Há aquele velho termo ou ditado, de que tem coisas que são como o vinho, quanto mais ‘clássico’, melhor fica. É o caso da Malice Garden.

Quando conheci a banda neste retorno, não sabia que já tinha uma trajetória significativa no cenário catarinense há alguns bons anos atrás. Enquanto vou lendo, descobrindo e sabendo quem fez parte desde sua fundação até os dias atuais, é de se entender várias coisas, principalmente a brutalidade na sonoridade e claro, a qualidade.

Inicio falando da responsabilidade nas mãos, ou melhor, nas vozes de Orland Jr, que para quem não conhece é um renomado produtor, principalmente do Metal Extremo do sul do Brasil, tendo bandas como AlkanzA, DeadNation e agora Malice Garden, sob suas responsabilidades. Porém, dessa vez com o peso de produzir e cantar no mesmo trabalho.

O Malice Garden foi formado em 1999. A sua consolidação no cenário, foi graças ao som icônico que a banda sempre ofereceu, com sua demo lançada em 2000 intitulada Revenge Against Jesus Christ e posteriormente em 2002 com Eternal Evil Victory.

Em sua história já dividiu os palcos com Krisiun, Marduk, Vader e Dark Funeral, entrando em hiato em 2005 e retornando em 2018 com força total, lançando em 2021 o Denying Creation. Um EP coeso, técnico e visceral com três faixas intensas de muita brutalidade sonora.

Eu confesso que gostaria de ter ouvido mais, porém, um EP com três faixas da qualidade que foi apresentado, tende a render um bom full futuramente e não duvido que este venha logo, principalmente olhando a qualidade dos envolvidos em todo o projeto.

Por mais que curto e que o lado bom de deixar o gostinho de quero mais, desde a capa, o material impresso e a sonoridade é muito intrigante tamanha qualidade. Quando se reúne grandes dinossauros do Metal com a juventude que contém o Metal enraizado tanto na alma como nas veias, o resultado é este.

A mixagem e masterização já era de fato que eu iria elogiar. Sempre com extremo cuidado milimetricamente a cada segundo, conseguindo ouvir cada instrumento e as vozes em seus devidos lugares, alturas e timbres. Para o Metal Extremo, onde a intensidade é presente a todo instante, acredito que seja difícil conseguir montar tudo certinho sem que embole alguma coisa, mas aqui em Denying Creation se ouve tudo nitidamente perfeito e em perfeita sintonia, se me permite a redundância.

O único defeito do disco, talvez seja ser tão curto. Queria ouvir mais e por isso, acho que o CD quase estourou de tanto ouvir. Agradeço ao Geison pelo envio do mesmo.

TRACKLIST
01) Your Flesh My Lust
02) Denying Creation
03) S.I.N.

FORMAÇÃO
Orland Junior – vocal
Altamyro “Spok” Neto – guitarras
Geison Frasson – baixo
João Victor Acordi – bateria
Henrique Chá – guitarra

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.