Desde os tempos de escola, aprendemos que tudo o que está na história, não pode ser mudado, goste a gente ou não. Correto? Corretíssimo. Isso se atrela ao que o Dave Grohl representa para toda a música. Sem falar, que esse cara me fez ler meu primeiro livro de 600 páginas.
Não me envergonho de dizer, que o Nirvana é uma das bandas que me fez ser o que sou hoje, digo no quesito ouvir Rock/Metal com maior frequência. Não sou ramelado de ir junto desses memes atuais que sempre pegam algum artista para cristo, como acontece com Legião Urbana que tem uma história foda pela música pop nacional, assim como o Nirvana revolucionou a música na sua época com guitarras fodidas e distorcidas.
Dave foi o ápice do Nirvana quando assumiu as baquetas e com a morte do Kurt Cobain, poderia ter seguido os passos do Krist Novoselic, que entrou pra política e não fez nada de bom na vida pós-Nirvana, provando que viveu a vida toda na sombra do Kurt. Ao contrário disso, Dave Grohl fundou o Foo Fighters, que querendo os haters ou não, está no topo até hoje.
Importante salientar a presença do ex-guitarrista de apoio do Nirvana no Foo Fighers, eis ele Pat Smear, responsável por cobrir todas as cagadas ao vivo de Kurt no Nirvana e pouco reconhecido por isso, exceto por Dave que o carregou junto consigo.
Dos últimos discos lançados pelo Foo Fighters, eu tive um maior apresso pelo Wasting Light lançado em 2011, acredito que foi um disco bem coeso no qual ouvi repetidas vezes. Foo Fighters aposta neste novo lançamento, algo mais remetido aos anos 70’s, dançante e bem explorado musicalmente falando, a cada detalhe das suas músicas mostrando como é trabalhoso conseguir encaixar três guitarras em um trabalho assim.
O que comentei no parágrafo anterior, já tinha sido anunciado por Dave na passagem da banda pelo Brasil em 2019. Durante um dos shows, não me recordo o qual exatamente, ele disse que trabalhavam em um novo disco e nisso disse que viria algo dançante, prometido e feito. Ainda acho que pós-Wasting Light a banda não trouxe nada estrondoso, como eu espero da banda. Exceto sobre o single The Sky Is A Neighborhood e confesso que queria que o novo disco tivesse uma pegada como o single, arrastado, um pouco mais pesado e interessante de ouvir.
As músicas de Medicine At Midnight estão longe de serem ruins, mas acho que estão longe também de ser a cara do Fighters. Acostumado a ouvir e aclamar músicas mais intensas e incessantes, seja em qual disco for, talvez a banda quis mostrar um pouco mais de maturidade e algo mais leve por agora, isso pode ser uma cama para um possível próximo disco que chegará como um BOOM! ou apenas, um disco para tentar deixar quem ouve, menos angustiado por estar trancafiado em casa pela pandemia.
As hipóteses são inúmeras e a certeza uma única. O disco está vendendo bastante e o Foo Fighters consegue se manter vivo em meio a toda loucura que estamos passando. Mas confesso, que atualmente não venho tendo muita paciência para disco meloso ou alegre excessivamente, queria apenas que a banda mantivesse a sua pegada. Talvez fosse a hora de pirar no estúdio e trazer algo diferente, se divertir um pouco, talvez? Enfim, o Medicine At Midnight não é um disco ruim, mas não elenco o mesmo como um dos meus favoritos da banda.
TRACKLIST
01) Making a Fire
02) Shame Shame
03) Cloudspotter
04) Waiting on a War
05) Medicine at Midnight
06) No Son of Mine
07) Holding Poison
08) Chasing Birds
09) Loves Dies Young
FORMAÇÃO
Dave Grohl – vocal, guitarra
Taylor Hawkins – bateria
Rami Jaffee – teclado, piano
Nate Mendel – baixo
Chris Shiflett – guitarra
Pat Smear – guitarra