Foto: Uillian Vargas

Colecionar é algo difícil até mesmo de explicar, seja discos, livros, revistas, selos, camisetas… Mas qual a importância disso? Você nunca colecionou algo e sentia parte daquele mundo? Essa é a resposta se sentir parte de algo, estar presente em um novo “universo” e desbravar novos mundos.

É isso que nós colecionadores sentimos com nossas coleções. Atualmente tenho um pouco mais de 2000 CD’s, além da minha coleção de livros e HQ’s que obviamente não chega nem a um terço da musical. E novamente em mais uma mudança, me vejo soterrado por caixas e mais caixas para as coleções e poucas caixas para as demais partes da casa. Gera um certo stress? Com certeza, mas cada vez que tenho que me mudar ou mexer nas coleções vejo que o meu espirito vive ali, minha história está enraizada em cada disco/livro de uma forma ou outra.

Porque é aquela velha história, por mais que nós colecionadores reclamamos, cuidamos com muito esmero cada parte de nossos colecionáveis. Mas Renato, para que tantos CD’s? Justamente para desbravar incansavelmente o mundo musical do Heavy Metal, conhecer cada estilo, o maior número de bandas possíveis, edições especiais dos artistas que mais gosto e ficar ali admirando cada coluna, cada box e colocando para rodar e sair do mundo real por alguns instantes.

Mas me peguei pensando esses tempos: e quando eu me for, o que vai ser das minhas coleções? Bom, tenho uma filha de 13 anos que adora ficar olhando os discos, os livros e que ama colecionar também, então o que espero é que um dia ela guarde as minhas coleções em um quartinho na casa dela e saber que quando entrar ali ou pegar um livro e colocar um disco para rodar estarei presente naquele exato momento.

O ano não vou lembrar, mas lembro de ler uma matéria no Collectors Room onde o jornalista Ricardo Seelig respondia exatamente esse pensamento de uma moça, que, entrou em contato perguntando o que ela poderia fazer com a coleção de vinis do Pai dela que tinha falecido, e a resposta foi: guarde a coleção do seu Pai em um local de sua casa para conserva-la e cada vez que você entrar ali o espírito dele estará com você.

O filme de ficção cientifica Bumblebee de 2018 da franquia Transformers traz bem essa reflexão nas entrelinhas. A menina que tinha perdido o Pai, mas era apaixonada por carros e por música, e em determinado momento Bumblebee pergunta a ela o porquê de guardar tantos vinis e fitas k-7, e ela responde que aquela era a coleção de seu Pai e cada vez que escutava era como se ele estivesse ao seu lado.

Nunca foi só música, nunca foi só colecionar é parte de nós que vive ali em cada instante.

Muitos falaram que não seria possível ou que não teria "talento" para isso. Ironia do destino ou não, cá estamos há mais de uma década mantendo-se firme e relevante como um dos melhores redatores do Brasil. Estando também a frente de diversas produções de eventos e assessorando os maiores shows do som pesado mundial em suas vindas ao RS. Gaúcho, Pai da Maria Eduarda e apaixonado por Heavy Metal, Jazz, café e cerveja!