Salve Headbangers, o Kuazar é um das maiores demonstrações de força da cena do Paraguai e eles estão prestes a lançar o seu mais novo trabalho Hybrid Power e o primeiro single foi a polêmica Machete Che Pope (Acosta Ñu) que aprofunda se na história da guerra do Paraguai só que pelo ponto de vista do Paraguai e se concentrando na figura de Conde d’Eu. Um dos comandantes brasileiros mais cruel do conflito.
Polêmica se deve pelo fato do clipe da música ter sido gravado em uma igreja o que gerou para a banda as acusações infundadas de profanações, por parte da mídia do pais, porém a banda formada por: Ratty Gonzalez (batería) Marcelo Saracho (baixo) Josema González (guitarra e vocal) passa por cima disso com toda a garra que só o metal sul americano apresenta por isso vamos narrar a historia desse som.
De maneira bem resumida a Guerra do Paraguai foi um conflito armado que envolveu a tríplice aliança criada por Brasil, Argentina e Uruguai, contra o Paraguai e esse conflito durou de 1864 e 1870 e historicamente podemos dizer que ocorreu um grande choque de interesses que levaram ao violento conflito.
Pela ótica do Paraguai o Brasil é um dos principais responsáveis pelo conflito a medida que nosso país invadiu o Uruguai para lutar contra os blancos, em contra partida quando as tropas paraguaias prenderam a embarcação brasileira Marquês de Olinda. Sem contar que um trecho do território do atual Mato Grosso era alvo de disputa entre os dois países.
Importante que não podemos ter uma visão simplista e maniqueísta do ocorrido, pois o conflito, era iminente desde a formação das nações platinas e na divisão efetivas das terras fraturas essas que se intensificaram quando em 1862, o ditador Francisco Solano López assume a regência do Paraguai.
A posse de Solano López fez com que o governo paraguaio se aproximasse de um grupo rebelde argentino conhecido como federalistas. Esse grupo era liderado por Urquiza e concentrava-se nas províncias de Entre Rios e Corrientes. A aproximação do Paraguai com os federalistas possibilitou uma aliança do governo paraguaio com o governo uruguaio, representado pelo partido Blanco.
Essa nova aliança feita com os Blancos abria a possibilidade de o Paraguai usar o Porto de Montevidéu, já que a saída para o mar pela Argentina era inviável, porém essa aproximação não agradava o Governo argentino e nem o brasileiro.
A rivalidade do governo brasileiro com o Paraguai tem a relação direta com outro conflito que marca a América do Sul o conflito com o Uruguai em 1864 que estava governado pelos Blancos que iria contra os interesses brasileiros e por isso os fazendeiros das regimes próximas exigiam do governo atitudes em defesa o governo brasileiro , por isso que o pais apoiou o governo Venancio Flores, na oposição ao governo.
A possibilidade de uma invasão brasileira no Uruguai em favor dos colorados desagradou profundamente o governo paraguaio, que ameaçou atacar o Brasil caso o país interviesse no conflito uruguaio. Na verdade Solano Lopez tinha um interesse maior de superar o Brasil e se tornar uma potencia na América do sul, entretanto o Brasil pouco se importou com isso e invadiu em 1864 o Uruguai derrotando o governo Blanco e e colocando diretamente Venancio Flores, como presidente do Uruguai
Logicamente o Paraguai revidou e ai tivemos o fato citado acima , alegando que a embarcação Marquês de Olinda, transportava armas o governo paraguaio aprisionou a embarcação e seus tripulantes.
As relações diplomáticas são cortadas e com medo de que o Paraguai fosse atacado Solano decide tomar a frente e atacou o Brasil em Dezembro de 1864, temendo que essa empreitada de Lopez desse certo a tríplice aliança é formada Nesse tratado, Brasil, Argentina e Uruguai (aqui representado pelos colorados) uniram forças para lutar contra Solano López. O tratado foi oficialmente assinado em 1º de maio de 1865, e nele ficou decidido que a guerra só seria finalizada com a deposição deLópez. Os três aliados ainda trataram sobre questões relativas às novas fronteiras e à indenização que seria paga pelos paraguaios, caso vencessem o conflito.
