O Carniça já foi quarteto e agora consiste em desenvolver seu trabalho como um Power Trio. Incrível que o trio que faz parte da atual formação, se mantém desde a criação da banda, a única diferença é que Mauriano Lustosa deixou as guitarras e agora assume os baixos do grupo (após a gravação deste), mas sempre ao lado de Parahim Neto e Marlo Lustosa, guitarra e bateria respectivamente.




O grupo foi formado em 1991 em Novo Hamburgo/RS. De lá para cá, são cinco demos lançadas (duas em 1991 e uma em 1992, 1993, 1995), um disco em 1999 que teve sua regravação e relançamento em 2016 o “Rotten Flesh”, o segundo disco “Temple’s Fall… Time to Reborn” lançado em 2011 e o terceiro disco “Nations of Few” em 2013, e claro, o incrível disco homônimo que estamos escrevendo hoje, porém que foi lançado em 2017.


Trilhas de teclados muito bem colocadas, melodias muito bem compostas e tudo unido, ficou ainda melhor. Quando o artista consegue unir o peso com a técnica, o disco não tem como não ter outro resultado a não ser sensacional. As raízes da música gaúcha, percorrem com muita ardência nas veias do Carniça, pois a música “galdéria” sempre foi uma referência e muito forte no Brasil.

Quando convidados sabem trazer o de melhor para dentro do disco de uma banda parceira. Os vocais de Flávio Soares (o lendário vocalista do Leviaethan) na música “The Putrid Kingdom”, Fábio Jhasko com violino em “Midnight Queen” e o mais destacado na minha opinião, que foram as linhas de teclados executada por Augusto Haack em “The March (of the Rotten Souls)” e essas participações deram um “a mais” em todo o disco, participações sempre tem um destaque a mais, pelo fato de trazerem influências bem diferente da banda.


Vale ressaltar a evolução da banda em todo esse tempo, comparado a discos anteriores, esse foi o que o grupo obteve o melhor resultado. Talvez com uma melhor distribuição, como as trilhas de teclado e violino em algumas músicas, tenha dado um gás maior em todo o trabalho. Mas como verdadeiro fã da música pesada, sempre acabamos nos apegando a pequenos detalhes, como por exemplo, de todo o trabalho cantando em outra língua, tivemos o “Revolução Farroupilha” cantado em português, para os desinformados a Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835 – 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usaram as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.


Em uma conclusão o disco do Carniça é visceral. Todas as músicas para bater cabeça, participações pontuais e estratégicas, tracklist bem montado e a surpresa de “Revolução Farroupilha” foi bem positiva. A fase da banda é muito boa e pelo fato de já ser uma banda com bastante bagagem, facilita na forma de compor suas músicas. 


Material enviado pela Heavy and Hell.


FORMAÇÃO
Mauriano Lustosa – vocais
Parahim Neto – guitarras
Marcelo Zabka – baixo
Marlo Lustosa – bateria

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
Augusto Haack – teclados: “The March (of the Rotten Souls)”
Flávio Soares – vocais: “The Putrid Kingdom”
Fábio Jhasko – violinos: “Midnight Queen”

TRACKLIST
01) The March (of the Rotten Souls)
02) Terrorzone
03) Revolução Farroupilha
04) War Games to Die
05) Carniça
06) The Old Butcher
07) The Putrid Kingdom
08) Midnight Queen
Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.