Aí você grava o trabalho, gasta uma grana com ensaios, maior dor descabeça pra gravar, ou muita grana ou muito estudo e muito tempo.
O SUBSOLO | COLUNA | DE MÚSICO PARA MÚSICO #29


Bora mostrar  pra galera…

“Pô cara, tá faltando grave”
“Não ouço o baixo, o que aconteceu?”
“Cadê o bumbo?”
“A caixa tá feia né?”




A vontade é ou mandar o fulano pra aquele lugar e sair andando ou, na melhor das hipóteses, colocar o rabinho entre as pernas e sair por aí chutando pedrinhas na rua movimentada sob a luz do crepúsculo…..

Realmente ouvir críticas (mesmo que totalmente construtivas) não é e nunca será fácil pra ninguém.

Vamos ao manual prático de engolir a vontade de sair correndo:

O Caso é exatamente o descrito acima: Gravou, está cheio de orgulho e seu amigão te da aquela criticada pesada e destruidora, sem querer, sem maldade, mas machuca seu coraçãozinho.

O que esperamos que você tenha feito:
– Tratado a mix e master com profissionalismo;
– Ter usado trilha de referência para montar sua versão final;
– Ter solicitado ao profissional tudo o que estava faltando aos seus ouvidos;
– Ter testado sua trilha final em diversas fontes diferentes.

Isso tudo feito, ainda não estamos livres da crítica amigos, não mesmo…

Eis algumas ações:

– Escute com atenção e demonstre interesse pela falha encontrada;
– Anote, se possível e demonstre que realmente a crítica foi acatada;
– Ouça junto e entenda a crítica;
– Assuma o erro, concorde;
– Promessa de corrigir não é o ideal, mas demonstre que aprendeu com a crítica;
– Se ainda for possível, experimente fazer a mudança sugerida, vai que….

O legal é aprender com os escritores famosos: chame seu amigo para ler o livro antes da edição final para não se arrepender de ter esquecido algo, ou de ter algum erro bobo.

Mostre antes de fechar a versão, mostre de coração aberto, ouça TODAS as críticas com atenção.

O normal é um amigo lhe dizer o seguinte:

– Está bacana, mas senti falta de um pouco de (insira aqui o que sentiu falta), não parece difícil de chegar no ponto ideal;
– Será que se você baixar um pouco de (insira aqui seu instrumento) não traria mais brilho?;
– Se aumentar o volume do (insira o instrumento) vai ficar perfeito! 

Repare que são críticas absolutamente construtivas e que propõe mudanças leves. O ouvinte está demonstrando o que seria o mundo ideal pra ele.

Faça as alterações, teste, mostre novamente. A pessoa que criticou com certeza se sentirá honrada tendo uma nova versão com os ajustes propostos. A sinceridade de uma crítica é importantíssima para um trabalho bem feito.

Essas dicas valem não só para gravações mas também para novas composições, ensaios, shows, tudo.

A crítica de alguém que confia no seu trabalho é imprescindível para o seu crescimento.

O maior problema é quem recebe a crítica não saber lidar com isso e acabar por desistir de um ótimo trabalho por causa de uma falta de clareza na hora de pensar.


Vamos para um novo cenário, onde a pessoa que está criticando não está tão construtiva assim. Existem situações em que a pessoa o faz apenas para não dar o braço a torcer de que está bacana!

Sabe o nome disso? Sim, infelizmente pode ser inveja, ou algo que o valha.

É triste, mas pode acontecer.

– Fulano não acha possível você conseguir ter seu trabalho nas mãos, era o sonho dele, você foi lá e fez;
– Sua banda lançou antes da dele;
– Você não comentou nada sobre a produção, chegou com o material pronto;
– Não convidou pra dar opiniões anteriormente;
– Não chamou pra fazer participação.

Pois então…. Esses casos todos acima mencionados podem SIM acontecer e geram situações bem chatas.

Normalmente as críticas que surgem dentro desse contexto são mais diretas e menos claras ao mesmo tempo:

– Está ruim, não sei explicar o motivo;
– Está parecendo que foi gravado no banheiro;
– Você poderia ter feito melhor; 
– Esse cara canta mal, né?

Perceba que essas críticas todas apenas apontam o dedo e não sugerem absolutamente nada para melhorar.

Sendo assim, volte ao manual de conduta, entenda o que o ouvinte sentiu de errado e tente trazer isso para alguma melhoria.

Não dá pra agradar todo mundo, sabemos disso desde sempre, mas críticas construtivas e destrutivas são mundos completamente diferentes.

Fácil não é, mas enquanto soubermos ouvir e aprender com isso, o lucro é de todos!