Como de costume, às quartas-feiras aqui no O Subsolo, nós fazemos um bate papo com artistas que compõem o cenário musical nacional, desta vez, os nossos entrevistados são os paulistanos da banda Rebel Jeans. Em uma entrevista leve e divertida, conversamos sobre carreira, shows e planos para o futuro. Vamos dar um “confere” no que os caras falaram? Chega mais!

Obrigada pelo tempo disponibilizado para conversar conosco, é um prazer fazer essa entrevista. Como surgiu a ideia da banda?
Álvaro: Primeiramente gostaríamos de agradecer a vocês, do Subsolo, por nos conceder um espaço tão bacana como este.
Bom, a ideia de ter uma banda sempre esteve na minha cabeça desde que me entendo por gente. Com o Pablo a história é a mesma. Quando o conheci, eu estava à procura de um integrante para substituir o primeiro baixista da banda, que na época nem tinha nome. Era apenas uma brincadeira para os outros integrantes, e isso me frustrava muito, porque apesar de acreditar no meu potencial, eu sabia muito bem que sem as pessoas certas isso jamais funcionaria.
Pablo e eu começamos a trocar ideias e mostrar um para o outro as nossas composições. Percebi na hora que ele era o cara certo. Tinha um talento incrível para compor, tinha ideias muito boas. Começamos a compor juntos e o resultado nos deixou muito satisfeitos. Naquele momento tivemos certeza: queríamos um projeto pra valer, uma banda de verdade. Tínhamos que mostrar a nossa música pra alguém.
Corrijam se eu estiver errada: no começo, vocês sofreram muito até encontrarem todos os integrantes. Como foi essa luta e quando a banda estava completa, quais foram os primeiros passos?
Álvaro: É verdade, foi bem complicado, mas nós estávamos decididos a fazer a coisa virar, então começamos a procurar baixista para a banda, de novo (rs). Depois de meses de busca e de quase desistir (juro! Quase mesmo!) encontramos a Clau Correia que se encaixou perfeitamente no estilo da banda, não só como uma pessoa talentosa, criativa, mas muito humilde e esforçada. Era o que queríamos, uma banda sem estrelinhas, formada por pessoas legais e afim de fazer boa música.
Mas… como nada pra gente é fácil ou simples, meses depois que a Clau entrou e estávamos muito alinhados, começando a fazer pequenos shows e aparecer na cena, o nosso primeiro baterista resolveu sair da banda. Nesse momento ficamos à deriva, foram meses de busca de novo, uma busca que nós já conhecíamos bem, só que mais uma vez tivemos sorte. Depois de testar várias figuras, surgiu o cara certo mais uma vez. O Diego além de ser um bom baterista, é criativo, consegue sentir a música e fazer os ajustes certos. Além de saber impor seu próprio estilo com as baquetas. Era justamente o que queríamos: um baterista que soubesse ouvir, mas também dizer: “Não, acho que não é assim. Que tal tentarmos de outro jeito?” E a coisa virou. A partir daí começamos a pensar estrategicamente, não só como banda, mas como empresa, como marca. Hoje a Rebel Jeans está em todas as principais mídias sociais, divulgando a sua música e fazendo parcerias, trabalhando com assessoria de imprensa, buscando festivais maiores e investindo em materiais de merchandising.
Sabemos que toda banda no início sofre com altos e baixos, quais foram as primeiras dificuldades encontradas por vocês?
Clau: Foram muitas dificuldades mesmo. Pra se ter uma banda e fazer a coisa toda funcionar, não existe uma receita certa, né? Então, a primeira tarefa foi achar os integrantes certos pra vestir a camisa da banda e levar a coisa a sério. Depois tivemos o desafio de entrar em estúdio e gravar nosso primeiro EP, que foi cansativo, exaustivo, tivemos alguns problemas no percurso, mas no final o resultado ficou legal. São coisas que fazem a gente aprender de verdade sobre o que é ter uma banda. E tem a coisa toda de encontrar seu público, fazer algo que realmente as pessoas gostem dentro daquilo que a gente ama fazer.
As influências de vocês são bem distintas, David Bowie, Foo Fighters, Silverchair. Na hora de compor, de que forma várias influências ajudam na criação de novas músicas?
