Confesso que quase tive um surto de ansiedade – relembrando aqui nosso querido Russo – quando recebi uma mensagem do Maykon dizendo que eu faria a resenha do show da Doctor. Soltei alguns palavrões, e acho que fiquei sem respirar mais tempo do que tô acostumada. Quando me dei conta, puxei o ar com força, e reli a mensagem que dizia:
Não tinha ninguém do O SubSolo, a resenha de cobertura ficará por tua conta

Eu só consegui pensar: 
– Caralho, eu sou fotografa, que roubada é essa?

Aí depois pensei:
– Tinha que ter algo, ne?! O Maykon me disse pra eu me divertir, e deixar a câmera em casa, só podia ter alguma surpresa envolvida!

Mas então, vamos lá… A tarefa…





O que falar desse show da Doctor?
Tem muita coisa pra ser falado, e talvez eu não consiga dimensionar o quão grande foi. 
Foi um lançamento de um EP, que era um sonho, algo que vinha de longa data, uma realização que passou por pausas, por trocas, por escolhas. Mas foi também o show do adeus disfarçado de até logo.

Tinha todos os ingredientes pra ser algo tenso e carregado de muita pressão. Tinha a pressão psicológica, a pressão das familias, cara, tinha as familias presentes, participações especiais, tinha a mistura perfeita pra ser tenso. Sem falar no fato do vocalista com amigdalite! Socorro!

… E ai o show começou!
E onde foi parar aquela pressão toda? Iniciaram com covers fantásticos, mostrando entrosamento e muito talento e a cada música era nítido que todos estavam no maior clima de descontração, sem parecer levianos ou despreocupados. Estavam ali, muito bem preparados pra fazer o que sabem fazer.

E depois de mostrar que sabem muito bem fazer covers com competência e já com os pedidos do Russo que ao final de cada cover dizia: – “TOCA AUTORAL”, enfim foi o momento mais esperado, o lançamento do tão sonhado e desejado EP “Cotidiano”.

Senti nesse momento que cada integrante respirou fundo… Aquela diversão espontânea  da primeira parte do show foi substituída por um sentimento de responsabilidade e admiração pelo próprio trabalho. Houve emoção, cada um expressou isso de formas diferentes, mas bastava olhar pra cada um pra ver que havia muita emoção nesse momento. 




Houve participações especialíssimas:
Gambit e Cagu, ex integrantes, Naldo, integrante do Cherry Ramona, e Daniel Russo, o  6° Doctor, todos contribuindo para que o sonho desses meninos fosse concretizado com muito, mas muito sucesso. “Cotidiano” dando um show. Autorais de responsa, com arranjos maravilhosos. 

Foi com certeza a melhor apresentação que tive a oportunidade de assistir. Dos momentos mais sérios, até  os improvisos e o show com coreografia do vocalista, tudo foi natural, sem forçar a barra, cativando as  pessoas e prendendo a atenção de forma natural. O show fluiu em um clima de cumplicidade e certeza do dever cumprido. 

E eu, entoo o coro do #VoltaSemIr porque é muito talento junto, são muitas possibilidades e muito carisma pra pensar em pausar!

Ouça “Cotidiano”


Gremista, catarinense, gamer, cervejeiro e admirador incessante do Rock/Metal. Tem como filosofia de vida, que o menos é mais. Visando sempre a qualidade invés da quantidade. Criou o site 'O SubSolo" em 2015 sem meras pretensões se tornando um grande incentivador da cena. Prestes a surtar com a crise da meia idade, tem a atelofobia como seu maior inimigo e faz com que escrever e respirar o Rock/Metal seja sua válvula de escape.