Seguindo a ordem das apresentações, chegamos ao segundo dia de evento, foi mais tranquilo no que diz respeito ao clima, uma vez que já não havia mais a chuva que tanto ameaçava despencar novamente. O dia ensolarado propiciou a montagem de uma pequena piscina na entrada do galpão, para o pessoal se refrescar e descansar entre um show e outro. Para os mais naturistas, havia opção de trilha na cachoeira, também.
Outra opção de entretenimento alternativo disponível foi a tirolesa. Apesar de não muito movimentada, houve quem quisesse aproveitar.
Antes da primeira banda se apresentar, conforme o cronograma, tivemos uma banda de um homem só. Na gaita de boca, na guitarra, na percussão e no vocal, Roberto Corrêa Scienza compõe o projeto Rope Bunny, o qual apresentou um blues de excelente qualidade para acordar o pessoal que ainda estava de ressaca da noite anterior.
Rope Bunny – Blues One Man Band |
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Ao raiar das 14:00, a banda Grimpha – Curitiba/PR sobe ao palco para espalhar sangue pra todos os lados. Além das consagradas e clássicas canções do EP Induced Hate, apresentaram seu novo som, intitulado Spreading the Underworld, muito bem executado, por sinal, com passagens rápidas e uma pegada pesada, do jeito que quem curte uma pedrada na orelha gosta.
Quem visitou o stand da banda, pode encontrar a cachaça Maracataia personalizada, rotulada com a capa do EP supracitado.
Grimpha – Death Metal |
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Em uma pequena alteração no cronograma das bandas, Crotch Rot subiu ao palco às 15:00, e mandou um goregrind polêmico e divertido. Letras explícitas e cômicas ao mesmo tempo, somadas à energia dos integrantes, que executaram o show inteiro com uma grande presença de palco e sintonia com o público. O vocalista “Muringa” não poupou criatividade na hora de usar o microfone.
Crotch Rot – Gore Grind |
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Conforme falamos parte I desta cobertura, polêmicas sobre machismo envolvendo integrantes de bandas e organização [se você ainda não viu essa postagem, pode fazê-lo clicando nesse link], nada mais justo que uma banda composta somente por mulheres [Eskröta – SP], soltando a letra sobre esse assunto que até hoje é motivo de polêmica em muitos meios, inclusive no Underground, o qual todos os que compõem a cena dizem ser tão unidos. Enfim, a presença das meninas no palco, por si só já era suficiente para mostrar que elas sabiam o que estavam fazendo. Mas, não contentes com isso, mandaram um Thrash/Crossover de primeira, pesado, veloz e com letras abordando temas importantes da sociedade como fascismo, machismo e negligência das autoridades.
Eskröta – Thrash Metal/Crossover |
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Para os fãs do bom e tradicional Heavy Metal, a banda Symmetrya – Joinville/SC trouxe ao público um pouco de sua trajetória, apresentando os trabalhos mais antigos, e algumas canções do então novo álbum Beyond the Darkness(2018), além de covers de Manowar e Black Sabbath (Warriors of the World e Heaven and Hell respectivamente).
Symmetrya – Melodic Heavy Metal |
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Enquanto rola o heavy metal no palco do Maniacs, do lado de fora, temos o Grupo Medieval Wind, formado exclusivamente para o Maniacs Metal Meeting. Com membros das bandas Jornada Ancestral – Curitiba/PR | São Bento do Sul/SC | Jundiaí/SP (música antiga/medieval) e Tandra – Curitiba/PR (folk-metal). Com gaita de fole, percussão e violão, fizeram um ritmo enérgico e alguns solenes, buscando trazer da melhor forma, o espírito ancestral numa apresentação ao ar livre.
Medieval Wind – Folk Medieval |
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Logo a quebraceira voltou ao palco com Rot – São Paulo/SP. Aquele grindcore podrão, mas com qualidade técnica atestada. Pra quem esperava músicas “quadradas” e simples, se surpreendeu. E pra quem tava a fim de quebrar o pescoço nos moshs, a dupla de vocalistas não deu trégua e a banda trouxe nada mais nada menos que um setlist com 28 (vinte e oito) músicas para aveludar os ouvidos dos presentes.
