Incessante, crucial, cirúrgico e poético, é assim que o novo disco do Pense pode ser resumido. A cada ano que passa, sempre temos um disco forte do Hardcore, quando Pense anunciou que teríamos um lançamento neste ano, não tinha dúvidas, vinha pedrada. Dito e feito!




Em 2015 quando a banda mineira anunciou que entraria em hiato, foi um choque, por todos os cantos do Brasil era falado a falta que faria. Mas o silêncio nunca se propagou, Pense sempre esteve presente nas playlists e no coração do público que criou ao longo dos anos em atividade. Em dezembro de 2016, surgiu um videoclipe “Revitalizar” que começava com “… Voltei pra te dizer, tudo aquilo que sentia e que esse silêncio nos fez bem, pra voltar melhor…” e não é que foi verdade?

Mesmo com o anuncio do desligamento do baterista Danilo Vilarino e que quem assumia as baquetas era Charles Taylo (já conhecido no cenário HC do país), a partir dai, o trabalho começou e foi um ano até chegarmos no “Realidade, Vida e Fé”. 


A principal característica do Pense, não ficou para trás. As letras engajadas, fortes e poéticas estão mais uma vez presentes em um disco dos caras e que letras sensacionais são apresentadas. As guitarras de Cristiano Souza e Ítalo Nonato em perfeita sintonia de pura cadência, entoando com bastante agressividade, como o Hardcore tem que ser. Charles Taylo incessante e empolgado, um vulcão na bateria com uma cozinha segura com Judá Ramos.

Mas sem dúvidas, não da para deixar de citar Lucas Guerra. Vocais agressivos, impecáveis e pontuais, letras escritas pelo mesmo com total consciência e com fortes fraseados poéticos em grande proporção com reflexões necessárias. A forma como a letra entra na sua mente e ronda como se alguém tivesse repetindo inúmeras vezes em seu ouvido, é no minimo fascinante. Pobre tolo que acha que Hardcore é uma música reta, sem pretensões, no fim, acaba perdendo lindas poesias com melodias viscerais. 






Mais uma vez o material gráfico também rouba a cena. A capa é uma obra de arte simplesmente intrigante, por bons motivos, claro. As cores escolhidas realçam em forma de poesia uma arte visual que beira o perfeição. O artista responsável foi Felipe Protski. A parte externa do rosto representa “Realidade” pois segundo Lucas Guerra, por ser o fator externo em comum. Já a camada interna, representa a “Vida”, por ser algo interno e pessoal, algo que temos dentro de nós como algo importante. Por último e não menos importante, a camada de energia representa “Fé” por ser algo abstrato e imaterial. 



FORMAÇÃO
Lucas Guerra – vocal
Charles Taylo – bateria
Cristiano Souza – guitarra
Judá Ramos – baixo
Ítalo Nonato – guitarra



TRACKLIST
01) Intro (Eduardo Galeano)
02) Utopia
03) Corpo, mente, espírito
04) Levanta e vai
05) Existência
06) Matrix
07) Do que sou
08) Eu não posso mais
09) Você sabe com quem está falando
10) Todo momento é o agora
11) Revitalizar
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.