GARAGE ROCK FESTIVAL ALTERNOU BONS E MAUS MOMENTOS…



Nos dias 18, 19 e 20 de Dezembro aconteceu o tão esperado 2º GARAGE ROCK FESTIVAL, no Lagoa Camping Park, no bairro da Ibiraquera na cidade de Imbituba/SC.

O evento começou na sexta-feira e mais uma vez São Pedro não cooperou com o evento. Pelas grandes chuvas, a rua que é considerada o principal acesso ao evento estava em pura lama sendo assim alguns veículos atolaram e ficaram no meio do caminho, porém quem queria ver Rock ‘n Roll conseguiu chegar ao seu destino mesmo assim.

SEXTA-FEIRA (18)

Estava programada a apresentação de 10 bandas, porém algumas não puderam comparecer e outras tiveram problema até o objetivo final(fazer seu show), o destaque da noite foram as bandas ESQUADRÃO MARTE e MADE IN PORÃO.

Esquadrão Marte: fez a sua estreia no festival alternando entre belos covers, que a anos não víamos em um fest, e suas composições autorais, que sinceramente agitaram mais do que as covers e deixaram todos boquiabertos ao se depararem com músicas tão boas e contagiantes. Mesmo sendo uma banda novata, aparentava ter anos de existência, mostrando uma grande presença de palco e muita interação com o público.

Made in Porão: todos já esperavam um show épico desta maravilhosa banda. Xandy Ferreira, o frontman da Made, é um cara rodado e que carrega uma bagagem assustadora “em suas costas”. Xandy além de ser rodado é um frontman moderno e quem interage com o público e assim levantando o astral do público e também do restante dos integrantes da banda. Outro destaque da banda é o jovem baixista Weliton Cardozo, o pupilo da banda que de longe podemos esperar uma grande carreira dentro da música.

SÁBADO (19)

Estava programada a apresentação de 26 bandas, que começaria de manhã e alcançando a madrugada imbitubense, mas infelizmente não foi isso que vimos. Alguns músicos não encontraram o local e cancelaram seus shows, outros por motivo de força maior e motivo de trabalho em cima da hora também tiveram que cancelar seus compromissos, mas mesmo assim teve menos problemas do que o primeiro dia(sexta) e teve muitas bandas como destaque, na opinião do blog as bandas que se destacaram foram ELETROMOTRIZ, CHERRY RAMONA, ORKANE, DOCTOR JIMMY e ANTÍTESE.

ORKANE: entrou de mancinho no palco enquanto o público se encontrada fora do local do show e foi nos primeiros acordes pesados da Orkane que o pessoal começou a se unir e entrar para dentro do pavilhão(assim conhecido por mim, escritor deste), e foi nessa hora que ouvimos muito “CARALHO, QUEM SÃO ESSES CARAS?“, quando informei quem e de onde eram(Tubarão/SC), muitas pessoas da própria cidade de Tubarão não acreditaram que existia mais uma banda tão boa em sua terra. O frontman Ramon Motta tem um vocal poderoso, digno do som que a Orkane faz, e o outro destaque da banda é o baterista Artur Zamberlan, que é um monstro e faz um som PESADAÇO.

CHERRY RAMONA: estavam em êxtase pela chegada do CD físico em mãos, tendo a oportunidade de vender o seu trabalho neste evento e dito e feito, venderam muitas cópias para o público, que viu o verdadeiro espirito de humor do vocalista Naldo Arraes em meio ao show, o carisma impressionante dos músicos e o som que inspirou a galera dançar até então. Foi a primeira banda a puxar um mosh(roda punk) com um grande público ao tocar o hino “Mulher de Fases”, mas algo que não ofuscou o seu som autoral que sinceramente é um som muito contagiante, QUE SHOW!