Foram elas: Humanity Has Begun, Posterity Induced Reality, Elegance Of Life, Indiferent, Insane, Stone Cold Walls, Face The Facts, Sheeple(Menal Paralisys), Eternal Sunday, Cynical Excuse, Drowned In Restrictions, Horizonte Invertido, Happy Absurdity, No Will To Change, Restricted, 8′ Owly It Is Coming, Uncertain Future, This Silent World, Miss Pisarev, Another Kind Of Prision, Life Will Serve Life, Dethroned Certainty, Decreased Possibilities, Destroy Everything, Post Mortal Promisses, Worshiping Their Own Promisses, Subversive Not Alternative, Technologic Error.
Rot – Grindcore |
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A noite se aproximando e com ela a obscuridade do som de Paradise In Flames – Santa Luzia/MG. Com uma levada misteriosa e técnica, o trio nos trouxe um som de alta qualidade e performance, tanto sonora quanto visual. Com os teclados ficando a cargo do vocalista e guitarrista A. Damien, a tensão e peso foram garantidas desde a primeira música, que apresenta o single Hell’s Now(2018) até a última The Tepes, fruto do EP Empire in Ashes(2003).
Paradise in Flames – Black Metal |
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Outro ponto culminante da noite, foi a apresentação de Cemitério – São Pulo/SP. Durante o dia, já se ouvia comentários sobre expectativa do show, que se confirmara às 19:40 da presente data.
Com a temática “Terror” em mãos, trouxeram músicas que retratam algumas histórias conhecidas do público que é aficcionado por este tema, conforme podemos conferir no set executado:
A Volta dos Mortos Vivos, A Vingança de Cropsy, Quadrilha de Sádicos, Holocausto Canibal, Sexta-Feira 13, Tara Diabólica, Oãxiac Odéz, Ela Voltou (Para Levar Sua Alma), Encarnou no Seu Cadáver, O Dia de Satã, Sentinela dos Malditos, Natal Sangrento e terminaram o show de horror com Pague Para Entrar, Reze Para Sair.
Cemitério – Death Metal |
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Mais um show de performance visual no palco, com Creptum – São Paulo/SP. A tradicional banda de black metal, formada em 2001, trouxe um set canções antigas mescladas a lançamentos para o novo álbum VAMA(2019), como Transformation, VAMA e Reborn in Darkness.
Creptum – Black Metal |
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Como foi perceptível, o cast não estava para brincadeira, de modo que, mais um show comentado mesmo antes de acontecer foi o da banda Facada – Fortaleza/CE.
Com toda a estrutura montada em frente ao palco, a grade de contenção pareceu frágil, diante da violência do som ali presente. Entre uma música e outra, foram feitos pequenos discursos sobre machismo, fascismo, racismo entre alguns outros calos da sociedade.
Pudemos constatar, discursos semelhantes em outras apresentações também. Parece que havia uma sinergia entre as bandas presentes nesta edição do Maniacs Metal Meeting. Isso mostra que a chama da união do Underground ainda está acesa, e que o motivo das letras que protestam, ainda existe de fato.
Facada – Grindcore |
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Por motivos logísticos, a banda Murder Rape – Curitiba/PR, que já se encontrava instalada no evento, se apresentou antes da banda The Evil, programada para ser a próxima apresentação. Bem, trazendo o velho bordão dos professores de matemática e física, “A ordem dos fatores não altera o produto”, uma vez que a qualidade do som, e o envolvimento da banda com o público de mais uma velha de guerra, tenham sido excepcionais. Cabeças de porco empaladas, coroadas com arame farpado e jogadas ao chão do palco, juntamente com dezenas de hóstias espalhadas para o público, contribuíram para a montagem do cenário profano, para a execução do mais cru black metal já visto naquela noite.
Murder Rape – Black Metal |
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Enquanto a banda The Evil se prepara para subir ao palco, no lado de fora do galpão, o grupo Falak’s começa sua apresentação folclórica-teatral, com muita dança do ventre, misticismo e pirotecnia, e contou a história da Serpente Cósmica que dá nome ao grupo.
Falak’s – Dança do Ventre e Teatro |
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Ao término da apresentação de Falak’s, The Evil – Belo Horizonte/MG, já estava a postos ao palco, dando forma à grande mistura de doom, grunge, sludge, stoner, entre outros estilos, deixando seu som pesadíssimo e carregado de interpretação. Destaques para a qualidade técnica na execução de todos os instrumentos, digna de uma apresentação de câmara, e da potente voz de Miss Aileen.
Os que não conheciam (inclusive este que vos escreve) ficaram impressionados com a performance da banda que além da indumentária peculiar que contava com grandes mantos, véu e máscaras, deixando um ar de mistério ao público. Também adornaram o palco com velas aromáticas entre outros itens. Ao fim da apresentação, foi feita uma reverência aos pais do doom metal passando a música Back Sabbath.
