a dificuldade era a distância entre os palcos e da sala de imprensa, andei em média por dia mais de 13km. Mas em alguns casos a dificuldade é a luz ou a falta de pit para fotografar, o show do L7 no Carioca Club foi bem complicado de fazer pelo calor infernal que estava e pela lotação da casa, fotografar no meio do público não é tranquilo mas acabou rendendo fotos bem legais.  

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve ?

Marcello – Não consigo definir uma melhor experiência, mas fotografar certos artistas do qual acompanho a carreira sempre é gratificante, mesmo tendo admiração pelo artista ou banda o lado profissional sempre prevalece no momento da cobertura. Fotografar o Dave Grohl do Foo Fighters no The Town, Cat Power no Popload Festival, Pavement e Smashing Pumpkins no Planeta Terra Festival e o Iron Maiden no Morumbi estão no topo da lista de realizações e qualidade de material produzido. Uma outra experiência muito boa foi cobrir o show do Metallica no Morumbi em 2022 como repórter.

Algumas fotos pelo olhar do Marcello

Lucas Dalamarta (@lucas.dalamarta.photo)

O que te motivou a entrar na área de fotografia?

Lucas – Meu grande amigo Gustavo, que ao me vender sua antiga Canon T5i, me motivou a seguir um sonho que eu já tinha há anos, sempre me considerei uma pessoa muito criativa, e agora, com uma câmera em mãos, minha mente e olhos ficam acelerados, buscando o próximo momento que irei fotografar.

Qual foi seu maior desafio até agora ?

Lucas –  Me entender e respeitar a minha evolução na fotografia. Por vezes me peguei comparando as fotos que produzo com o material de outros fotógrafos, sem levar em consideração o tempo e estudo que cada um investiu. Entender isso me fez perceber que não é necessário o melhor equipamento para produzir fotos interessantes, basta buscar a melhoria contínua, estudar muito e praticar sempre, o equipamento virá com o tempo.
Ah, e conseguir credenciamento tem se provado difícil, acredito que isso se tornará mais fácil com o tempo.

Por fim, qual foi a melhor experiência que já teve ?

Lucas – A festa da Firma com o ShaMangra, sinto que, por ter começado a fotografar tão recentemente, não seria capaz de registrar um evento tão grandioso. No final das contas, tive que sair da minha zona de conforto, e com isso, fui capaz de fazer novas amizades, provar para mim mesmo que sou capaz, e criar algumas fotos bonitas.

Algumas fotos pelo olhar do Lucas

Sou um desenvolvedor web, gamer, fã de metal Melódico e Sinfônico. Fotografando com o intuito de gravar momentos e divulgar pessoas e seus trabalhos.