Início Destaque #44 – De músico para músico – Participações especiais

#44 – De músico para músico – Participações especiais

Já pensou que legal ter um integrante de banda grande fazendo uma participação numa música do seu disco? Ou, por outro lado, já pensou em fazer participação na banda de algum amigo?

Ambos os casos tem diversos detalhes a serem analisados.

Caso 1 – Convidar alguém para participar na sua música:

Situação bem simples, sua banda pretende lançar um disco e resolve convidar um amigo ou conhecido para gravar uma participação numa faixa.

– Pode ser famoso ou não, o cuidado é o mesmo;
– Se rolar a negativa, zero abalo e segue em frente, sem frescura;
– Prepare a música com o cuidado de deixar a parte a ser gravada fácil de entender e de gravar, não importa qual o instrumento do convidado;
– Direcione nos mínimos detalhes o que a banda deseja;
– Passe detalhes teóricos como tonalidade, timbre, expressão.

Lembre-se de que o convidado estará fazendo um favor, uma camaradagem, portanto facilite a vida da pessoa.

Recebeu a trilha gravada? Faça os ajustes necessários e deixe tudo pronto, quando for rolar o lançamento, evidencie totalmente o seu convidado, mostre para o seu público a importância daquela participação, marque nas redes, promova, deixe claro que foi fundamental ter aquela presença naquele som.

Caso 2 – Ser convidado para gravar uma participação:

Mesma simplicidade do caso anterior, músico recebe convite para fazer uma gravação com banda de amigos.

– Se perceber que vai atrasar, enrolar ou simplesmente não está a fim, dê a negativa, não deixe para depois de a banda já estar com o prazo estourado;
– Se aceitar, faça com garra, sem corpo mole e, o mais importante, agilize;
– Peça tudo o que for necessário para a sua gravação, trilhas, referências, detalhes técnicos, etc;
– Não tenha dúvidas de nada, isso pode atrapalhar o processo dos caras, pergunte tudo o que precisar e seja específico;
– Envie testes regularmente, mostre que está produzindo e aproveite para receber os feedbacks a fim de melhorar sua performance;
– Saiba ouvir as críticas e direcionamentos da banda, isso será fundamental para a participação ser notável.

Tenha em mente que se a banda te convidou é pelo fato de você ser importante para eles, existe um carinho da banda que fez com que eles solicitassem sua presença ali. Faça seu melhor, demonstre que essa confiança depositada no seu trabalho valeu a pena.

O procedimento é o padrão para um trabalho bem feito:

– Recebeu trilha
– Audição constante para acostumar
– Criação
– Teste 1
– Envio/Feedback 1
– Teste n
– Envio/Feedback n
– Fechado o arranjo, gravação final
– Envio
– Disponibilidade para ajuste


Em ambos os casos existe uma admiração, um carinho, algo que foi o estopim para o convite. Sejamos sábios e vamos aproveitar nesses tempos difíceis o contato de amigos próximos ou não para, por meio da música nos aproximarmos um pouco ou ainda mais.

Em todas as colunas que já escrevi até hoje para O Subsolo, meu final de texto é sempre muito parecido, deixando claro que para ser um bom profissional ou ter um hobby legal no meio da música é importante ser uma pessoa boa antes de tudo.

Hoje, redigindo a coluna que acabamos de ler eu me questionei sobre isso…

Se eu, a cada mês que escrevo, ainda sinto a necessidade de martelar no mesmo final, significa que nem sempre encontro pessoas bacanas pelo caminho e, seguindo a linha, os outros integrantes de bandas e colegas de profissão, obviamente também.

Deixo a reflexão, justamente numa coluna que o tema foi totalmente voltado para a amizade e convívio.

Você está sendo uma boa pessoa? O quão acessível você é?

Até a próxima!

Tecladista desde cedo, produtor musical, atua exclusivamente na área musical com bandas, aulas e estúdio.