Um dos grandes pecados que cometemos dentro do cenário do Rock brasileiro, é na maioria das vezes buscar lá fora o que aqui dentro estamos criando com a mesma qualidade, ou, por vezes, até com mais propriedade. Fazendo um panorama geral do que o Rock Nacional nos entregou desde a sua popularização em terras tupiniquins, em meados dos anos 60, o que podemos observar é um movimento riquíssimo e de uma grandiosidade e autenticidade que não se encontra em muitos lugares do mundo. É bastante comum observar em um país de proporções continentais como o Brasil, bandas que misturam a sua cultura ao Rock e o mantém sempre renovado, mesmo que jamais deixando de honrar suas origens.
Saindo do mesmo Pernambuco que deu origem a artistas tão distintos e tão primorosos em sua obra, como Alceu Valença, Bezerra da Silva, Dominguinhos e, especialmente, Chico Science, a Mangroov surge com a proposta de renovar o som que sai do mangue e atravessa as ruas de Recife, com uma musicalidade fiel às origens do Rock mas comprometida com seu aprimoramento e com a preservação da sua longevidade.
Já tendo alcançado uma considerável repercussão para seus dois lançamentos anteriores, Pain to Agree e Some Sense, a Mangroov atinge seu ápice criativo em seu terceiro single, Castle of Silence, forjado pelas mãos jovens e talentosas de Lucas Moura (Vocal), Rafael Portela (Guitarra), Gustavo Lippo (Baixo) e Samuel Dantas (Bateria), que reviram o Funk, sacolejam o Rock e mordiscam a Soul Music para criar uma canção encantadora e inebriante, carregada de sentimentos profundos e emoções latentes, que com certeza fará seus tentáculos alcançarem cada mais longe nesta recente mas promissora jornada musical que nasce nas garagens, mas anseia pelos grandes palcos do mundo.