Ùltimo dia de fest!
Já amanhece com aquela tristeza de saber que tá acabando, mas vamos lá, ainda tem muita coisa pela frente. Muitas barracas já estão sendo levantadas, afinal, um evento que traz gente de todo o canto do brasil, faz o povo ter que viajar de longe, mas obviamente um percurso que vale a pena.
COBERTURA MANIACS METAL MEETING 2018 | O SUBSOLO
Antes de falarmos das bandas, acho interessante destacar alguns pontos da estrutura e da organização do Maniacs Metal Meeting 2018. Coisas que deram certo devem ser mantidas, sendo assim, as pulseiras RFID se mantém firmes e fortes desde a primeira edição, tanto para autenticação de entrada quanto para moeda de troca, ajudando dessa forma, o povo beberrão a não perder seu precioso dinheiro pelos cantos do acampamento. Falando em povo beberrão, a manutenção do bar aberto, este ano foi a alegria do pessoal que pode comprar seu gole até altas horas da madrugada.
O problema fica por conta do sinal de internet que nem sempre colaborou para deixar ágil o atendimento do pessoal dos tickets. Mas nada que causasse transtorno. De todo modo, fica a dica para o evento de repensar a infra estrutura de rede para a próxima edição.

Por outro lado, uma coisa que se vê em poucos eventos, foi a área destinada à imprensa (especificamente audiovisual), que contou com uma grade de contenção extremamente reforçada e uma área restrita de de aproximadamente 25m² para fotografia e filmagem na frente do palco. A área de entrevistas, apesar de próxima ao palco, teve seu momento de destaque também.

Maniacs Metal Meeting 2018
Se você acha que a manhã de um domingo tem que começar com uma banda tranquila pra acordar aos poucos, melhor rever seus conceitos. Deadnation – Tubrarão/SC, acende a tocha do terceiro dia de evento com um death metal old school violento, o qual acordou aqueles que ainda se encontravam em suas barracas, ou vagando pela fazenda. Muita técnica e experiência pode ser conferida na banda que com 2 anos de estrada, mostra que a carreira será longa e sólida.
Deadnation – Death Metal
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Em função de problemas logísticos envolvendo o baterista, a banda de death metal God of Carnage – Campo Grande/MS não pode se apresentar.

Exaltando peculiaridade, o duo Decadência – Curitiba/PR, nos trouxe um som ímpar, em uma união (aparentemente) improvável de acordeon e bateria. Instrumentos bastante distintos mas que harmonizaram muito bem, e tiraram risos, moshs as famosas “dancinhas folk” da galera com uma levada ora regionalista, ora mergulhada entre gêneros, e letras que justificam o nome da banda, e falam sobre as mazelas do ser humano e as corrosão social massiva na qual vivemos.
Notório trecho da apresentação, foi quando o duo interpreta no seu estilo “decadente” como eles mesmos descrevem seu som, o tradicionalíssimo canto antifascista Grândola, Vila Morena.  A poucas músicas que antecediam o fim da apresentação, Nelio Gomes dá lugar ao convidado Ismael, que assumiu a bateria. O fim do show foi firmado através da interpretação de uma canção que homenageia o mestre Luiz Gonzaga, a grandeza e a garra do povo brasileiro, ao som de Asa Branca, óbvio que no estilo “decadente”.
Decadência – Crust/Folk
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Metal extremo foi a palavra de lei no MMM2018, e Wargore – Cascavel/PR também com 2 anos de estrada, mandou um death metal raiz pra esquentar o chão da frente do palco MMM. Que passou o som do seu EP Between Evil and Death(2017) entre outras.
Wawrgore – Old School Death Metal
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Pra quem gosta de um terror, Offal – Curitiba/PR touxe uma dose bem forte, com letras que tratam de casos de terror e psicopatia, nos quais o vocalista incorpora a interpretação, e dá vida às palavras proferidas. Numa mistura de death metal com gore, a combinação não poderia ser mais brutal.

