Thiago Monstrinho tem muito talento atrás da bateria manuseando as baquetas, mas foi como vocalista e compositor que ele se encontrou como um verdadeiro artista no Worst. Todas as letras, pegadas, peso e melodias lembram sua passagem pela antiga banda, mas tem uma pegada diferenciada de desabafo sem papas na língua.
A melhor faixa do disco é disparada a faixa título Ingratidão que abre o disco com uma pegada magistral. “Depois de tudo o que passamos, lado a lado eu esperava um pouco mais de respeito, um pouco mais de união” e tem um refrão áspero dizendo “Verme ingrato, quero distância de gente como você“. Com esse pequeno aperitivo, imaginamos o que vem pela frente.
O disco conta com dez faixas, sendo apenas duas delas em inglês que são Numb The Pain e Hard Times. Conta também com participações de Caio MacBeserra (Project46) e Fernando Baduí (CPM22). Quem pensou que acabava por ai, Neil Roemer (Cutthroat) e Laurente Styx (Nothing from No One) carimbam suas participações no disco.
As afinações dos instrumentos de cordas pesados, dão um destaque no disco. Bateria que mescla agilidade e breakingdown marretado, combinam com a temática do disco. Mesmo afirmando em recente entrevista que não largará a ideia de compor em Inglês, Thiago Monstrinho poderia rever isso, suas letras soam melhor no melhor estilo protesto, ou seja, cantando na língua que nosso país entenda em todos os cantos.
Boas bandas de Hardcore surgem quase sempre no Brasil. Essa sonoridade do HC nova-iorquino tem esse diferencial de saber casar o instrumental badalado com algo mais visceral e as letras sempre acabam encaixando de todas as formas. Deixando a sonoridade de lado um pouco, quero destacar a capa. nela uma ilustração como se alguém consumisse todo os espirito de uma pessoa em um pequeno quarto, seja esse o espirito de vontade, amizade, felicidade, companheirismo… Bom, cada vez que olho tenho uma percepção diferente, a capa é uma obra infinitamente intrigante.
Material enviado pela assessora Isabele Miranda.