Alessandro Kelvin, um dos grandes nomes da bateria no cenário do Metal Nacional, começou a tocar bateria aos 8 anos de idade e desde então aprendeu tudo que sabe até hoje sozinho. Alessandro gravou com bandas do Brasil, Noruega, Suécia, Itália e Estados Unidos, contando com mais de 20 discos e EPs com sua assinatura.

Atualmente Alessandro é baterista da banda Perc3ption, além de ter se apresentado com o Shamangra, substituindo Aquiles Priester, feito a turnê européia da NorthTale, além de ter gravado o álbum mais recente do Stratosphere Project.

Conversamos com Alessandro sobre toda sua trajetória, suas conquistas recentes e os planos para o futuro.

Nós não poderíamos começar essa entrevista de outra maneira que não perguntando como foi substituir Aquiles Priester no show do Shamangra no Rio de Janeiro.

Foi emocionante! Aquiles sempre foi uma referência inegável na minha carreira, mas neste caso foi bem além de apenas substituí-lo. Eu toquei com Luis e Hugo Mariutti, meus ídolos de adolescência, o primeiro DVD de metal que vi na vida aos 14 anos foi o Ritualive do Shaman. Foi uma das minhas maiores realizações profissionais e a realização de um sonho, pisar no mesmo palco que essas lendas vivas. Não há muito como descrever essa sensação, só sei dizer que foi incrível e gratificante realizar este sonho.

Quais elementos da construção da sua imagem e carreira você acredita que tenham sido necessários até chegar nesse convite? Que conselho você pode dar para bateristas que não vêem perspectivas em suas carreiras?

Eu invisto muito em minha imagem profissional, procuro sempre fazer bons trabalhos e entregar excelentes resultados. Não é fácil, exige 150% de você, mas gera bons resultados. O mercado da música é muito competitivo e você precisa ter algo para se destacar e eu prezo muito pelo profissionalismo, respeito e compromisso. Alguns dos meus trabalhos saíram na Mariutti Team Zine e são divulgados em milhares de portais nacionais e internacionais, fiz contatos com a Fernanda e Luis Mariutti através da mesma e também os conheci na feira da música em 2023. Talvez essa aproximação fez com que eles conhecessem meu trabalho e me dessem essa excelente oportunidade.

Sobre um conselho meu para novos bateras é que procurem sempre trabalhar de forma mais profissional possível e saibam separar a vida pessoal do universo musical. Ele necessita de 100% de você, então se você quer se tornar alguém visado, procure se divulgar com bons materiais, trabalhar bastante e não se esquecer que o compromisso, disciplina e foco nunca poderão faltar. Coloque um objetivo e somente vá atrás, nada virá fácil, mas será somente seu quando chegar.

Antes disso você havia sido convidado para fazer a turnê europeia com a NorthTale. Esse convite se construiu a partir do show que você fez com a FireWing no Shamangra, em São Paulo? Conte-nos como foi essa experiência da turnê européia.

Sim! Dois dias antes do show conheci o grande Bill Hudson, em uma conversa sobre diversos assuntos falávamos de discos de bandas e quando falamos sobre Northtale eu disse que era muito fã, sabia tocar uma ou duas músicas… Em seguida ele me disse que estava com problemas com bateristas e brincou dizendo: “Ah, bom saber”!

Tivemos uma conversa no mesmo dia e na semana seguinte ele me fez um convite, fiz um teste e passei. A turnê foi a experiência mais incrível da minha vida até então. Pude realizar o sonho de conhecer países da Europa, tocar pra milhares de públicos e tocar com uma banda na qual sou fã desde o seu surgimento. Acabou que deu tudo certo, aparentemente fui aprovado por todos e o resultado foi incrível.

Você também faz parte do Perc3ption, uma das bandas mais importantes do Power/Prog Metal nacional. Sabemos que a sua entrada na banda tem uma uma história bastante curiosa, pode nos contar como isso aconteceu e o que você achou do resultado final de “Art in Extreme Situations”?

