A manhã do dia 29 de junho de 2025 foi marcada por uma forte tempestade com direito a trovoadas barulhentas em Helsinque. A imprevisibilidade de como seria o dia causava um certo desconforto em quem tinha presença confirmada no Tuska Festival 2025, mas finalmente no horário de abertura dos portões o clima já estava aberto e convidativo. Por conta da chuva forte, os telões do Karhu Main Stage tiveram que ser retirados e parte do cenário de fundo do Nordic Main Stage também foi danificada. Nenhum desses contratempos prejudicaram a apresentação dos artistas e do andamento do festival.
No terceiro e último dia do evento, passaram pelos 4 palcos (Karhu Main Stage, Nordic Energy Stage, Radio City Stage e Kvlt Stage by Inferno) bandas como: Lorna Shore, Apocalyptica, Octoploid, Whitechapel, Korpiklaani, entre muitas outras.
Domingo geralmente é dia de Pikku Tuska (Pequeno Tuska, em tradução livre), onde crianças de até 12 anos têm direito a entrar na área do festival acompanhadas de um adulto. É possível ver desde carrinhos de bebê, pequenas camisetas de bandas até visuais mais elaborados entre os pequenos. Um trenzinho faz a alegria da criançada e dos responsáveis pela área do festival. Essa iniciativa do evento de poder mostrar um pouco desse universo para as futuras gerações de metalheads é simplesmente brilhante!
O último dia de festival começou com 3 palcos em funcionamento com bandas finlandesas: Havukruunu, no Nordic Energy Stage; Cyan Kicks, no Radio City Stage e Ashes In The Fall, no Kvlt Stage by Inferno. E em seguida a abertura do Karhu Main Stage ficou por conta também de uma banda local, o Turmion Kätilöt.
Dando continuidade no Kvlt Stage by Inferno, a auto-intitulada banda de Melodeath moderno, Lights To Remain, incendiou o palco do Tiivistämö.
Próxima parada: Nordic Energy Stage, para registrar a energia folclórica do Korpiklaani. Como esperado, a banda não decepcionou e animou o público com faixas como Saunaan, Rauta e Vodka.
Em 1996, o então quarteto de violoncelistas finlandeses Apocalyptica teve a ideia de gravar um tributo ao Metallica. Quase 30 anos depois, no formato de trio e um baterista contratado, as versões ainda cativam novos fãs e lotou a arena do Karhu Main Stage. O público que sabe de cor cada letra da banda estadunidense, acompanhou cantando cada uma delas nas versões instrumentais do Apocalyptica. Os pontos altos da apresentação foram as faixas Creeping Death, Master Of Puppets e o encerramento com One.
Em seguida, a banda Whitechapel instaurou o caos no Radio City Stage. O Deathcore bem executado dos estadunidenses fez até os mais tranquilos baterem cabeças. Abriram o setlist com Prisioner 666, passaram por faixas como A Bloodsoaked Symphony, A Visceral Retch e encerram com a ótima The Saw Is the Law.
Uma das bandas mais esperadas da noite seguiu no Karhu Main Stage, lotando a arena e fazendo o público cantar cada uma de suas músicas. O Motionless In White tocou um setlist impactante, que fez fãs na grade chorarem e cantarem cada uma das faixas a plenos pulmões. Porém vale destacar que a cereja do bolo veio logo na introdução com a escolha da faixa Sandstorm, do dj finlandês Darude para receber a banda no palco. Meltdown, Voices, Masterpiece, Sign Of Life e Eternally Yours foram algumas das faixas executadas por eles. Ao mesmo tempo no Kvlt Stage by Inferno se apresentou a banda Octoploid. Mesmo com a alta procura por um lugar para assistir a atração do palco principal, a fila para prestigiar o projeto de Olli-Pekka Laine (Amorphis, Barren Earth, Mannhai) era bem grande e “dobrava a esquina” da área externa do Tiivistämö.
A banda de encerramento do Radio City Stage foi a australiana Polaris. A performance de palco do vocalista Jamie Hails é bem enérgica e contagiante. O Tuska é um festival que abre espaço para bandas do gênero Metalcore e com isso tem atraído muitos fãs do estilo.
Para finalizar a edição de 2025 com chave de ouro, o Lorna Shore subiu ao Karhu Main Stage quebrando regras. O festival tem uma placa todos os anos de proibição ao stage diving (ato de um membro da banda ou do público se jogar do palco para a platéia), porém no último dia de festival essa placa foi substituída por outra proibindo o crowd surfing (ato de alguém ser carregado pelas mãos da plateia), já que nos dias anteriores estava ocorrendo frequentemente. Will Ramos, vocalista do Lorna Shore, não exitou em logo nas primeiras músicas perguntar pelo famoso crowd surfing dos shows de Metal e em poucos minutos começaram a chegar inúmeras pessoas na área do pit (lugar onde os fotógrafos tiram fotos nas 3 primeiras músicas) através das mãos do público, para desespero dos seguranças do evento. O resultado foi a ordem aos fotógrafos de deixar o pit antes de acabar as 3 músicas por questões de segurança de todos os envolvidos. O show foi insano, como já era de esperar de mais uma apresentação da banda no festival.
Em resumo, o último dia de Tuska foi marcado por problemas estruturais causados pela chuva matinal (mas que não comprometeram a realização do evento com louvor por mais um ano), um sol bonito e quentinho que veio na parte da tarde, quebra de regras (como o rock sugere desde sempre), famílias se divertindo e curtindo um dos maiores festivais dos países nórdicos. A experiência memorável de 2025 para os presentes deixou com certeza uma grande expectativa para o ano de 2026. Nos vemos lá!
A venda de ingressos para o Tuska 2026 já estão abertas com ingressos a partir de 239€: https://tuska.fi/en/tickets/