The Devil Wears Prada, banda americana de Metalcore, que não pisava em solo tupiniquim há 13 anos, proporcionou uma noite enérgica no Jokers Pub, em Curitiba. O show aconteceu no dia 16 de agosto de 2025, e contou com a abertura da banda brasileira Crowning Animals. A produção ficou a cargo da Liberation.
Logo no início da noite, os fãs da banda Crowning Animals puderam se deliciar no stand do merch da banda. Vale a pena mencionar, que o grupo brazuca possui uma camiseta muito bem elaborada e criativa, o que tornava seus fãs maioria entre os presentes, e foi o hit fashion da noite.
Crowning Animals | Post Hardcore | Curitiba/PR
Pontualmente às 20:30, o Crowning Animals entra em cena, um trocadilho que cai como uma luva no palco do Jokers Pub, tendo em vista as cortinas vermelhas, que lembram os espetáculos de outrora.
Inicialmente, faz se necessária a seguinte observação – Que a banda possui muitos fãs, não é novidade, mas presenciar a movimentação e o fervor deles, logo nos primeiros acordes, foi um presente. A área em frente ao palco, ficou intransitável.
Além disso, o grupo faz parte da cena underground de Curitiba e já é sucesso onde quer que toque. Ultimamente tem sido escolhida para abrir os concertos de várias bandas internacionais, devido ao seu talento e profissionalismo, aliados ao estilo Punk Rock e Hardcore da banda. E esbanjando simpatia, os integrantes do Crowning Animals executam a caótica Catharsis para aquecer o público.
Por volta das 20:45, o vocalista Vitor Shaw, com muito entusiasmo, agradece ao público, por ter comparecido em peso ao show. E sem demoras, anuncia a execução da música Swegaru cujo videoclipe estreou há poucos dias. Na sequência, Whish I Knew, com riffs pesados e ritmados. Após os moshs do público, batidas e pedal duplo rolando soltos, chegam as despedidas, com Bus stop e Lunchbag. Foi a primeira vez que assisti ao show do grupo curitibano, e confesso que me surpreendi muito com a mistura “Mainstream” e “Underground”. Excelente surpresa antes da banda principal.
Formação: Vitor Shaw (Vocal), Cleyton Cruz (Guitarra), Lara albuquerque (Guitarra), Phelype Maito (Bateria) e Caio Sakiyama (Baixo).
Setlist: Catharsis, Pack My Bags, Gees & Malone, It’s True, Swegaru, Wish I Knew, Bus stop, Lunchbag
The Devil Wears Prada | Metalcore | EUA
Após uma pausa para a troca de instrumentos e afins, o espaço de shows do Jokers começa a lotar novamente. Não sobram espaços vazios nem mesmo no camarote. Inclusive, para quem possui uma baixa estatura, e ansiava em ver os músicos ao vivo, as alternativas foram: o fundo/corredor e celular em mãos, de preferencia posicionado bem acima da cabeça.
E por volta das 21:15, os testes de som tornam-se audíveis para a plateia, o que deixa a ansiedade quase incontrolável, tendo em vista as cortinas aveludadas em tom escarlate, já mencionada anteriormente. A aglomeração aumenta na pista e os beirais do camarote ficam cada vez mais abarrotados de gente.
Finalmente chegou o momento, com vocês: The Devil Wears Prada. Faltam palavras para descrever a catarse coletiva do público. E para quem, como eu, estava no camarote (área de mezanino), dava para sentir o chão literalmente balançar embaixo dos pés. Por outro lado, proporcionava uma visão ampla dos fãs, literalmente colados ao palco. E foi com a tímida entrada dos músicos, que se deu início aos primeiros acordes.
O The Devil Wears Prada, possui uma peculiaridade em suas composições, que misturam muito bem melodias e peso, vocais guturais e uma pegada mais Punk Rock. Esses elementos do Metalcore tornam o som da banda acessível a todos que gostam de um bom som pesado e também um momento ritmado e descontraído. Realmente surpreendente aos ouvidos e um excelente escape à mesmice.
Portanto, sem mais, vamos ao show. A interação dos músicos estava ótima. cozinha mandando pedradas, guitarras afinadas, vocais alternados. As primeiras músicas não deixaram ninguém respirar, somente após trinta minutos de show, vieram as interações com a galera presente. Em sua maioria com o vocalista Mike Hranica, detentor de uma “vibe” fora de série, que colide em harmonia com os vocais melodiosos e guitarras de Jeremy DePoyster. Ambos falavam muito com os fãs, expressando a alegria do momento, e é claro, felizes com a casa cheia.
Importante salientar a emoção demostrada pelos músicos, por estarem de volta ao país, e novamente, não era expressão robótica estampada na maioria das bandas, aqueles sentimentos eram reais. Pelo menos para quem estava lá. Também, não é de se esperar menos, após tantas perdas recentes.
Ademais, a noite foi repleta de clássicos, como Broken, Ritual, Dez Moines e um momento simbólico durante a execução de For You, onde Jeremy pega uma bandeira do Brasil e dança no embalo da música. Além disso, não faltaram piadas, algumas envolvendo a famosa “Caipirinha”, camiseta de time de futebol e um grito em uníssono por parte do público: “Ei São Paulo! Vai tomar no c.”.
Após o “caos do bem”, cotoveladas, empurrões “educados”, um “pinga, pinga” misterioso vindo do teto no corredor que une os dois ambientes da casa. Enfim, chega o momento ao qual todos anseiam e ao mesmo tempo traz a famosa melancolia, é o final do show, todo fã reconhece as músicas do Bis e sente o tal “aperto” no coração.
Final digno com canções para tirar do lugar, quem ainda estava parado, Sacrifice, Chemical e Hey John, What’s Your Name Again?. Enfim, uma noite de músicos de alto escalão, para ficar na história de Curitiba!
Formação: Mike Hranica (vocal), Jeremy DePoyster (guitarra e vocal), Kyle Sipress (guitarra), Mason Nagy (baixo), Jonathan Gering (teclados) e Giuseppe Capolupo (bateria).
Setlist: Watchtower, Danger: Wildman, Born to Lose, Salt, Broken, Ritual, Reasons (Excision cover), Noise, Reptar, King of the Ozone, Escape, For You, Dez Moines, Chemical, Sacrifice, Dogs Can Grow Beards All Over, Hey John, What’s Your Name Again?
Texto: Paula Butter
Fotos: Chris