DOCTOR JIMMY: sim é a banda do criador do O SUBSOLO, mas não é por isso que a banda não possa ser citada como um destaque de um festival, afinal os Doctors tem uma incrível presença de palco e ao final do show o guitarrista Vito Ventura deita no palco para encerrar os últimos riffs da apresentação, destaque também para o músico Endryll Hipolito que deu inicio a apresentação com a intro de THE WALKING DEAD fazendo assim o público a entrar no pavilhão para curtir logo em seguida a inesperada THRILLER e até o final alternou outros dois belos covers e as impressionantes autorias que estão por vim no CD intitulado de “COTIDIANO”. Endryll Hipolito também chama atenção pro carregar o peso nas costas de ter 3 funções na banda, são elas: Guitarrista Base, Tecladista e Backing Vocal e sinceramente são 3 funções que ele faz com muita vontade de muito bem feito. Em meio ao show a banda agradeceu ao seu sexto integrante, a lendária mídia independente A HORA HARD, que estava presente no evento e também ao final do evento o baterista Maykon Kjellin desabafou sobre todos os problemas do festival, deferindo a frase “Rock não é apenas um estilo musical, rock é principalmente um estilo de vida, um pau no c* de quem disse que o Rock morreu“, enquanto fazia esse pronunciamento, o baixista Ronaldo Martins tocava ao fundo uma música lendária: Bro Hymn, de Pennywise.


ELETROMOTRIZ: a revelação do metal catarinense dos últimos anos esteve presente no festival e junto de um show espetacular lançou duas novas músicas o que fez o público pirar. O vocalista Misael Furtado desabafou sobre as criticas ao evento o tempo todo. Eletromotriz é uma banda pronta para alçar vôos gigantescos e com certeza nunca vai decepcionar por onde passa, pois como sempre o público delirou o tempo inteiro nos solos do guitarrista Duds e no peso de “lenhador” Sid na bateria acompanhado de Quira no baixo. Todos com suas funções, porém com status iguais : MÚSICOS PROMISSORES.


ANTÍTESE: deixei para falar da Antítese por último, mesmo tendo a decepção de encerrar a noite a banda não decepcionou. Talita Oliveira a vocalista da banda tem uma voz poderosa e consegue alcançar tons incríveis, o restante da banda mesmo sabendo que estava fechando o evento, quebrou tudo, mesmo com imprevistos em alguma parte do equipamento da bateria, improvisaram e fizeram um grande show, sendo assim conseguiram fazer pessoas que já estavam alocadas em suas barracas acordarem e correrem para curtir o show que estava contagiante e ninguém que estava no pavilhão conseguia ficar parado, muitos ainda vão ouvir falar dessa banda.


DOMINGO (20)

Enfim chegou o domingo, o último dia do festival e muitos pensavam que o evento seria frio e o público estaria cansado pelos dois dias anteriores de festival… Pois estavam enganados, já que o domingo agitou como os dias anteriores e foram 9 apresentações. Não deu nem tempo de os ouvidos pensarem em descansar, era uma banda boa atrás da outra, mas os destaques do dia foram, DECOLLE, TEXAS FUNERAL, PANACÉIA e LITTLE JONNY.


DECOLLE: uma das caçulas do festival percorreu mais de 100km e nem a toda a lama que tinha no caminho até o festival desanimou o quarteto orleanense. Uma banda que tem como influências escancaradas em seus acordes de Legião Urbana, tem como destaque o músico Henrique Marcelino, que na verdade é guitarrista, mas se desdobrou para aprender a tocar baixo e entrou em aulas de canto para poder ter uma banda, pois pela dificuldade de encontrar baixistas e vocalistas, resolveu se tornar um. Mesmo ainda estando em fase de evolução, ele carrega uma terceira função que é a rara gaita de boca, que da um outro peso as músicas da banda, que recentemente lançou o videoclipe de “Vento”, o single de trabalho da banda.


LITTLE JONNY: conhecida também como “LITTLE JONNY AND A BIG BAND ROCK” é outra banda que percorreu muitos quilômetros de distancia para estar no festival e não deixou a desejar. A banda tem muita presença de palco, e junto a amizade entre os integrantes, que é vista de longe, temos uma animação contagiante dos integrantes no show. Ou seja, graças ao entrosamento que já vem de fora, é perceptível a vontade de fazer Rock desses grandes músicos, afinal, é disso que o Rock n’ Roll é feito: de boas amizades e muita empolgação.




