

A primeira a subir no palco foi o DeadNation, com a dupla de guitarras afiadas nas mãos de Rafael e Jeff, com um vocal sombrio e monstruoso de Fabricio Wronski, a pegada se torna única quando apresentam suas primeiras músicas autorais, iniciando o show com “Redrum” seguido da música “Sadeland”, destaco como autoral a música que usaram para fechar a apresentação a pesada e sombria “Killing Just For Kill” que tenho certeza que é uma música que pode vir a alavancar o nome da banda e leva-los a outros patamares. Já os bons covers escolhidos dão ao publico o que eles querem, destruição, peso e pancadaria. O incansável Renato Lopes (Hellio Costa e AlkanzA) subiu ao palco para participar da música The Glorious Dead do Gorefest. Além dessa participação o grupo chamou a atenção para covers de Brujeria e Dismember completaram o setlist. Como baterista quero deixar registrado minha satisfação de ver o Gustavo Oliveira de volta aos palcos, após vê-lo Abeastnence (que pra mim era uma das melhores bandas da região), é satisfatório ver o cara junto da DeadNation onde ainda completa o time o excelente baixista Feto (Hellio Costa), só nome de peso compondo o grupo.

Orkane subiu o palco para mostrar o motivo de ser a banda de Metal mais aclamada de Tubarão. Simplesmente trazer o novo cover do setlist da banda “Refuse/Resist” não foi a única coisa extraordinária da apresentação, a banda apresentou as suas novas músicas que estarão no vindouro disco de 2018, as pesadas e surpreendentes “Go to War” e “Enjoy Your Stay”. O grupo conseguiu manter uma pegada do começo ao fim, Arthur é um cara que consegue manter o peso da cozinha sempre um turbilhão, mas mais uma vez estranhei os timbres das guitarras que mesmo tocando apareciam alguns “zunidos” e “chiados” entre cada nota e o baixo que ficou um pouco alto. Com as músicas novas podemos esperar um Thrash Metal mais moderno e com pitadas do Heavy Metal tradicional, um vocal mais melódico e um baixo mais trabalhado em compensação do último disco da banda, curioso para ver o que vem ai.

E para assombrar um pouco a sonoridade do evento, Obscurity Vision de Balneário Rincão/SC esteve presente no evento. Com uma dupla de irmãos na guitarra (se não são, iguais eles são) muito entrosada por sinal, o grupo consegue manter aquele Black Metal obscuro com pitadas do Death Metal mais coeso e puro. Divulgando as novas músicas, que estarão no próximo disco “Dark Victory Day”, foi a banda que conseguiu prender mais pessoas batendo cabeça na frente do palco. Rafael Vicente é um vocalista impiedoso, sombrio e com muita poder na voz, consegue também ter uma boa sintonia com o público e em certos momentos se transforma perante ao microfone. O baterista Luiz Tretin é um cara franzino, que não vai ter como acompanhar a sonoridade de Black Metal. No que chega o show, o cara sobe no palco com o rosto pintado e a pancadaria que o cara faz na bateria, não é desse mundo. Mesmo com problemas no equipamento da bateria, onde o mesmo não conseguiu de certa forma regular da forma como está acostumado a tocar, o cara se saiu muito bem e deixou seu nome registrado no evento, assim como toda a banda, que marca agora em minha vida particularmente, por ser a primeira banda de Black Metal que assisti pessoalmente, que banda!

Eis que a novata Threzor sobe ao palco. Com um pouco de demora em relação as outras, a Threzor foi montando seu equipamento com calma e o publico cada vez indo tomar um ar. Foi só dar os primeiros acordes que o pessoal se aproximou do palco. A banda é formada por Lucas Souza na guitarra e vocais, Gabriel Theofelo nas guitarras solo, Matheus Prusse no baixo e João Kuntze na bateria. A intensividade e entrosamento, aparenta que os caras tocam a muitos anos juntos, talvez trazendo isso de outros projetos, já que com exceção do baterista, o restante dos integrantes possui um projeto paralelo juntos de tributo ao Metallica. Suas músicas são intensivas, brutais e sensacionais, os vocais que Lucas Souza apresenta traz consigo um Thrash Metal old Schools, enquanto João Kuntze consegue transformar a bateria em um caldeirão com sua agilidade e uma pegada de pedal duplo indescritível. Destaco também a evolução dos solos de Gabriel Theofelo, que comparado a última apresentação da banda que pude ver, suas mãos aparentam pegar fogo em meio as cordas, assim como Prusse consegue trazer uma linha de baixo bem coesa e firme, com grandes auxílios de backing vocal. Nessa apresentação apresentaram músicas novas que estarão no seu vindouro primeiro disco. A única parte que eu indicaria ser repensada é a posição da sua música nova, “Falling Death”, que acabou esfriando um publico que estava sedento em frente ao palco. Em contrapartida, escolheram bons covers, trazendo “Arise” do Sepultura e fazendo como se tivessem jogado uma bomba no meio do pessoal, foram a loucura!

Alkanza foi colocada como última banda, pois o baterista Ramon Scheper estava em um trabalho paralelo e que garantiu que chegaria o mais rápido possível para iniciar a apresentação da banda. Infelizmente isso gerou um atraso, enquanto isso o frontman Thiago Bonazza desferiu as seguintes palavras no microfone “Galera, queria pedir para todos ficarem e aguardarem nosso show, o Ramon está chegando em dez minutos e quem ficar eu prometo, vão ver o melhor show do Alkanza de suas vidas“. O mais incrivel de tudo isso foi, QUE NINGUÉM FOI EMBORA e quando o show do Alkanza começou, todos foram para frente do palco com sangue no olho. Com o novo guitarrista Renato Lopes (Hellio Costa), assumindo as bases o grupo conseguiu ficar ainda mais pesado, os caras tiveram uma química impressionante. Músicas como “Em Coma”, “Residente do Caos”, “Ordem”, “Paciência V.T.N.C” agitaram a galera que cantava junto, tendo “Brasil” participação do vocalista da recém formada Dark New Farm. Não só foi o melhor do Alkanza como foi o mais intenso em que acompanhei até agora, o grupo vem evoluindo monstruosamente, demonstrando que não precisam de covers para fazer seu show, sendo que é 100% autoral e de alto nível, sou fã de carteirinha, cada vez me conquistam ainda mais, fecharam o festival com gostinho de quero mais.
Conclusão sobre o evento;

O organizador Gustavo Mendes é um cara como nós, gosta de estar no mosh e sempre vejo o cara presente nos eventos, dando aquela força. A cada banda que começava a tocar, ele se encarregava de ir la fora buscar o pessoal, pedindo para todos irem ver as apresentações, algo que nunca tinha visto. A Julia Kukert namorada do Gustavo é uma garota sem igual, no lugar de ficar sentada curtindo as bandas como a maioria das mulheres do festival, ela estava dando porrada no mosh e fazendo muito marmanjo voar. O que o Congas Music Beer vem fazendo, é algo que vai além do que muitas palavras poderiam tentar expor minha opinião, os caras além de promoverem eventos por sua conta, também estão abrindo espaço para produtores independentes fazerem eventos com os mais derivados estilos e temáticas. (foto acima, do casal citado)
Quando a casa trabalha em conjunto com o publico que frequenta a mesma, o resultado não pode ser outro, se não, sucesso. A cena respira sem ajuda de aparelhos!
* Todas as fotos retiradas da fanpage oficial do evento!