Início Cobertura de Eventos Cobertura: Dogma + Fabio Lione e Orquestra Sinfônica (São Paulo/SP)

Cobertura: Dogma + Fabio Lione e Orquestra Sinfônica (São Paulo/SP)

O último show do “Mago” Fabio Lione e de sua turnê com Orquestra Sinfônica, aconteceu no dia 18 de maio, no Teatro APCD, numa noite de domingo nem quente nem fria. Além disso, com um ótimo pipoqueiro na porta do teatro fazendo a alegria dos adultos que ainda gostam de pipoca doce.

Foi uma turnê rápida, com apenas 20 dias, porém com 15 shows, praticamente seguidos, sendo que os últimos três, ocorreram neste fim de semana na capital paulista.

Dogma

O Dogma, banda convidada para a abertura do evento, subiu ao palco de forma pontual. O grupo das freiras profanas tem participado de grandes eventos, e ganhando aplausos de cada vez mais e mais fãs.

Particularmente as músicas me agradam, tenho uma certa facilidade de curtir Hard Rock com melodias marcantes. O show, apesar de bem executado, foi um tanto quanto estranho. A banda não se comunica, apenas toca e vai embora. Nem avisar a chegada da última música elas o fizeram, só cumprem o serviço do dia, batem o cartão ponto e pegam o trem para casa.

Primeiro ponto dito, o que também achei esquisito foi o mapa de palco delas, onde as duas guitarras ficaram juntas lado a lado, e a baixista sozinha no lado oposto. O habitual é deixar as guitarras uma de cada lado. Mas, afinal isso não muda nada no som, o que muda mesmo é essa coisa laboral de fazer show. Mesmo que a proposta da banda seja de menos interação, é importante um mínimo de comunicação com o público. 

Por fim, para coroar o meu descontentamento, todos os teclados e vozes de apoio estavam no VS (Playback / Pré-gravação). Já mencionei aqui uma centena de vezes o quanto isso me incomoda.

Setlist Dogma:

1. Intro
2. Forbidden Zone
3. My First Peak
4. Made Her Mine
5. Banned
6. Carnal Liberation
7. Like a Prayer (Madonna cover)
8. Bare to the Bones
9. Make Us Proud
10. Pleasure From Pain
11. Father I Have Sinned
12. The Dark Messiah
13. Tubular Bells (Theme From The Exorcist)

Fabio Lione e Orquestra

Troca de palco rápida, músicos em posição, luzes se apagam e começa o espetáculo de Fabio Lione. Nunca havia assistido a um show grande desse jeito sentado, como em um cinema. Foi bem esquisito, mas, ao mesmo tempo, acolhedor para o velho que sou.

O que falar da banda sem ser tendencioso? Vamos aos pontos:

Primeiro, cresci ouvindo Rhapsody;

Segundo, o tecladista em ação é o Flávio Sallin, que amo de paixão, e que é um músico absurdamente monstruoso (tenho uma banda junto com ele, a OmniCode, posso falar com propriedade sobre a competência);

Terceiro e último ponto, os músicos da Orquesta! Precisa falar mais? Um coral, um naipe de sopro e um de cordas. Simplesmente fantástico.

A banda toda foi impecável, todos muito felizes de estarem ali e com um resultado musical impressionante.

Fabio estava visivelmente cansado por causa da intensidade da turnê, mas em momento algum deixou que isso refletisse na performance ou em sua voz. Fez questão de elogiar os músicos, de ir perto de cada um e demonstrar seu contentamento.

O contato com o público foi muito intimista, até mesmo delicado. Fez questão de contar histórias, dar risadas, fazer piadas e com isto, conectou-se ainda mais com os fãs.

Assisti ao Rhapsody of Fire e agora, ao Fabio Lione solo. É uma diferença um tanto quanto desigual. Além disso, as músicas ganham outro peso e expressão quando executadas com Orquestra.

O evento foi divulgado como Symphony of Enchanted Lands na íntegra, mas foi muito mais. Ao todo foram executadas 19 faixas.

Setlist Fabio Lione 

1. Epicus Furor
2. Emerald Sword
3. Wisdom of the Kings
4. Heroes of the Lost Valley
5. Eternal Glory
6. Beyond the Gates of Infinity
7. Wings of Destiny
8. The Dark Tower of Abyss
9. Riding the Winds of Eternity
10. Symphony of Enchanted Lands
11. In Tenebris
12. Knightrider of Doom
13. Land of Immortals
14. The Wizard’s Last Rhymes
15. Rain of a Thousand Flames
16. Lamento eroico
17. Holy Thunderforce
18. We Are the Champions – Queen cover
19. Dawn of Victory

Vale registrar também, que na última música, foi chamada ao palco a baixista do Dogma. Nesse momento, o fim iminente e a explosão dos fãs a fizeram ter um pouco mais de conexão com o público.

E assim foi o fim dessa turnê incrível, com uma generosa pitada de nostalgia e um teatro lotado para ouvir as músicas épicas, que marcaram a adolescência de muitos que estavam ali. E também, dos que ainda estão no auge da descoberta do Metal Sinfônico e formando suas próprias memórias de artistas de outros tempos. 

Certo que o chamado “Metal Espadinha” com dragão e castelos, parece que já cansou, mas quando todo mundo canta junto o refrão da épica Emerald Sword ou de Holy Thunderforce, você para e pensa que afinal, ainda é legal pra caramba!

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.