Offal – Death Metal


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Mantendo a porradaria, Hutt – São Paulo/SP veio com um grindcore violento, destacado pelo fato de nuances executadas durante as músicas, desmitificando a retidão famigerada que o estilo carrega. Além de seus trabalhos mais antigos, apresentaram também músicas do mais recente disco Apocalipster(2018). Uma apresentação rápida, rasteira e sem frescuras.
Hutt – Grindcore
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Muito aguardados durante o evento, antes mesmo de subir ao palco, mesmo em se tratando de um domingo à tarde, onde como foi dito no início desta matéria, muitas pessoas precisam ir mais cedo, e acabam por não ver todas as apresentações, Sextrash – Belo Horizonte/MG, acumulava uma grande quantidade de pessoas em frente ao palco, que esperavam pela última fagulha de metal deste tão longo e ao mesmo tempo, tão curto evento. Death metal de qualidade, atestado pelos mais de 30 anos de experiência, não faltou mosh até a última música. Mas pra quem esperava uma fagulha, recebeu de fato, uma chama bem acesa. Destaque mais uma vez para os discursos em prol da unificação da cena como mencionado nas matérias anteriores (Se você não viu, o link estará no fim desta matéria). Ao fim da última música, Sexthrash dedicou show a todos, como de praxe, mas em especial aos conterrâneos da banda Holocausto, pelo infortúnio de não poderem comparecer ao fest.
Sextrash – Death Metal
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É interessante observar que muitos músicos de bandas que talvez nem tenham se encontrado no backstage ou no camping, em função de suas agendas, tiveram discursos semelhantes com relação à cena Underground e política. Uma vez que o evento ocorreu num período caloroso da política brasileira, nada mais natural que um dos estilos mais expressivos com relação a temas da sociedade, manifestarem suas opiniões. Foram palavras importantes de que deveriam servir de exemplo para as demais bandas levarem adiante e o público [que não apoia], entender que criar “patotinhas” de gêneros ou não apoiar as bandas do Underground não faz parte da tão estimada e por vezes utópica “Cena ideal”. Destaques para as palavras das bandas Sad Theory – Curitiba/PR e Facada – Fortaleza/CE, que se apresentaram no sábado, no domingo, Decadência – Curitiba/PR e Sexthrash Belo Horizonte/MG que fechou com chave de ouro, o ciclo de apresentações no fim da tarde.

Maniacs Metal Meeting 2018

O Subsolo faz agradecimentos especiais às irmãs Liziane e Laura da organização, Steph da coordenação de imprensa que orquestrou a logística de mídia de forma magistral com os recursos disponíveis. Nenhuma banda começava o show sem o puxão de orelha do Wilba (o mestre de cerimônia mais irreverente dos festivais), no público que tava moscando lá fora em vez de estar na frente do palco. Aos demais canais de imprensa que não veem os colegas como concorrência, e sim, como parceiros que se ajudam mutuamente quando necessário, fazendo a Cena se fortalecer ainda mais.
Patrick da Sague Frio Produções pela força e compreensão em momentos críticos. E, obviamente às bandas, que são o conteúdo do nosso trabalho, e ao público, a quem se destina o nosso trabalho.

Estamos ansiosos pela próxima edição!

Se você não viu as outras partes desta cobertura, pode ver nos links a seguir:




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Especialista em cybersegurança, acordeonista e tecladista. Entusiasta de fotografia, já foi fotógrafo e redator nos projetos Virus Rock e Opus Creat. Não limitado a um subgênero do metal, tem como preferências: folk metal, doom/sinfônico, death metal, black metal, heavy metal. Gaúcho de coração, valoriza a cultura tradicionalista gaudéria, a qual inspira suas composições nas bandas em que toca. Interesses globais: Música, ciência, tecnologia, história e pão de alho.