Álvaro: Eu acho que você compõe exatamente aquilo que você é musicalmente. Não tem como ouvir sempre David Bowie e criar Sepultura, entende? Você ouve as suas influências e no fim cria a sua própria identidade baseado no que mais agradou aos seus ouvidos, seja uma virada, um riff ou uma forma de cantar. Esses dias eu estava ouvindo um trecho de Free As a Bird e pensei: “Porra! Como eu nunca pensei nisso antes? É tão simples!” Maldito Lennon! (rs).
Pablo: Nossas influências são bem variadas na verdade. Acredito que no nosso som é possível ouvir bastante Grunge e Rock Britânico, que são os principais estilos que eu e o Álvaro ouvimos. Porém cada integrante da banda ouve coisas muito variadas.
No meu caso, além dos estilos citados, posso mencionar o Punk (bandas como NOFX e Millencolin), Jazz (artistas como Norah Jones), o camaleônico Bob Dylan (com a sua grande influência de Folk Rock, Blues e Country). Isto abre uma gama de possibilidades na hora da composição que, para ser sincero, ainda não exploramos 100%.
E por falar em compor, como é o processo de criação das músicas da Rebel Jeans?
Pablo: Geralmente as músicas são compostas após alguma ideia do Álvaro ou minha (às vezes em conjunto). Quando a música chega ao estúdio já tem um refrão e verso quase prontos (no momento que entra o baixo da Clau e a bateria do Diego é quando vemos se a mágica realmente acontece). Uma vez que temos a base formada, focamos nos arranjos e solos de guitarra, que são pensados meticulosamente.
Eu e o Álvaro somos muito críticos com as músicas que levamos para o estúdio e apresentamos para a banda, realmente fazemos um filtro das músicas que têm mais potencial. Não prezamos pela quantidade e sim pela qualidade. Sendo assim, muitas músicas ficam na gaveta, às vezes para sempre, e outras vezes elas simplesmente estão incompletas, aguardando a inspiração para serem completadas.

O cenário paulista é um dos mais ricos do nosso país, se não for “o mais”. Onde costumam se apresentar e como é o público paulista diante das músicas de vocês?
Clau: Realmente a cena de São Paulo é muito rica e temos nos apresentado em lugares como Augusta 3.3.9., Morpheus, Cervejazul, Gillians English Pub e em todos os lugares em que tocamos fomos muito bem acolhidos. O público gosta dessa nossa mistura de influências com essa pegada Rock anos 90.
Nos dias 23 e 24 de Setembro acontecerá o Buzina Festival 2, que contará com Supercombo, Ponto Nulo no Céu, Gloria, Medulla e entre outas bandas bem vistas no cenário. Qual a expectativa para a apresentação ao lado de tantas bandas bacanas?
Diego: A expectativa é a melhor possível. Estamos bastante ansiosos para participar desse Festival por vários motivos. É o nosso maior show até o momento. Tocaremos ao lado de bandas que já têm bastante tempo de estrada e que nos inspiram, seja musicalmente, seja pela força de vontade. Teremos a oportunidade de levar o rock autoral para a maior quantidade de pessoas possível, além do fato de podermos mostrar nosso trabalho para muita gente disposta a apoiar essa cena. Temos certeza de que temos muito a aprender com todos eles e que essa experiência vai servir para evoluirmos muito como músicos e como banda.
E sobre o futuro da banda, quais os planos? Algo ainda para 2017?
Diego: Estamos focados na divulgação do nosso EP Disconnectors. Começamos a trabalhar em um roteiro e, se não até o final do ano, no máximo no primeiro trimestre de 2018, devemos lançar o clipe da nossa primeira música de trabalho. Devemos ainda, em 2017, finalizar a produção do novo merchandising da banda, e sobre isso, mas sem podermos abrir ainda muita coisa, formulamos um projeto que envolverá o aproveitamento do espaço urbano e como isso deixar marcas em cada um de nós. Além disso, faremos mais shows focados na divulgação do EP, além de aos poucos, estarmos inserindo algumas músicas novas no repertório para sentir a recepção do público com o que ainda está por vir. Estamos com o pé no acelerador!
Galera, obrigada pela oportunidade; desejamos muito sucesso à banda. Considerações finais aos nossos leitores?
Clau: Nós é que estamos honrados em poder contar um pouco da nossa trajetória.
Queremos agradecer aos leitores que disponibilizaram alguns minutos para ler a nossa entrevista. Continuem nos apoiando, ouvindo nosso som, comparecendo aos shows e mandando good vibes! #GoRebels.
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