Salve Headbangers!

Em setembro, estive presente na décima quarta edição do Setembro Negro em São Paulo(a cobertura completa desse evento você encontra no site do Underground Extremo)

Um dos grandes méritos desse festival, foi o de unir lendas como Vio-lence e Diamond Head, ao lado de bandas que nunca haviam pisado no Brasil. E  alguns desses grupos me chamaram muito a atenção, como foi o caso do Inter Arma, uma banda que não é muito conhecida aqui no Brasil, mas que vale a pena demais conferir o trabalho deles, como o mais recente Sulphur English (tendo em vista que Garbers Days de 2020 é um disco de releituras).

A banda formada em 2006 em Richmond, Virginia tem uma longa discografia, com quatro álbuns de estúdio, além de um ao vivo e dois EPs. Eu apesar de descobrir a banda tardiamente, já maratonei todos os lançamentos, e o disco que irei resenhar agora, disputa a minha preferencia ao lado do Sky Burial (2013). Mas já aviso o leitor, que em algumas entrevistas, o Inter Arma afirma que é uma banda para não ser rotulada, e isso não é uma falácia, por isso, cada trabalho é acima de tudo, uma grata surpresa.
Sulphur English mostra que o Neurosis é uma referência, mas o Sludge é só um dos elementos dessa grande obra. Note que a banda vem acrescentando passagens mais próximas ao Death Metal, daqueles bem cavernosos com The Waxen Sea. Na sequencia Citadel  proporciona um dos momentos mais densos da banda, e por isso mesmo já é a minha favorita. Quero destacar a evolução do vocalista Mike Paparo, que consegue não apenas transitar várias camadas de sua voz, como também interpreta as faixas, seja  exprimindo sentimentos de dor, ódio,  rancor e tudo mais que o som por assim possa pedir.

Me vejo obrigado a destacara também o trabalho do baterista TJ Childers. Ele vem daquela escola, onde não importa ser virtuoso e executar 500 notas por minuto, e sim, fazer a percussão bater no teu peito a medida que se ouve o trabalho. Howling Lands confirma essa afirmação como se que te afundasse em um pântano. Logo na sequencia, Stillness é totalmente Rock Progressivo, e isso faz muito sentido dentro da obra.

Ao todo ao longo dos seus 67 minutos o trabalho vai ganhando camadas, por isso o mais aconselhável e colocar seus fones de ouvidos e embarcar na proposta de sons como: Blood on the Lupinse, a longa viagem de The Atavist’s Meridian, tornando assim Sulphur English em uma obra que merece ser apreciada. E nos tempos atuais, não são todos os trabalhos que são dignos de ganhar tal adjetivo.


Tracklist
1- Bumgardner
2- A Waxen Sea
3- Citadel
4- Howling Lands
5- Stillness
6- Observances of the Path
7- The Atavist’s Meridian
8- Blood on the Lupines
9- Sulphur English


Formação
Mike Paparo (vocais)
Trey Dalton (guitarra)
Steven Russel (guitarra)
Brently Hilliard (baixo)
T.J. Childers (bateria)

 

Paulista e um dos maiores amantes do Metal Extremo, principalmente se tratando do nacional. Professor de Geografia e História, é também formado em Matemática e Filosofia, Pai da Naylla e do Dhemyan. Foi colaborador de algumas mídias, antes de fundar o site Underground Extremo, o qual tem um laço de irmandade com O SubSolo. Acompanhava o trabalho d'O SubSolo a alguns anos e passou a contribuir e fazer parte da equipe, a qual é honrado em colaborar com o desenvolvimento desta grande mídia do Rock/Metal, sendo o responsável pela parte das escritas mais extremas do site.