Dedicamos essa cobertura, ao amigo Diego Laucsen, que nos deixou dias após o Necrocamping, mas que esteve conosco durante todo o evento com sua alegria e energia. Obrigado por tudo!

Sobre o evento, no último dia obviamente todos estávamos exaustos, foram dois dias intensos de festival e no terceiro não seria diferente. O que ajudou bastante, foi que mais do que honrar os horários do dia anterior, o festival acabou até antes sem faltar nenhum banda tampouco corte de setlist, uma excelência no quesito organização por parte das bandas e da equipe da Necrovoid.

Como sempre, nossa equipe já na área da copa cedinho, fazendo café, confraternizando e deixando para a história o copinho de melancia encontrado por lá. No horário marcado para a primeira banda, já estávamos com a câmera carregada, energia pela metade e fortes fazendo o nosso trabalho.

Stone Wizards

Foto por Sidney Oss Emer

Eu gosto pra caramba de Stoner e apesar de já ter visto a Stone Wizards algumas outras vezes, os caras devem ter algum pacto para tocar antes do meio-dia. Confesso que não achava um horário propício para uma banda da magnitude deles, mas os caras se doaram muito em palco, sem exceção. As linhas da bateria trazem algo que não sei muito descrever, pois traz algumas notas e viradas atípicas para a sonoridade, o que enriquece ainda mais o que apresentam. O baixo é extremamente pesado com um groove mais denso e robusto do que o normal.

O vocalista e guitarrista Chacal, faz seu show à parte, riffs pesados, vocais pontuais e uma presença de palco alucinante, aos poucos toda a banda começou a literalmente acordar naquela cansativa manhã de domingo e tornar uma apresentação em um show pesado carregado de riffs, breaking down e muita sintonia entre os membros, visto que o entrosamento entre o trio é praticamente perfeito.
Por: Maykon Kjellin

Elephantus

Foto por Sidney Oss Emer

Descobrir o som de Elephantus, ao vivo, é uma experiência fantástica. Sempre que vemos dois músicos subirem em um palco, nos preparamos para algo diferente, e foi exatamente isso que recebemos nas primeiras horas de shows no terceiro dia de Necrocamping. Um som imersivo, completo e experimental, que prendia a atenção dos presentes em cada nota e criava uma grande viagem entre as músicas apresentadas pelo duo, que mescla influências orientais com um som que transita entre várias facetas do Rock e Metal. Dignamente, é preferível não rotular o que se escuta vindo da guitarra e bateria de Elephantus: apenas apreciar e entender que aquilo basta para criar uma apresentação.
Por: Vini Saints

Dark New Farm

Foto por Sidney Oss Emer

Originária de Santa Catarina, a banda formada em 2017 e que atualmente conta com os músicos Vinicius ‘Vatrys’, Sol Portella, Ewerton Jr, Maykon Kjellin, e Harley Caires na formação atual. Nos traz uma vigorosa proposta de metal em decorrência da vontade compartilhada entre amigos por terem uma banda de metal e de fazer o que mais amam.

Após um período de stand-by Dark New Farm está de volta. Desta vez se fez presente no Necrocamping munidos de brutalidade e com um setlist empolgante, com a bateria marcante do Maykon e com os riffs bem construídos do Vinicius ‘Vatrys’, que apesar de ter apresentado problemas com as cordas da guitarra, ele soube contornar a situação e manter o show em pé até o final, e claro, a presença de palco contagiante do Harley com seus poderosos vocais para dar mais peso e brutalidade nas faixas tocadas, apesar de alguns problemas relativamente notórios a banda soube contornar e desenvolver seu show.

A banda trouxe em primeiro momento uma nova faixa chamada Cárcere, anunciando que entrarão em estúdio para trazer material novo. Vale ressaltar que o EP Farm News é de 2018 e a banda não lançou algo nesse meio tempo, esperamos ansiosos para conhecer a nova fase da banda em estúdio, pois será importante renovar seu repertório.

