Para garantir que todos acordassem da maneira adequada, às 10 da manhã, conforme previsto no cronograma, a primeira banda já se encontrava no palco passando o som desde as 09:30, e acordando os mais próximos ao palco para iniciar o segundo dia de Bob Rock.

Atheros

Foto por Sidney Oss Emer

Formada por Kristian no baixo, Uriel na bateria e Marco na guitarra e vocais, a banda oriunda de Jaraguá do Sul/SC traz um metal pesado e agressivo, com letras em português que retratam críticas sociais e políticas, em mensagens duras e diretas ao ponto.

Costumeiramente, os festivais colocam bandas com uma proposta mais tranquila como um Rock’n Roll ou algo do gênero para iniciar a manhã. Mas começar com porradaria mostrou que isso também funciona muito bem. Não teve sono que impedisse de arrancar o povo de dentro das barracas para curtir um metal pesado logo pela manhã.

A setlist da banda contou com Inocentes, A Fera, A História e a Invenção, Ukraniano, Pátria Amada, Ingratidão, As Verdadeiras Faces e fechando com a música homônima à banda, Atheros.
Por: Sidney Oss Emer

Lado Errado

Foto por Sidney Oss Emer

Para continuar o som, a banda de Joinville/SC vem com uma proposta diferente, onde é difícil determinar um único estilo ou subgênero para suas músicas.

Composta por Alan Calahani nas guitarras, Dani Fernandes na bateria, Lucas Scaravelli no vocal, Rodrigo Schwarz nas guitarras, Tiago Pospissil no baixo, a banda possui uma sonoridade bastante eclética, que mistura elementos de Rock’n Roll, Heavy Metal, até linhas mais pesadas. Mas com uma essência ligeiramente clássica do Rock. Assim como a sonoridade, as suas letras metafóricas dão amplo espaço para interpretações, e, cantadas em português, falam sobre reflexões da mente humana, conflitos e abordagens filosóficas.

A setlist abriu o show com Ritual, uma de suas canções mais marcantes, e seguiu com, Luz do Vazio, Copo Cheio, As Brasas, Ollho Negro, Mar do Silêncio, Perdão Sem Delação, Fim da Corda, Fuga, e fechou com o seu último single Pó do Olimpo.
Por: Sidney Oss Emer

Dark Maiden

Foto por Sidney Oss Emer

Com a proposta de performar um tributo a um dos maiores nomes do metal mundial, Iron Maiden, a banda riosulense formada por Nilton Loureiro (Vocal), Alexandro Kirchner (Guitarra), Fabricio Juppa (Guitarra), Ademir Amarante (Baixo), Ricardo Batini (Bateria), trouxe para a galera os grandes clássicos da banda britânica.

A setlist da apresentação foi composta por: Aces High, Flight of Icarus, The Trooper, Revelations, Powerslave, Number of the Beast, Fear of the Dark, The Evil That Men Do, e Run to the Hills.
Por: Sidney Oss Emer

 

Antes de iniciar a apresentação da próxima banda, o organizador do Iceberg Rock, Marcos Valério foi incumbido pela organização do Bob Rock de uma grande responsabilidade: Prestar homenagens ao saudoso Charles Hwizdalek, que para os que não sabem, em um lastimável momento de infarto, nos deixou recentemente.

Foto por Sidney Oss Emer

Enquanto segurava o banner que ficou exposto durante todo o evento na área coberta, com uma das últimas fotos tiradas no Bob Rock, Valério, em um emocionante discurso, relembrou a história de Charles com a banda Rhasalon, e tantas outras bandas e headbangers ali presentes, bem como os últimos eventos que ele participara, deixando mensagens positivas e agradecendo pela amizade e todo o apoio ao underground ao longo dos anos.

Rhasalon

Foto por Sidney Oss Emer

O vocalista da Rhasalon, Leonardo Visentainer complementou as palavras, dizendo o quanto a amizade de Charles representa, e declarando que, mesmo a banda tendo tanto tempo de estrada e com músicos com uma certa idade, Charles foi um pai para muitos lá. E este show foi dedicado a ele à digníssima Marla Hwizdalek, que não esteve presente, mas mandou mensagens positivas à banda na noite anterior.

E como se tratava de um show tão especial, a música que o iniciou parece ter sido escolhida a dedo: The Winner’s Tale seguida de All My Love and My Care, ambas do full-length Doctor Death (2016). Também apresentaram seu novo single The Mission e mais duas novas canções Luna e Visions.

Na sequência, uma música um pouco diferente do que costumeiramente ouvimos de Rhasason, mas que carrega a sua característica: No Tomorrow, que na versão de estúdio, conta com a participação de Douglas Sieves (vocalista da banda Balboa’s Punch, a se apresentar na sequência). Por fim, os clássicos Surviving the Judgement, Power of Metal e Soldiers, encerrando assim a apresentação de um icônico nome do Heavy Metal catarinense.
Por: Sidney Oss Emer

Balboa’s Punch

Foto por Sidney Oss Emer

Como eu disse na parte 1 desta cobertura, só os dinossauros do metal estão presentes neste evento. Com um Thrash Metal pesado e agressivo, a banda faz jus ao nome, interpretando de maneira sonora o que seria um soco do campeão Rocky Balboa.

