Queria iniciar meu 2020 com a resenha de um disco que me surpreendeu em 2019. Com a nova fase do site, investindo e dando espaço para bandas fora do eixo nacional, eu não poderia ter escolhido outra para começar a não ser o Bad Wolves. Lá em 2018 com o sua versão de Zombie do The Cranberries, poucos sabem mas o Bad Wolves gravou esse single junto da Dolores O’Riordan, musicista irlandesa membro fundadora do The Cranberries.


O SUBSOLO | RESENHA | BAD WOLVES - N.A.T.I.O.N. (2019)




Após o trágico falecimento de Dolores, o Bad Wolves mesmo assim achou justo lançar o single, o que fez a banda ficar mundialmente conhecida. No mesmo ano do lançamento de Zombie, o Bad Wolves lançou seu disco de estreia Disobey. O grupo conta com Tommy Vext nos vocais, Doc Coyle e Chris Cain nas guitarras, Kyle Konkiel no baixo e John Boecklin na bateria, membros que passaram por bandas como Divine Herey, Snot, In This Moment, Scar the Martyr, Vimic, For the Fallen Dreams e Bury Your Dead. 
A estreia do Bad Wolves foi completamente no Metalcore. Disobey traz um pouco da modernidade do Metal e afastará com certeza os true bangers mais conservadores. Mas tanto no Disobey como no N.A.T.I.O.N, a banda prova que consegue compor muito bem nos dois lados da moeda no extremo e no vamos dizer, moderado. Quando eu cito os dois discos e suas peculiaridades, é pelo fato de que ambos tem uma coisa em comum e são elas, muita personalidade musical. 


Não sei como funcionam a fase de composição do Bad Wolves, mas acredito que o Tommy Vext é uma grande referência, pelo fato de que cantando limpo e afinado o cara é excelente, mas cantando com um vocal rasgado e mais agressivo, o cara se torna espetacular. O Metal Alternativo em si me chama muito a atenção, não suporto mesmice e talvez esse foi  o ponto que esse novo disco dos caras me chamou e me ganhou a atenção, o fato de que os vocais e as músicas tem uma diferença absurda uma da outra fazem com que a banda seja de uma certa forma especial.


Muito difícil para mim viciar numa banda a ponto de ouvir o mesmo disco pela semana inteira. Estou ouvindo o Bad Wolves e já fazem mais de dez dias seguidos, é algo que me refresca a mente e me acalma e isso, é uma das sensações que apenas a música lhe causa e fornece. Ouvir algo que lhe agrade os ouvidos a ponto de tranquilizar a sua alma. Julgo o N.A.T.I.O.N como um dos melhores discos de 2019 que ouvi junto do Rammstein e do Tool. Pretendo com isso ouvir mais discos do mainstream, percebo que estou tão focado em apoiar e propagar a cena independente nacional, que acabo esquecendo um pouco de mim e quando digo isso, digo ouvir o que eu quero ouvir e fugir dos rótulos.

Nesse trabalho em qualquer lugar que efetuar alguma pesquisa aparecerá que o Bad Wolves em N.A.T.I.O.N se denomina como Rock/Metal, até nas divulgações da Eleven Seven Music que é o selo da banda fazem essa menção ao Rock. As pitadas do Rock um pouco mais agressivo, beirando o Hard Rock ou o lado mais progressivo do gênero, está presente em praticamente todo o disco. A face mais limpa da banda aponta um lado mais comercial, o que de fato é pura enganação que de comercial aqui não tem nada, são apenas pré-refrões ou trocas de estrofe que prepara campo para algo mais forte e intenso.


Então com essa temática de não ter nenhuma música parecida com a outra, a estrutura do segundo disco do Bad Wolves é montado pouco a pouco. Intriga a forma como os backing vocals estão empregados em certas ocasiões, pois casam perfeitamente com as guitarras mais harmonizadas e agressivas. Gosto daqueles baques em meio as músicas que contém teclado/sintetizador, dão um ar de suspense e quebram a linha da música em circunstâncias notáveis a ponto de intrigar quem ouve com mais atenção. Bem-vindo Bad Wolves ao imenso mundo do Metal, da minha playlist não sai nunca mais!


TRACKLIST
01) I’ll Be There
02) No Messiah
03) Learn To Walk Again
04) Killing Me Slowly
05) Better Off This Way
06) Foe Or Friend
07) Sober
08) Back In The Days
09) The Consumerist
10) Heaven So Heartless
11) Crying Game
12) LA Song



FORMAÇÃO
Tommy Vext – vocais
Doc Coyle – guitarra
Chris Cain – guitarra
Kyle Konkiel – baixo
John Boecklin – bateria
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.