Por: Karla Swede n

Atheros

Foto por Sidney Oss Emer

Quando uma banda começa a tocar em muitos eventos, é óbvio que ela causa uma certa curiosidade, merecimento ou algo por trás? Essa pergunta parece um tanto quanto preconceituosa, mas acontece muito em nosso cenário, mas de fato a Atheros tem estado nos principais eventos, por pura capacidade técnica musical.

O show é um pouco longe do que vivenciamos durante o festival e isso foi o que me fez ‘colar na grade’ e não querer mais sair dali. Grooves intensos e cadenciados, com riffs densos com distorção pesada e vocais metricamente perfeitos com o instrumental. TODAS as músicas abriam espaço para bater cabeça e ficar alucinado em frente ao palco. Linhas de bateria robustas com viradas pontuais e boas adições do pedal duplo e baixo com um timbrão pesado, e tudo isso junto ficou perfeito. Aguardando ansiosamente pelos primeiros lançamentos autorais da banda nas redes, deixe a banda em seu radar, vale a pena.
Por: Maykon Kjellin

100 Dogmas

Foto por Sidney Oss Emer

Reencontrar esse fantástico grupo nos palcos é sempre uma enorme satisfação, afinal, 100 Dogmas é uma síntese autêntica de Groove Metal em sua melhor forma, o que vem muito ao meu agrado. Melhor ainda, com um repertório que evoluiu e foi apresentado com trilhas autorais, com tamanha força que estremeceram as estruturas do palco Void. O som do 100 Dogmas é foi feito para moer pescoços, e todos os presentes entenderam isso desde os primeiros riffs, comparecendo em frente ao palco para bangear com a apresentação de faixas como Ansiedade, Viajante e Resistência.

A banda inteira parecia estar em total sinergia com seu público, com espaço para muitas interações, inclusive com o baixista Felipe Godoi descendo do palco para participar das rodas que se abriram durante a performance. A apresentação foi uma das mais fortes do festival, sendo um deleite para os amantes de música pesada, com riffs de muita pegada e vocais rasgadíssimos, não à toa, foram ovacionados ao fim do repertório e deixaram o palco ainda em chamas após uma demonstração de poder através do Groove.
Por: Vini Saints

Rise Behavior

Foto por Sidney Oss Emer

Das inúmeras vertentes do Metal Extremo, o Death Metal Melódico é o que mais cativa minha atenção. Por isso, quando vi o palco ser composto por cinco membros, e um deles com um teclado, me preparei para entender o som que seria desenvolvido ali, e muito me surpreendeu. Além de guitarra e baixo presentes com riffs que passeiam entre velocidade, peso e melodias, o teclado muito acrescenta na ambientação proposta pela banda, como na faixa Prince of Mankind.

O público demonstrou comprar a ideia do som apresentado pela Rise Behavior, comparecendo próximo ao palco e participando das interações. Cria-se grande expectativa pelo álbum de estreia da banda, que será lançado na segunda metade de 2024.
Por: Vini Saints

Atrocitus

Foto por Sidney Oss Emer

Próximo ao fim do evento, a banda diretamente de Curitiba formada por Huan Cruz no baixo e vocal, Petherson Trudes na guitarra e vocal e André Florão na bateria, tiveram a responsabilidade de realizar a última aparição de uma banda de estilo Thrash de Metal do Necrocamping. Tal desafio foi facilmente cumprido pelo trio que fez uma performance digna de aplausos mesmo com um pequeno problema técnico no microfone do baixista no início do show que sequer foi percebido pelo público presente.