A banda possui uma identidade sonora bastante característica, onde alterna a levada das músicas entre cavalgadas cadenciadas e riffs rápidos e pesados, que, ora uma guitarra se encontra solando, ora outra, sendo Juarez de Souza e Adriano Souza os responsáveis pela avalanche de notas, o que traz esse toque distinto para a banda. A cozinha na bateria de Jailson Oliveira e o baixo de Gui Lungen casam perfeitamente, dando peso, corpo e conduzindo as músicas, que por fim, são preenchidos pelos potentes vocais de Douglas Sieves, onde é visível ver a energia entregue no palco.

E aqui cabe um comentário pessoal deste que vos escreve, sobre os vocais, pois a última vez que vi o Douglas cantando, foi na banda Capitain Cornelius, literalmente com outra roupagem, outra abordagem. E é interessante ver a versatilidade do músico atingida, ao comparar os dois trabalhos.

No fim do show, após a apresentação da sua mais nova música Supremacy a banda foi ovacionada, pelo público que estava ávido por aquele pesado metal.
Por: Sidney Oss Emer

Frade Negro

Foto por Sidney Oss Emer

E para a tristeza dos sobreviventes, chegamos à apresentação da última banda do fest: Frade Negro, que também possui uma grande história no metal catarinense. Diretamente de Jaraguá do Sul/SC, a banda formada em 2004 atualmente conta com Rodrigo Santos nos vocais, Marcos Strelow no baixo, e estreando dois novos integrantes neste fim de semana: Marcos Danna na guitarra e Felipe França na bateria, sendo o segundo show da banda com os novos integrantes.

Por se tratar de novos músicos (na banda, pois ambos já possuem experiência em outros projetos, como Spiritus Diaboli e Atlantis, respectivamente), a banda apresentou bastante entrosamento e sinergia no palco, ainda com o agravante da “transição de carreira” de Felipe França, que deixou o o baixo para assumir as baquetas.

Mas tudo correu muito bem, em um show marcado por grandes clássicos da banda, onde a setlist foi composta basicamente por canções dedos álbuns The Attack of the Damned (2015) e Black Souls in the Abyss (2012), sendo Edge of The World, Lost in The Fire, The Dead Walk, The Snake Smoked, Souls in The Abyss, Hate e Maximum Destruction.
Por: Sidney Oss Emer

ANÁLISE TÉCNICA

Estrutura: A área de estacionamento que também serviu para camping, abrigou os veículos e as barracas dos presentes, com um bom espaço para circulação e montagem de estruturas como tendas e lonas para os que vieram mais equipados.

Durante a madrugada, e na manhã do domingo houve chuva, porém, nada que atrapalhasse a continuidade dos shows, pois haviam tendas no palco e para o público, emendando-se com a entrada da área coberta que dava acesso ao bar, cozinha e banheiros.

Som e Luz: À frente da equipe técnica, Cleiton (Falcãozinho) coordenou toda a sonorização e iluminação da NewSom, de forma prestativa e atenciosa aos detalhes e pedidos específicos dos músicos. Como normalmente acontece, durante a troca de uma banda para outra, ocorre a necessidade de ajustes que foram prontamente atendidos.

Horários: Mesmo o festival teve alguns contratempos, como o cancelamento da banda Starshock e os imprevistos técnicos da Magnólia, de um modo geral os horários foram respeitados, e não houve grandes diferenças, nem impacto no cronograma.

Cast: Uma lista relativamente eclética que envolveu variados subgêneros do rock e metal, bem distribuída e que aparentemente atendeu às expectativas do público quando a sua disposição.

Bar/Cozinha: O bar contou cerveja, chopp (pilsen, ipa, vinho) e cuba, enquanto a cozinha dispunha de lanches, espetinho, pastéis e café.

Foto por Sidney Oss Emer

E assim, finalizamos o último dia deste evento que nos trouxe consagrados nomes do underground  brasileiro, além de nos propiciar um show internacional de peso, além de um fim de semana incrível para rever os amigos, tomar uma cerveja, assar uma carne, e claro, curtir aquele som.

Agora esperamos por outras edições em breve, para ter mais uma opção no calendário anual de eventos dos headbangers.

E se você não viu a primeira parte da cobertura, clique aqui, onde falamos sobre o que aconteceu no primeiro dia.

Até a próxima!

Especialista em cybersegurança, acordeonista e tecladista. Entusiasta de fotografia, já foi fotógrafo e redator nos projetos Virus Rock e Opus Creat. Não limitado a um subgênero do metal, tem como preferências: folk metal, doom/sinfônico, death metal, black metal, heavy metal. Gaúcho de coração, valoriza a cultura tradicionalista gaudéria, a qual inspira suas composições nas bandas em que toca. Interesses globais: Música, ciência, tecnologia, história e pão de alho.