The Evil – Doom Metal |
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Holocausto – Belo Horizonte/MG
Um show aguardado por muitos, porém, lamentavelmente não pudemos apreciar.
[Nota da Organização do Maniacs Metal Meeting]
Infelizmente a banda Holocausto não pode comparecer ao evento, mas em nota, informou que em detrimento dos problemas enfrentados junto à companhia aérea, não foi possível que nos agraciacem com sua apresentação
“Em virtude do cancelamento do voo por parte da empresa LATAM, a banda Holocausto não poderá se apresentar no Maniacs Metal Meeting 2018.
A organização do evento e a banda Holocausto lamentam muito o ocorrido”.
[Nota da Banda Holocausto]
“O pessoal da MMM antecipadamente e de forma organizada nos contratou e nos enviou as passagens com aproximadamente 3 meses de antecedência , as passagens eram pela companhia LATAN hoje sairiamos de BH/MG as 6:15 da manha e chegaríamos a Curitiba AA 9:20 da manha fazendo convecção em SP. Entretanto quando chegamos hoje as 5:00 no aeroporto de Confins em BH, o pessoal da LATAN disse, sem mais nem menos e sem avisar, que o vôo foi cancelado. Apos explicar MOS que tínhamos um espetaculo a cumprir, o pessoal da LATAN tentou junto a Companhia GOL nos encaixar em algum vôo para Curitiba, em principio um vôo as 13 horas com chegada prevista em Curitiba as 19:45, estávamos aguardando o remanejamento do vôo, quando veio a noticia que em fincão do mal tempo a GOL, cancelou este vôo também. Desta forma inviabilizando nossa presença no MMM, muito infelizmente e lamentavelmente.
Assim a Companhia LATAN, alegou que em função do mal tem nem as Companhias aéreas Azul e Avianca também não tinham vôos para Curitiba, principalmente em função do mal tempo de hoje!!!
Lamentamos muito o ocorrido e não foi culpa dos organizadores competentes do MMM e não foi culpa nossa, pois sempre cumprimos com seriedade, compromisso e consideração aos fans todos nossos shows e lamentamos que no Brasil as Companhias aéreas tratem seus clientes com esta falta de consideração e compromisso profissional.
Caso a Companhia aérea LATAN tivesse comunicado ao passageiros ou aos compradores das passagens previamente do cancelamento do vôo, poderíamos ter reunido esforços e comprar novos bilhetes, mas em face da falta de compromisso da LATAN com seus clientes tas fato não foi possível de contornarmos. Podem contar conosco em um próximo festival ou show que sera um lazer tocarmos para o pessoal do metal extremo de Rio Negrinho e região”.
Do jeito que as coisas andam, o desejo de todos, é que a noite não acabe. Sad Theory – Curitiba/PR sobe ao palco e se depara com muitas pessoas ainda sedentas de metal violento [e estamos falando de quase 02:00 da manhã], algo incomum de acontecer por aí. Bom, já que é assim, a banda aproveitou o embalo da galera que não parecia estar muito a fim de dormir, e mostrou o seu trabalho de forma magistral. Muita técnica envolvida, muitas notas por segundo e um entrosamento entre os integrantes, que justifica os 20 anos de experiência do grupo.
A mistura de death metal técnico com elementos do metal progressivo caiu muito bem para saciar a sede daqueles que ali esperavam por porradaria e qualidade.
Sad Theory – Melodic Prog Death Metal |
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Infelizmente, por motivos técnicos, não pudemos presenciar o show da banda Trator BR – Bauru/SP.
Mais um toque de diversidade no cast, é dado com a apresentação de Opus Tenebrae – Santos/SP.
Entoando canções fortemente embasadas em coro, carregadas de energia e interpretação, a banda trouxe um celtic black metal que nos remete à Europa medieval. O destaque fica por conta dos elementos incomuns como coro de vozes constantemente utilizados, gaita de fole, e tambor, além dos instrumentos tradicionais. Sem sombra de dúvida, para quem curte um som diferente dos estilos tradicionais, Opus Tenebrae é uma boa opção para se conhecer.
Opus Tenebrae – Celtic Black Metal |
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Se você ainda não viu a primeira parte da cobertura, pode vê-la clicando nesse link.
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ROT | PARADISE IN FLAMES | CEMITÉRIO | CREPTUM | FACADA
THE EVIL | MURDER RAPE | HOLOCAUSTO | SAD THEORY | TRATOR BR | OPUS TENEBRAE
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