Misturando elementos do Thrash metal com Metalcore, a banda mostrou completo domínio técnico e entrosamento, trazendo uma qualidade sonora de alto nível fazendo que o público mesmo um pouco já cansado de dois dias de festival batessem cabeça incansavelmente, inclusive eu fui um deles. A faixas apresentadas pela banda trata temas como críticas sociais e política, e também a respeito do comportamento humano, conforme setlist a seguir: Responsa, Estátua, Martírio, Shine, Existência, Peste, Ascenção, Ansiedade e Alienado.
Por: Gustavo Martin

Eldermoon

Foto por Maykon Kjellin

A banda iniciou o show com algo que parecia um ritual, instrumental que parecia que viria algo lírico e transformou em algo visceral e intenso, aos poucos um Death Metal Melódico foi surgindo com um instrumental denso e ácido as guitarras da banda apresentam muito do melódico, mas muitas vezes apresentam aquela técnica visceral e brutal do Death Metal Old School também presente em seus solos que eram cítricos e enriquecidos pela qualidade dos músicos.

Os vocais são pesados com um gutural mais grave e que chama a responsabilidade da parte mais crucial da banda. Me chamou a atenção inclusive, a questão das vestimentas, onde o baixista utiliza de algo mais medieval e eu achei isso genial, sendo diferente e atrativo, sem falar que o cara manda demais no instrumento com uma excelente presença de palco, assim como toda a banda acabou sabendo explorar os pequenos espaços por ali presentes. Um show técnico e de muita qualidade.
Por: Maykon Kjellin

 

Soco HC

Foto por Maykon Kjellin

Fiquei feliz de conseguir ver a banda pela primeira vez, mesmo com todo o público exausto, um grande número acompanhou a banda que montou todo seu equipamento com muito profissionalismo e rapidez, combinando literalmente assim com suas músicas.

De longe, foi a banda mais bacana de cobrir e fotografar, visto que cooperavam com as lentes e ficavam parados quando apontavámos a câmera, músicas viscerais e ásperas, como o verdadeiro Hardcore tem que ser. Letras afiadas, instrumental incessante, acordes ácidos, rápidos e pesados. Letras de suma importância e mesmo tocando no menor palco, trouxeram experiência e transformaram em um palco gigante sabendo ocupar o mesmo com maestria.

A energia e intensidade da Soco HC, traz muitas coisas boas, além das já mencionadas letras que são importantes e impactantes, trazem uma técnica e habilidade de fazer música rápida como ‘soco’ (desculpa o trocadilho) na orelha.  Além disso, no meu caso que só tinha ouvido pelo streaming, ao vivo causa muito mais impacto pela atitude e autenticidade da banda. A paixão da banda acaba sendo notada pela dedicação de todos com o projeto, é notório o engajamento que tem com seu trabalho, além da resistência e a persistência pelo caminho percorrido. É uma banda que traz algo natural ao palco, som longe de ser plastificado e transparece coisa boa para nós que acompanhamos seus shows.
Por: Maykon Kjellin

 

Chegamos ao final e nossas visões técnicas foram de uma equipe que percorreu e viveu três dias pelas instalações do Chácara Perequê sob organização da Necrovoid Productions. Uma coisa é claríssima, nunca vimos banheiros tão limpos durante tanto tempo de festival, foi incrível a cada necessidade se deparar com um banheiro limpo como se não tivesse sido usado.

O palco maior demonstrava uma dificuldade maior na questão de ter algumas microfonias, as bandas se atrasavam um pouco mais para conseguir contornar junto a equipe e de longe, o palco menor foi o melhor local do festival durante todos os dias. Os horários foram muito respeitados, os valores do bar e da praça de alimentação foram justos.

Nenhum problema foi detectado, pessoal receptivo, churrasco colaborativo, instalações do local atrativos para fotos zoeiras e muita brincadeira. Piscina a disposição de todos e o camping gigantesco e ao mesmo tempo compacto para que todos ficassem perto, uma experiência incrível.

Fora isso, tivemos uma pergunta muito interessante, alguém da plateia disse que deveria ter um espaço reservado para podermos fotografar e nossa resposta foi de que não seria necessário, nós somos público e gostamos do calor dos headbangers em rolês, o que é verdade, nosso lugar é em meio ao publico e sempre vai ser.

Necrovoid já está divulgando a próxima edição do Necrocamping, que com toda a certeza será um sucesso!

Se você não viu a cobertura dos outros dias, confira a parte 1 e a parte 2 desse evento!

Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.