Cara, como assim um show numa quarta feira entre natal e ano novo?
Povo viajando, bêbado ou trabalhando, quarta feira é cruel!
Enfim, cá estamos, noite chuvosa, cidade vazia por causa das férias escolares, quem ficou na cidade está trabalhando feito louco pra conseguir fechar o ano e eis que temos um evento: The Ocean + Labirinto no Carioca!
Infelizmente o Labirinto precisou cancelar o evento e eu fiquei bem triste por isso, estava bem a fim de assistir. O que me deixou feliz foi que quando cheguei no evento me deparei com algumas pessoas usando a camiseta do grupo, nota 10!
A casa abriu pontualmente às 19h00, mas eu só consegui chegar às 20h00, pois saí do trabalho às 19h00 (sacanagem). Ao chegar me deparei com o menor público que já vi nesta casa, fiquei deveras preocupado. Conforme o horário foi passando, o público chegou e o evento foi adiado 20 minutos para dar tempo de mais gente chegar.
Infelizmente, mesmo às 21:20, poucas pessoas chegaram, a casa trabalhou com menos da metade da capacidade. O interessante é que por menor que o público fosse, eram todos fãs realmente apaixonados que, independente do número, fizeram o show acontecer.
Vamos ao show: Cortinas se abrem, para minha total alegria percebo que as luzes de frente do palco estão posicionadas lá no fundo (uhuuu) e palco todo apagado exceto por spots de luz vermelha por cima do tecladista e som na caixa!
Público totalmente receptivo e animado, banda começa o show com Triassic, e nota-se claramente o calor humano sendo transmitido entre o público ali da frente e a banda. Todos se mostram muito contentes de estar ali com muitos sorrisos e cumprimentos ao público da linha de frente.
O som da banda é bastante atmosférico porém cheio de energia. Me incomoda muito o fato do The Occean se movimentar pouco no palco e agitar pouco. Nas duas primeiras músicas, o vocalista Loic Rossetti faz alguns movimentos, umas dancinhas, mas logo depois já toma uma postura muito mais contida e se movimenta pouco. Há momentos de grande comoção, como em dois pontos ao longo do show em que ele se joga do palco e o público faz questão de fazê-lo levitar enquanto canta. Sensacional.
Ponto alto do show, sem dúvida, foi durante a execução de Bathyapelagic I: Impasses, que a banda notou um expectador cadeirante logo ali na primeira fila, no cantinho do palco, e com um esforço de todos, ergueram o rapaz e o colocaram para assistir o show de cima do palco, tudo isso em meio a abraços e sorrisos.
Confesso que nesse momento eu me senti muito feliz de estar ali e assisti os tímidos alemães com outros olhos a partir de então.
O show seguiu e na parte musical não há absolutamente nada para ser dito além de infinitos elogios. Algo que me chamou a atenção foi que a passagem de som deve ter sido tão produtiva, que não houve aqueles ruídos característicos de banda no palco antes de a cortina abrir. Foi silêncio, contagem de baqueta e som! Nada de teste ou verificação. Logo no primeiro som os volumes já estavam perfeitos, acerto crítico em tudo, foi o som mais perfeito possível e sem o público notar nada.
O evento se passou com duas saídas de palco. Como as músicas são longas, o set é curtinho, apenas 10 músicas divididas em 8 + 2 + 1. Tirando os “Boa Noche Brazil” e “Obrigado San Paolo” a banda conversa pouquíssimo com o público, fazendo interações apenas de aperto de mão. Em dado momento, foi dito que esse estava sendo o show número 45 de 45 shows, mas de forma muito rápida e tímida, quase pensei que fosse alguma voz do além feita em playback. Demorou pra sacar que era alguém da banda se manifestando.
Na parte técnica além da música, o show foi super contínuo, emendando músicas com atmosferas e introduções, tudo no seu devido lugar, perfeitinho, com luzes batendo junto com bateria, strobo piscando com levadas rápidas, foi uma experiência altamente imersiva executada com maestria.
Percebe-se a frieza alemã, mas nada que desonere o evento e, obviamente percebe-se da mesma forma o nível técnico absurdo dos músicos e tudo indica que numa próxima, os caras devem se deixar levar pelo calor dos brasileiros e devem quebrar um pouquinho dessa timidez toda.
Setlist
1. Triassic
2. Silurian: Age of Sea Scorpions
3. Bathyalpelagic I: Impasses
4. Bathyalpelagic II: The Wish in Dreams
5. Miocene | Pliocene
6. Oligocene
7. Permian: The Great Dying
8. Pleistocene
9. Encore:
10. Cryogenian (intro)
11. Holocene
12. Jurassic | Cretaceous
13. Encore 2:
14. Shamayim (intro)
15. Firmament