Salve, headbangers! Quem conhece meu trabalho como colaborador d’O Subsolo ou da mídia Underground Extremo sabe que eu nunca fui apreciador de Metalcore. Então, por que raios estou resenhando o novo álbum do Spiritbox? Explico: preconceito é uma das piores amarras da humanidade.
Eu nunca tinha parado para ouvir a banda. Sabia que eram considerados um fenômeno, mas nunca dei uma chance. Vendo a crítica internacional elogiando este trabalho, pensei: “Meus colegas de mídia estarão errados?” E lá fui eu conhecer a discografia da banda e ouvir este álbum para ter uma opinião embasada e justa. Quer dizer que agora sou um grande fã do Spiritbox? Bem, como diria o grande pensador Michael Kyle da série Eu, a Patroa e as Crianças: “Ahhhhhhh, não!” Mas entendo perfeitamente todo o status que eles alcançaram. E, olha, com este álbum, eles vão muito mais além.
Ouvindo todos os seus registros até aqui, percebi que eles conseguiram criar uma sonoridade própria, mesclando ao Metalcore passagens de Nu Metal, Djent e vocais mais melódicos — é impossível não dizer que Evanescence é uma referência aqui. Méritos totais para Courtney LaPlante, que se demonstra uma excelente vocalista, tanto na parte limpa quanto nos guturais.
Agora, focando diretamente em Tsunami Sea, é notório que a banda decidiu experimentar, e isso é válido demais. Eles estão com um belo acréscimo, já que neste trabalho contam com o experiente guitarrista Josh Gilbert, que saiu daquela encrenca que atende pelo nome As I Lay Dying.
Fata Morgana e Black Rainbow mostram que eles andaram ouvindo muito Gojira quando foram gravar este álbum. Abrir com uma passagem mais áspera é sempre um bom sinal — mostra para o ouvinte o que está por vir. Os vocais limpos são inevitáveis, mas aqui têm uma aplicação mais moderada (outro ponto positivo).
Perfect Soul vem acalmar o coração de quem espera algo mais Pop. Seria um novo subestilo se formando aqui? Pop Djent? Confesso que essa sonoridade passa em branco para mim, mas dei uma conferida na letra, e é muito bonita e intimista. E, falando em Djent, Keep Sweet escancara as influências desse gênero na banda — algo que vem se tornando uma constante em sua discografia. E pasmem: esse som poderia muito bem estar em um álbum do Arch Enemy depois da entrada de Alissa na banda.
Um grito de raiva vem forte com Soft Spine e ganha ainda mais camadas em No Loss, No Love, que tem um acento de eletrônica que combinou muito bem com a proposta até aqui demonstrada. E, como falei no começo da resenha, maturidade é a palavra. A faixa-título mostra essa passagem da banda para outro patamar.
Tenho algumas ressalvas com a produção do trabalho, que acredito ter abafado algumas partes, principalmente nos vocais. Mas isso não ofusca o brilho de uma das melhores revelações do metal nos últimos tempos. E, bem… eu discordo? Talvez. Mas um ponto em comum é a qualidade das composições de um nome em ascensão.
TRACKLIST
01) Fata Morgana
02) Black Rainbow
03) Perfect Soul
04) Keep Sweet
05) Soft Spine
06)Tsunami Sea
07) A Haven with two Faces
08) No Loss, No love
09) Crystal Roses
10) Ride the Wave
11) Deep End
Spiritbox
Courtney LaPlante – vocal
Josh Gilbert – Baixista e Backing vocal
Mike Stringer – Guitarra e backing vocal
Zev Rosenberg – Bateria
Spiritbox
Courtney LaPlante – lead vocals
Josh Gilbert – bass, backing vocals (tracks 3, 4, 6, 7, 10, 11)
Mike Stringer – guitar, backing vocals production, engineering
Zev Rosenberg – drums