Minha entrada oficial no Perc3ption aconteceu em 2019. Em 2018 parcialmente um ano antes eu fiz um teste e acabei sendo recusado, não estava preparado o suficiente, não conseguia tocar as músicas direito e foi uma frustração enorme pra minha vida que gerou uma nova fase de estudos, práticas e quem eu queria ser na bateria e na cena nacional. Em 2019 ingressei no Avantasia Tributo Brasil, em um dos shows, Glauco o guitarrista da banda estava presente, me fez um convite para fazer outro teste e eu aceitei e desta vez ingressei numa banda de coração, na qual me serve de inspiração até os dias de hoje.

O resultado final do nosso novo disco é melhor do que o esperado, ele foi feito literalmente com o coração. Estávamos numa fase muito difícil com a pandemia, problemas internos e muitas coisas. Mas, passamos por cima e vencemos todas as dificuldades e esse disco foi lançado! Será uma das coisas mais incríveis do meu legado, ter feito um disco tão especial com uma banda tão boa quando o Perc3ption.

Outro lançamento muito relevante no cenário nacional que você fez parte foi o novo álbum do Stratosphere Project, “Dimensional Convergence”. Nos conte um pouco dessa experiência.

A experiência de gravar com o Flávio foi incrível, ele é uma pessoa muito do bem, dessas que dá gosto ter como amigo. Tivemos problemas no início das gravações por conta de terceiros, o que acabou envolvendo todos do projeto, mas demos a volta por cima e no final o resultado ficou impecável. Foi muito bom ver como o disco foi recebido pela crítica e como isso gerou bons resultados pra nós. Em breve daremos início às gravações do segundo disco e eu já posso adiantar que vai ser ainda mais incrível que o primeiro!

Você começou muito cedo na bateria e persiste até hoje. O que te motiva a seguir?

Um sonho! Eu decidi desde cedo o que queria, não tive dúvidas que queria ser um baterista conhecido no Brasil e no mundo. Este sonho é maior que eu e enquanto eu não alcançar tudo o que almejei desde cedo não vou parar. Minha motivação se dá à minha mãe, minha família e meu futuro que quero construir aos poucos.

Quais suas principais influências na bateria? Sejam elas do Metal ou não.

Meus bateristas preferidos soam longe do metal. Vou fazer uma lista curta dos que sou fanático: Simon Phillips, Gavin Harrison, Dave Weckl, Vinnie Colaiuta, Buddy Rich, Eric Carr e único e exclusivamente no metal, Aquiles Priester.

E qual o próximo objetivo? Carreira internacional?

Sim! Quero ingressar e dar um foco no mercado do metal melódico na Europa trabalhando em turnês e workshops pelo mundo. É um mercado vasto com excelentes bateristas, mas não posso deixar de sonhar que lá também haja um lugar ao sol pra mim. Aos poucos conquistarei meu espaço lá.

Alessandro, obrigado pelo seu tempo e disponibilidade em atender ao Subsolo. Deixe uma mensagem para nossos leitores.

Eu agradeço demais pelo convite da entrevista e fico feliz que gostem e admirem meu trabalho! Aos leitores um grande abraço e o meu muito obrigado por me acompanharem. NUNCA desistam de seus sonhos, sejam eles quais forem! TUDO é possível para aquele que acredita.

A Hell Yeah Music Company surgiu em 2020 a partir do sonho de dois amigos, Luis Fernando Ribeiro e Leandro Abrantes, que se conheceram há 15 anos por meio do Heavy Metal e tomaram-no como trilha sonora de suas vidas e matéria prima de sua arte. Respeito, valorização, criatividade e amor pelo que fazemos são nossos pilares. A #HYMC nasceu para quebrar padrões, ignorar estereótipos e dar suporte às bandas brasileiras que compartilham do mesmo sonho que nós. Baseada em Florianópolis, SC, a Hell Yeah atende bandas de todo o Brasil e de Portugal. Hell Yeah Music Company, música como experiência.