“Cerca de 7700 soldados paraguaios foram enviados para o Mato Grosso, entre 22 e 24 de dezembro de 1864. No dia 26 de dezembro, os paraguaios atacaram o forte de Coimbra, e, no dia 28, as tropas brasileiras fugiram. O ataque paraguaio deu início à Guerra do Paraguai.“
Ocorreram algumas lutas extremamente equilibradas nessa guerra entre elas: a Batalha Naval de Riachuelo, onde Marinha brasileira destruiu quase a totalidade da marinha paraguaia, e, com isso, pôde controlar a navegação dos rios da Bacia Platina, impondo um bloqueio que isolou o Paraguai.
Batalha de Curupaiti, na qual as tropas da Tríplice Aliança sofreram uma pesada derrota, que custou, pelo menos, a vida de quatro mil soldados. Os fatos que definiram os rumos da guerra ocorreram a partir de 1868, quando a principal fortaleza do país (Humaitá) foi tomada pelas tropas brasileiras. Pouco tempo depois, em janeiro de 1869, a capital paraguaia (Assunção) foi invadida e saqueada.
À medida que as tropas brasileiras avançavam pelo interior do território paraguaio, a situação de Solano López ficava mais desesperadora. Com falta de recursos e soldados, o ditador paraguaio mobilizou crianças e enviou-as para a frente de guerra. Em 16 de agosto de 1689, uma tropa paraguaia formada por crianças e adolescentes foi enviada para enfrentar os soldados brasileiros.
E aqui que entra o tema principal da letra do Kuazar:
Essa batalha ficou conhecida como Batalha de Campo Grande ou Batalha de Acosta Ñú, o objetivo final desse conflito era capturar o líder Solano a batalha contou com uma resistência feroz dos paraguaios, o comando das tropas foi substituído saindo assim Duque de Caixas e entrando o conde d’Eu
Munidos de armamento rudimentar e de baixa qualidade e formados por homens sem treinamento militar, após as oito horas de batalha, o resultado foi um massacre. O historiador Francisco Doratioto fala que cerca de dois mil paraguaios morreram, entre os quais havia muitas crianças e adolescentes, e do lado dos aliados foram registradas apenas 26 mortes.
A Guerra do Paraguai encerrou-se definitivamente quando o ditador paraguaio Francisco Solano López foi morto por soldados brasileiros, na Batalha de Cerro Corá, travada em março de 1870. Para o derrotado restou as mortes acreditam que foi na media de 450 mil , o gastos da guerra e a perda de território.
Vou colocar a tradução da música aqui, mas um detalhe muito legal do Kuazar é o fato deles cantarem em Espanhol e no Idioma Guarani:
Facão na mão, eles não vão me parar (facão na mão, eles não vão me parar)
Machete che pope che ndaguevi moai
(facão na mão, não vou dar um passo para trás)
A chuva de fogo cai do céu sem parar
O conde sanguinário ordena que todos matem!!
Kuña ha mita ndaipori salvación (mulheres e crianças não existem não têm salvação)
Genocídio americano, “civilização”
Lute de frente, comece a invasão
Isso me atinge, isso sangra!
As tropas avançam, nenhum flanco permanece inexplorado
Guerreiros, crianças e suas mães, ninguém recebe pena
Mulher e meia, sem salvação “civilização” do genocídio americano
Lute de frente, comece a invasão
A humanidade está sangrando!
Cair a noite, o diabo gritaria.
Esta noite (esta noite)
Machete no meu papa Machete
Machete na minha mão eu não entendo mais
A chuva de fogo, cai do céu sem parar
O Conde observa os corpos… A morte reinará!
Menina rezando fragmento de pai nosso em guarani
“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome” “não me deixe, eu não vou morrer” (Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome, por favor não me desampares, eu não quero morrer)
Noite de outono, o diabo gritaria.
Machete no meu papa Machete
Machete na minha mão eu não entendo mais