TEXAS FUNERAL: Era conhecida como “Texas Funeral Blues”, mas agora conta com uma nova roupagem e resolveram deixar cair o “blues” do nome. Além disso, conta com novos integrantes e uma nova filosofia. A banda está mais pesada e com mais pegada Rock ‘n Roll, puro e agressivo, dando nova vida às músicas autorais antigas e trazendo um gás poderoso nas novas. Texas é mais uma banda de Tubarão e agora conta com músicos rodados da cena underground da região. Voltaram a ativa após um período em inatividade e agora temos a felicidades de vermos eles em muitos outros festivais da região e também como novos trabalhos pela internet.


PANACEIA: diretamente de Jaraguá do Sul, desembarcou no Garage Rock Festival 2 como a banda mais comentada nas redes sociais que envolvem o festival, sendo muito elogiada por grandes músicos que ali se encontravam e representando bem sua repercussão, subindo ao palco e mostrando muito profissionalismo, de suspirar nas pausas de acordes. Com certeza é uma banda a ser repensada em caso de uma terceira edição do evento, a banda levou o público a loucura e fez de um domingo, que era para ser um dia massante por causa de outros dois dias anteriores de evento, um dia contagiante para amantes do Rock ‘n Roll. BANDA MUITO BOA.


O GRANDE DESTAQUE DO FESTIVAL

O que seria de um evento sem um apoiador? O que seria de um evento sem uma cobertura? O que é um evento de Rock sem A HORA HARD?


O grande destaque foi a LENDÁRIA mídia independente A HORA HARD.

Mesmo que todos achem que o papel de uma mídia independente seja estar em um festival de rock bebendo, em um canto com seu trabalho(que também é isso), A HORA HARD vai além, pois ficou a todo momento mandando mensagem para as bandas, atendendo ligações e direcionando o caminho para o pessoal das bandas para chegarem ao local do evento. Russo, que é o criador, organizador, lutador e um dinossauro do underground, ignorou todas as condições do evento e os problemas apresentados e vestiu a camisa do evento dando todo o suporte nos últimos dois dias de evento assistindo da PRIMEIRA a ÚLTIMA BANDA, além de conversar de banda em banda e auxiliar todos os músicos a estarem preparados no palco, foi uma verdadeira ATRAÇÃO A MAIS no evento e nós temos orgulho de que o blog seja influenciado por uma mídia gigantesca como eles.




CULTURA EM PESO TAMBÉM MARCOU PRESENÇA

Outra gigante mídia independente estava presente no evento, o Cultura em Peso é um site independente que cobre eventos a mais de 14 anos, liderado por Cremo


Cremo é produtor, idealizador do Cultura em Peso, ex vocalista das bandas La Tormenta e Dead Bush (Hoje inativas) e compositor. Formando em Redes para computadores. Vive intensamente a cena a 14 anos.


O Cultura em Peso bateu fotos e está preparando uma resenha, marcou presença nos três dias e muitos podem esperar uma resenha digna de leitura.

 NOSSA OPINIÃO SOBRE O EVENTO EM GERAL

A programação era de três palcos e aparelhagem top, o problema foi a falta de profissionalismo do pessoal da aparelhagem, que além de chegarem em menos de 1h antes de a programação começar, deram meia volta e foram embora ao verem a lama das ruas.


Mesmo assim o organizador David Miranda correu atrás para que o evento acontecesse, mesmo assim muitas bandas não participaram do evento pelos motivos das más condições que se encontravam as estradas, algumas bandas deram o sangue pelo evento e tocaram mesmo com um pé atrás, algumas não conseguiram chegar no festival e outras tiveram problemas de força maior, são imprevistos que acontecem para um evento que tenta reunir mais de 40 bandas o que achamos arriscado desde o começo, mesmo assim conseguimos ver várias bandas se destacarem como mostra a resenha acima, agora basta saber se mesmo com os altos e baixos, o Garage Rock Festival vai ter uma possível terceira edição, caso tiver, nós estaremos lá, pois mesmo com todos os imprevistos e problemas, fomos muito bem recebidos, tanto pelas bandas que o blog conversou como também pelo organizador.


Essa é uma resenha escrita pelo blog O SubSolo, deixamos claro que cada um tem a sua opinião sobre o festival, nós temos a nossa que é esta. Obrigado!


Qual a sua opinião sobre o evento? Deixe nos comentários!
críticas ou sugestões? contato@osubsolo.com
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.