Queime a raça humana“. É essa a primeira mensagem que você recebe ao conhecer essa banda, logo por seu nome. Parece perturbador? Acho que não, principalmente comparado com a violência sonora que encontramos nesse disco. O mundo desaba sobre seus ouvidos logo nos primeiros acordes, e então você compreende a destruição em que você será imerso em seguir.

A banda gaúcha traz um Death Metal de qualidade excepcional, que me ganhou assim que ouvi pela primeira vez a uns meses atrás. Hoje, com o álbum “To Beyond” em mãos, posso enxergar beyond the sound além do som dessa produção. A atmosfera sombria da capa e as ilustrações soturnas do encarte acrescentam ao peso criado nas músicas. A simplicidade na arte desse álbum é o segredo para uma boa compreensão da mensagem que a banda pretende passar. Você consegue entender as figuras com facilidade e ler as letras facilmente também.




Todas em inglês, temos nove faixas ao total, com duas instrumentais e o restante contando com a poderosa voz de Pedro Webster, que ruge ferozmente na mente do ouvinte e também é dono do grave do baixo que sustenta os riffs pesadíssimos e brutais de Marcos Moura e Raissan Chedid. A bateria de Matheus Montenegro é impecável, acompanhando com maestria e fúria todos os momentos propostos pelas guitarras. Aliás, algo a se destacar aqui é o timbre dos instrumentos. Tudo está muito afiado, a bateria surge com um som que preenche todo o seu ouvido, enquanto as guitarras surgem em múltiplos riffs que não pecam em momento algum. Hora abusam de notas graves e densos, enquanto em outras recorrem a acordes mais gritantes e dissonantes, que prova que a banda sabe explorar bem suas ideias, encaixando tudo de uma forma que torna a audição desse disco um passeio por tudo aquilo que um fã de Death Metal pode gostar.

O disco inteiro tem uma magnitude que o torna uma obra digna de se ouvir inteiro inúmeras vezes. Não bastasse as nove faixas com toneladas de brutalidade, o disco contém duas faixas bônus, provenientes do EP de 2010 da banda, que tiveram seus vocais e baixo regravados e remasterizados. “Survive On” e “Human Decay” são tão devastadoras que merecem estar ao lado das outras porradas do álbum, como a faixa título, “The Gun”, “Real Slave”, “Lies”… espere, todas as músicas são verdadeiras sessões de socos em seus tímpanos!





“To Beyond” é um disco que tenho orgulho de ter em minha coleção. Burn the Mankind deixou uma marca incrível nesse play e ganha minha atenção para qualquer lançamento posterior.  Essa sonoridade Death com alguns riffs que puxam para Grind, Thrash, Black, Groove é simplesmente estonteante e me agrada demais, fazendo seu corpo entrar em sintonia com as levadas da bateria e as pegadas das cordas. Quando você vê que sua perna está acompanhando involuntariamente o ritmo das músicas e sua cabeça bangueando enquanto as faixas vão passando, é porque o disco caiu muito bem.



TRACKLIST

  1. The Uprise (instrumental)
  2. To Beyond
  3. The Gun
  4. Real Slave
  5. Lies
  6. Vacuum (instrumental)
  7. Everyone is Blind
  8. Cries
  9. Beneath the Sun
  10. (bonus) Survive On
  11. (bonus) Human Decay
INTEGRANTES
  • Pedro Webster – vocal e contra-baixo
  • Marcos Moura – guitarra
  • Raissan Chedid – guitarra
  • Matheus Montenegro – bateria
Nota: o álbum foi gravado entre 2012 e 2014, e com isso a banda passou por reformulações em sua estrutura durante e após as gravações. Com isso, Raissan atualmente é o baterista da banda e Raphael Barros assumiu a guitarra. Raphael contribuiu com backing vocal em seis faixas nessa gravação.

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Onde há espaço para escrever, tenha certeza que irei deixar minhas palavras. Foi assim que me tornei letrista, escritor e roteirista, ainda transformando minha paixão por música em uma atividade para a vida. Nos palcos, sou baixista da Dark New Farm, e fora deles, redator graduado em Publicidade e Propaganda para o que surgir pela frente.