Davy e os Jones é uma banda inesquecível, não só pelo nome, mas também pela sua qualidade caipira mesclando histórias reais em meio aos dias atuais e modernos. Posso ousar em classificar a banda como Country Rock, porém ela vai muito além de um mero gênero musical.
Brudy Jones (Guitarra/Vocal), Bob Jones (Violão/Bandolim/Harmônica), Felipe Hannibal (Violino/Voz) Bruno Bonifácio (Baixo/Voz) e Thico Soares (Bateria/Washboard) formam este super grupo. Com visual clássico, os rapazes irão se apresentar no fim deste mês em uma super live pela Mutante Rádio em parceria com a Bode Preto produções. Thiago Soares nos conta o motivo deste nome tão intrigante da banda:
“Obrigado pelo espaço amigos! O nome surgiu de uma brincadeira do Felipe e do Eros (primeiro vocalista da banda). A verdade é que o nome gera um monte de teorias, a própria banda tem dificuldade em explicar certinho. Eu entrei pro grupo em 2019 e já entendi que a escolha tem um fundamento sonoro e gráfico também, pois é uma referência ao rock dos anos 50. Tem apenas uma intenção diferente.
A banda é de Americana/Santa Barbara D’ oeste, cidades do interior de São Paulo que são conhecidas pela imigração norte-americana que rolou por aqui depois da Guerra Civil nos Estados Unidos. Então o sobrenome Jones é bem comum em nossa região. O Davy na verdade é um cara imaginário, somos a banda desse “amigo invisível” digamos (risos).”
E os projetos da banda no geral? Sabemos de um show pela frente, e o batera nos conta mais:
“Como não estão acontecendo eventos aproveitamos para cuidar de coisas pessoais e vamos retomando as atividades da banda em outros campos. Lançamos nossos 2 primeiros vídeo clipes já em período de quarentena, temos um documentário que sairá em breve todo dividido em capítulos, mostrando a sessão de gravação do nosso EP chamado “Pangarés Selvagens” e também estamos divulgando nossa primeira LIVE em época de pandemia.
É um projeto que surgiu de um convite da Mutante Rádio e da Bode Preto Produtora. Nossa Live acontece dia 26/09 e será transmitida simultaneamente pelo canal da banda no Youtube e pelo perfil da Mutante Rádio no Facebook. 2020 não é um bom ano para as artes em geral, mas estamos usando bem o tempo, nos informando bastante, organizando muita coisa que precisava ser feita. O mais importante agora é cuidar da saúde e ser responsável.”
Perguntado sobre o diferencial da banda na cena, o batera pensou bastante e mandou seu pensamento digitado:
“É um pouco difícil responder isso sem correr o risco de cair na autoindulgência, não ter uma analise correta daquilo que se faz e dos seus defeitos, do que precisa melhorar. A gente hoje entende o que fazemos como uma prestação de serviços também, além do amor a música. Somos artistas de entretenimento, somos contratados para nos apresentar, as pessoas pagam com seu dinheirinho suado para nos ver, para se divertir, para ter uma noite legal e poder curtir!
Hoje buscamos uma outra mentalidade pro que fazemos, ainda que estejamos no underground e no interior do país. O que posso dizer é que nós temos sim um compromisso com a qualidade do que estamos criando, nossos arranjos, a comunicação da banda, a identidade musical, artística, a política de trabalho que tentamos buscar, aprimorar, aprender mais.
O Brudy é um compositor muito dedicado quanto a suas letras, é uma coisa muito pessoal e isso sim acho que merece um destaque, é muito bom você ser fã de um parceiro de banda! Se somos diferentes ou se teremos algum mérito que nos traga algum destaque, se fazemos alguma coisa nova, isso ficará a critério do publico, de quem nos acompanha. Nós temos uma consciência a respeito do crivo que usamos para o nosso trabalho, só nos resta trabalhar e fazer o corre na humildade.”
Pesando um pouco o assunto, o músico não economizou nas palavras sobre sua opinião na cena nacional:
“Essa é uma pergunta rasteira, deixa eu tomar cuidado pra não cair numa armadilha (risos). Eu particularmente prefiro tentar entender o mainstream brasileiro de hoje por um ponto de vista técnico. É bastante claro que existe a coisa da “força do dinheiro”. