No dia primeiro de Dezembro se uniram duas bandas do cenário sul catarinense com uma banda rio grandense e a única coisa em comum, era a amizade, sonoridade completamente diferente. De covers foram de CPM 22 até Nirvana, de autoral foi de Punk até Psicodelia total e com isso o público foi de calmo a confuso, de confuso a eufórico de sonolento a contagiante e no fim, um gostinho de quero mais.
A primeira banda a subir no palco, foi a novata P-115.
Oriunda de Tubarão/SC, cidade conterrânea do Caverna Kilmister, a gurizada da P-115 estava esgotada por conta da faculdade e toda a pressão que os estudos + trabalho vem causando a quem está na idade dessa rapaziada e estar nos palcos é o refúgio para todos os problemas e pressão desta fase da vida. Não faço ideia se foi a resenha do último show dos caras ou a conversa que tiveram com o proprietário do Drakos, mas a apresentação da banda teve uma evolução gigantesca de apenas algumas semanas de diferença e mostrou uma banda bem mais focada e preparada do que anteriormente resenhada aqui.
Mas ainda acho que os covers apresentados são bem chatos e não empolgam a sua apresentação como suas autorais, que são bem bacanas e contagiantes e isso precisa se revisto imediatamente. Música boa é a que te joga para cima e não a que desanima na frente de um palco, concordo que é questão de gosto, mas tem que procurar fazer releituras de banda que se encaixam melhor com as autorais, ai vai uma dica: Bad Religion e Pennywise, essas são as bandas que combinam com vocês.
Logo após foi a primeira vez que vi nos palcos a banda Rosa de Vênus. Pela forma que trataram a equipe d’O SubSolo dentro do Caverna, até achei que eram banda mainstream, mas ok. Cada ação, gera uma reação. No palco os caras são um vulcão em erupção e quando eu acreditava que não conseguiriam fazer o público pegar mais fogo do que já estavam, me jogam um cover de Nirvana que ninguém esperava, dito e feito, primeiro mosh da noite estava formado.
A apresentação teve seu auge com suas músicas autorais, são bem melhor executadas (toda banda executa as autorais melhor, eu sei). Mas há algo de especial no Rosa de Vênus e eu não sei explicar, há um toque especial nas composições que consequentemente faz com que o público cante junto a partir do segundo refrão e esse é o encanto de quem compõe em Português, não desmerecendo outros idiomas. Quem não conhece, indico a parar tudo o que esta fazendo e ouvir a banda agora mesmo.
Para fechar a noite o Barba Rala, muito ouvi falar da banda e até agora não sei como definir, rotular ou falar dos caras, é sinistro o que fazem no palco. Talvez um pouco exagerado a força que usam nos instrumentos, mas isso vai de cada um.
Consigo definir que a banda é muito bem entrosada, não tem aquelas pausas irritante (até minha banda tem essa pausa chata) e a banda é muito bem ensaiada. Ninguém acelera e ninguém se perde, é tudo no seu tempo certo e tem contratempos ensaiados que ficam perfeitos no palco tocando ao vivo, o que de fato deve ser muitíssimo bem ensaiado e não é atoa que é uma das bandas que mais cresce no estado de Santa Catarina nos últimos anos. Destaco muito o feeling depositado pelo quarteto e a forma que se entregam a música, pela humildade e o caráter como pessoas. Foi uma excelente apresentação e este que aqui escreve admite, foi uma ótima primeira impressão.