Com o intuito de demonstrar a união da comunidade e paixão pela música, prezando pela originalidade e excepcionalidade das bandas e visando divulgar o trabalho das mesmas em um ato de independência, anuncia-se o Festival Alternativo de Rock: Formigueiro! Sua primeira edição é sediada em um dos locais mais conhecidos de Blumenau/SC pelo público headbanger, a belíssima Box Club!

A escolha do local teve por influência a criação e desenvolvimento da banda fundadora e responsável pelo evento, a energética Sugar Coated. Segundo o vocalista da banda, Felipe Condessa, a Sugar nasceu na Box Club, e a partir disso teve diversos ensaios abertos. Além de quê, a casa é um dos grandes apoiadores da cena autoral underground, o que também foi um fator decisivo para a seleção do local.

Agora vamos acompanhar de perto a organização e decorrer deste memorável festival alternativo chamado Formigueiro!

Antes de entrarmos no espaço, tive o prazer de conversar com um dos principais organizadores do evento, e Felipe Condessa nos demonstrou um conhecimento técnico muito importante para o desenvolvimento do festival, que garantiu a qualidade apresentada no restante da noite.

De acordo com Felipe, a ideia surgiu a partir de um festival que ele compareceu no início de 2024, o Solana* Festival, que ocorreu no dia 13 de janeiro no Pacífico Bar, em Penha/SC. Sendo também um festival de música alternativa que contou com a presença somente de bandas autorais de rock catarinenses.

A partir disto, o Formigueiro se iniciou como um projeto no mesmo intuito de apresentar somente sons autorais, compartilhando o trabalho dos mais diversos subgêneros do rock e reforçando a ideia de que somos um todo, dissipando as “panelinhas” e divisões que vem juntamente com cada estilo de música. Com isso, Felipe também explicou que apesar da mistura de estilos escolhidos para esta primeira edição, todas as bandas culminavam em uma essência só, que nos mostrou uma combinação perfeita de alternatividade, honrando o codinome do festival.

A pretensão para as próximas edições do Formigueiro se concentram na participação das bandas em formato de inscrição, sendo aceitas as bandas exclusivamente com som autoral, novamente para reforçar a cena independente.

O que me chamou bastante atenção foi o fato de que a Sugar Coated não pretende aparecer nas próximas edições, justamente para incentivar e dar espaço a outras bandas de serem reconhecidas. A mensagem é muito forte, e acredito que esse apoio entre as bandas está faltando muito no cenário underground atual!

Ao adentrar o local, percebo uma grande quantidade de pessoas mais novas, o que me animou bastante com a intenção do festival de trazer os mais variados públicos. Com a disposição da casa, a Box Club nunca nos decepciona, apresentando um espaço aconchegante com duas mesas de sinuca, videogames antigos em fliperama, nova iluminação e jogos de luzes instalados, além de uma recente instalação de uma porta na parte lateral do palco, o que facilitou a transição de instrumentos e equipamentos entre as bandas.

BLESSTOISE

Tive um pequeno imprevisto pessoal e tive que me retirar por um tempo e acompanhei pouco da banda, mas consegui notar o quão participativo o vocalista e guitarrista foi durante durante  o que acompanhei da apresentação, o que fez com que o público se sentisse em casa desde a primeira banda, que no fim nem parecia show de início quando a galera começa mais fria. A banda fez uma apresentação esbanjando energia e deu o pontapé inicial para que o evento tivesse êxito no proposto. Uma banda que merece atenção, pois tem muito futuro.

SOCO HC

Em seguida sobe ao palco a banda mais aclamada de Hardcore catarinense, Soco HC! E a primeira música já deixa o público agitado, batendo cabeça ao som de uma das músicas mais famosas da banda: Não Vai Rolar. Após isso, rolaram algumas complicações entre o vocal e a bateria, que foram resolvidas em poucos segundos, não deixando o público desanimar.

O show teve continuidade com músicas do EP ‘Filhos da Pandemia‘, lançado em junho de 2023, juntamente com músicas de um novo álbum que a banda pretende lançar. A Soco mantém uma presença de palco energética até nas músicas que o público ainda não conhece a letra, mas a parte mais impressionante de toda essa apresentação foi quando o vocalista, Renã Gregory, anunciou que Cabô iria ser tocado, cantando o refrão da música e obtendo uma resposta exasperada e animada do público. A partir dali, o resto do show foram só moshs e pessoas batendo cabeça.

PANACEIA

Panaceia demorou um pouco mais para começar, visto que todos estavam se recuperando da banda anterior. A primeira música já veio com agito total, trazendo a galera junto, mas infelizmente sofreram com problemas técnicos no baixo e houve uma pausa de alguns minutos.

A banda não se deixou desanimar, e o vocalista Gabriel Franco Vieira, estava pulando e batendo cabeça com tudo no palco. Continuaram o show a todo vapor, mas infelizmente o público foi se afastando e apreciando de longe, fiquei triste ao ver aquele espaço vazio na frente do palco! Mas a Panaceia não deixou de entregar uma apresentação incrível.

ATHEROS

O público diminuiu bastante após a última banda sair do palco, mas a recém-criada banda de metal Atheros, de Jaraguá do Sul/SC, traz algumas pessoas para a frente com sua primeira música cheia de agitação, demonstrando a incrível presença de palco que possuem.

O público que fica na frente do palco vibra a cada música, se impressionando com os riffes do guitarrista, Marcos Bonetti, que pelo que escutei de um rapaz: “pareciam efeitos especiais”. Além disso, o pessoal acompanhava muito a agitação do contrabaixista Kristian Alexandre, que possui uma grande presença de palco e na música deles também.

Apesar de algumas interferências por problemas técnicos com a bateria que foram resolvidos rapidamente, entregaram uma apresentação e animação fora do comum, fechando o show com chave de ouro com uma música somente instrumental, o que fez muitas pessoas baterem cabeça com voracidade, e que confesso também me deixou com torcicolo!

SUGAR COATED

Para finalizar o festival, a banda organizadora Sugar Coated sobe ao palco, com um caloroso público que se aproxima e se ajunta na frente do palco. Visto que a banda já é conhecida na Box Club, já era de se imaginar que as pessoas ficassem mais confortáveis para se aproximar do palco.

A banda faz a apresentação com muito ânimo, e apesar do vocalista Felipe Condessa estar com o braço engessado, não deixou em momento nenhum de pular e gritar no palco, fazendo o público responder a altura e participar positivamente de todo o show.

Fim do festival e a sensação que fica é que ficamos na torcida para que tenham mais edições. Toda forma de arte e ainda com pessoas com boas intenções no meio, merecem estar cada vez mais nos holofotes. Agradecemos aos organizadores, por terem recebido muito bem toda nossa equipe, em especial ao Felipe.

Futura motociclista, aventureira e amante do metal underground. Nasceu e cresceu escutando e fazendo parte do universo do rock/metal por influência de seu pai, e vem contribuindo e participando cada vez mais dessa cena. É uma leitora voraz dos gêneros suspense e terror, e uma apreciadora obsessiva da música, tendo como filosofia de vida a frase em latim: ''MEMENTO MORI''.