Formada em 2010 na cidade gaúcha de Santa Maria, a Finita é uma banda que traz uma proposta lírica totalmente inspirada na morte e no macabro. Em suas composições, trazem temáticas de natureza, filosofia e religião, tendo como influência sonora o Death, Gothic e o Symphonic Metal, alternando entre os vocais líricos e guturais.
Seu mais recente trabalho é o Above Chaos lançado em 2022, a temática traz um tango entre Deus e o Diabo, através do Death Doom com adição de vários outros elementos musicais. Nós d’O SubSolo através da LBN Assessoria, tivemos o prazer de entrevistar a banda, leia na íntegra:
O SubSolo: Primeiro gostaria de agradecer pela oportunidade. De início, queria saber como está sendo a recepção do público com vocês, pois estão vindo de grandes shows que rolaram nestes últimos anos.
Finita: Nós que agradecemos pelo espaço! A receptividade tem sido muito boa. É sempre uma alegria tocar para públicos diversos e sentir aquela energia de quem está conhecendo algo novo. Acreditamos que cada show é uma oportunidade de criar uma conexão única com as pessoas, e ver essa reciprocidade nos motiva a continuar fazendo o que amamos. Nosso objetivo é sempre proporcionar um espetáculo memorável e, pelo que temos visto até agora, estamos no caminho certo para alcançá-lo.
O SubSolo: Não gosto muito de rotular as bandas, mas sempre foi uma curiosidade. Como definem o estilo da Finita?
Finita: Essa é uma curiosidade nossa também. Temos influência de várias vertentes (Black, Death, Gothic, Melodic) mas atualmente assumimos o “rótulo” Dark Metal, que abrange essas influências. Mas a verdade é que não nos preocupamos muito com o estilo e sim com a identidade artística. As músicas podem soar diferentes conforme o que desejamos expressar no momento, mas independente se fala de flores ou espinhos, a raíz tem que ser sempre a mesma.
O SubSolo: ‘Above Chaos’ é um EP bem coeso e objetivo, mostrou uma faceta importantíssima da banda. Como foi a fase de composição dele até o processo de
gravação?
Finita: A composição de ‘Above Chaos’ foi uma extensão natural dos temas explorados em nosso álbum anterior, ‘LIE’. Na verdade, tínhamos um álbum conceitual completo pronto naquela época, mas, dadas as circunstâncias, gravar um álbum completo e garantir a qualidade que buscávamos seria um desafio. Foi então que decidimos dividir o projeto em dois EPs, permitindo-nos trabalhar com cuidado e assegurar uma produção de alto nível. “Above Chaos” já fazia parte do nosso repertório de shows, e a resposta positiva do público ao ouvi-la ao vivo foi um grande impulso. A composição e a música foram principalmente concebidas por Bruno Portela, nosso guitarrista, embora todos tenham contribuído com a estrutura e os arranjos. A gravação ficou a cargo de Bruno Añaña, que entregou um trabalho excepcional: denso e genuíno.
O SubSolo: Ainda sobre o EP recém lançado, ele é bem conceitual. Poderiam nos falar um pouco a respeito de como foi decidido por abordar um tema conceitual no EP?
Finita: O conceito surgiu de um conto antigo do Portela que narra a história de Lúcifer em primeira pessoa. São várias camadas aqui: Além de apresentar uma cosmologia e tratar de personagens tão caros ao imaginário, também traz a cada música reflexões filosóficas. A caminhada de Lúcifer é a nossa própria caminhada. A Gênese bíblica mostra que caímos tal qual o anjo.
O SubSolo: O cenário gaúcho é conhecido por ser um seleto de grandes bandas, não por menos que o termo ‘Rock Gaúcho’ virou quase que um subgênero nacional. Quais as influências que a banda carrega para criação de tudo que envolve o Finita?
Finita: É um desafio identificar influências específicas, pois nunca buscamos replicar o som de outras bandas ou estilos. No entanto, definitivamente nos inspiramos na vertente visual e teatral que é característica do Black e Gothic Metal. No processo de composição, incorporamos elementos da música erudita, como contrapontos e valsas, assim como a tensão e densidade característica do Black/Death Metal. Além disso, a música nativista também desempenha um papel importante em nossa criação. É possível perceber influências das milongas gaúchas nas progressões rítmicas e harmônicas.
O SubSolo: Ainda sobre o cenário, é importante sempre debatermos sobre as dificuldades, como também a rotina quando estão longe de casa. Como vocês veem o cenário local e as maiores dificuldades na jornada?
Finita: Estamos bastante otimistas em relação à cena musical no sul em geral. Existem muitos eventos de grande porte, bandas de extrema qualidade e um público excepcional. No entanto, uma das principais dificuldades que enfrentamos é o alto custo de transporte, especialmente quando se trata de alugar vans e ônibus para levar o público daqui junto conosco. Como alternativa, muitas vezes optamos por nos locomover em carros e levar apenas a equipe de apoio.
O SubSolo: Pelos shows que vocês estão fazendo, estão percorrendo por boas cidades. Qual tiveram um público mais receptivo e qual cidade que não conheciam que a cultura local mais impactou vocês?
Finita: Dois momentos em particular são dignos de nota. O primeiro ocorreu no Opinião, em Porto Alegre. A galera de Santa Maria lotou um ônibus para prestigiar o evento e nos apoiou do início ao fim, contagiando todo o público presente. O segundo foi no Otacílio Rock Festival, em Santa Catarina, onde experimentamos uma energia completamente diferente. Ninguém na plateia nos conhecia, o que tornou ainda mais emocionante a recepção calorosa da galera, especialmente quando consideramos a qualidade das outras bandas do evento.
O SubSolo: Vamos falar de planos? Como encontra-se o planejamento da banda atualmente e o que planejam para o futuro? Algum spoiler para nossos leitores com
exclusividade para O SubSolo? rs.
Finita: Temos muitas novidades emocionantes pela frente. Um spoiler exclusivo para os leitores d’O SubSolo é que o nosso novo álbum já está em processo de pré-produção e já temos uma data marcada para a gravação em estúdio. Mal podemos esperar para compartilhar esse novo capítulo com todos os nossos fãs!
O SubSolo: Para uma banda independente e os leões de cada dia para manter a banda, como funciona a parte de backstage e planejamento além da preocupação musical?
Finita: Nossa banda opera de maneira bastante orgânica. Acima de tudo, somos amigos e tomamos decisões coletivamente em relação a todos os aspectos do nosso trabalho. Com o tempo, identificamos as habilidades e contribuições individuais de cada membro e ajustamos nossa operação de acordo. Luana se encarrega do merchandising, Guilherme gerencia as redes sociais e as finanças, Allison dedica-se incansavelmente ao networking e à busca por shows, enquanto Portela lidera o lado criativo da banda.
O SubSolo: Queremos agradecer mais uma vez por terem conversado conosco e deixamos esse último espaço para deixarem uma mensagem para nossos leitores, desejamos muito sucesso no caminho do Finita.
Finita: Para quem leu até aqui, desejamos uma vida plena e autêntica. Para quem não leu, que leia! hehehe O que queremos é uma cena cada vez mais forte. Continuem apoiando o Underground, as bandas independentes e espaços como esse, que são de extrema importância. Para quem está nos conhecendo agora, sigam a gente nas nossas redes sociais e acompanhem nosso trabalho. Tem muita coisa boa por acontecer! Aguardem!
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