Banda tem show marcado, público ansioso nas redes sociais, temos tempo de palco.
Como organizar o setlist?
Normalmente o setlist acompanha a banda pela tour completa, muitas vezes sem nenhuma alteração.
Quando for ocorrer gravação de disco ao vivo ou de vídeo, o setlist permanece ainda mais intocado, para evitar enganos e novidades que podem vir a causar desastres no palco.
Na hora de montar o repertório o que devemos ter em mente?
Caso concreto e simples supracitado, bora definir detalhes e dar exemplos!
Raciocínios de prancheta:
– Quantos discos temos gravados?;
– Queremos empolgação constante ou variações?;
– As músicas geram fadiga para algum instrumentista?;
– Indicadores digitais;
– Super Hit.
Sobre a quantidade de discos:
O material que a banda tem disponível é fator imprescindível para definição de setlist.
Se a banda tem pouco material, consequentemente pouco tempo de show ou inserção de covers, por outro lado, pode-se inserir músicas inéditas para aumentar o tempo de evento.
Banda com maior quantidade de discos, ocorre seleção de músicas.
Conheça seu repertório e seu público alvo.
Sobre sensação de evento:
É praxe iniciar o show com música forte, impactante, manter por curto espaço (2 ou 3) e cair um pouco o ritmo para retomar a energia e depois repetir o processo, duas ou três vezes ao longo do evento.
A banda pode ter um estilo que precisa de som forte e empolgante o tempo todo, ou, banda mais lenta que precisa manter a energia no mesmo patamar.
Saiba controlar seu público e alimentar a energia correta.
Sobre cansaço:
Muitas vezes um estilo musical acaba por exigir de um ou outro músico, seja uma bateria mais rápida, um vocal mais forçado ou um solo mais elaborado. Nestes casos, o músico pode precisar de um respiro na próxima música para ter saúde instrumental para continuar o show ou mesmo a tour.
Sendo assim, é interessante entender qual é ou quais são as músicas que geram essa fadiga em determinado músico e então, colocar numa posição do setlist que possibilite o descanso e manutenção.
Converse com a banda, entenda as necessidades de cada um.
Sobre indicadores modernos:
Hoje em dia temos medidores em tempo real de curtidas, ouvidas, downloads, etc,etc, etc. Toda e qualquer movimentação do fã pode ser monitorada e estudada.
Obviamente é muito importante entender o que o fã quer ouvir num show.
Mais do que isso, é possível identificar em cada país ou cidade, qual é a preferência daquele local, podendo ser gerada uma ordem de músicas especial para cada localidade em que a banda estiver! Louco isso né?
Utilize ferramentas para melhor atender seu público.
Sobre música de trabalho:
Conhecendo seu público, seus integrantes, seu alvo e tudo mais, obviamente que a sua banda tem uma música que teve uma explosão maior que as outras, certo?
Não necessariamente é um single, pode ser uma favorita de algum disco, até mesmo uma antiga.
O que vale aqui é saber qual é a favorita do público para posicionar estrategicamente no setlist e criar o ponto alto do evento.
Saiba o que agrada seus fãs, estude eventos anteriores.
Um bom setlist passeia pelas fases da banda, mostra a performance atual e ouve o fã.
Esses pontos são complexos para medir mas, se estudados com atenção podem transformar um simples show num evento memorável.
Já trabalhei com banda que comprou um aplicativo para o público pedir músicas e, em caso de banda de bar, cover, fez muito sentido tirar o famoso papelzinho de pedidos e utilizar uma ferramenta moderna e em tempo real. Para banda autoral isso não faz muito sentido prático, mas pode ser utilizada a ideia de outra forma, como enquete de rede social, por exemplo.
Um outro caso que vivenciei foi em show onde o público começa a pedir uma música específica e a banda ou toca terrivelmente mal ou simplesmente foge do pedido. Isso é um marco histórico na vida do fã, é muito importante conseguir tocar suas músicas existentes porém que estejam fora daquele setlist para uma eventualidade dessas.
Bora preparar shows que o mundo está (devagar) voltando ao normal!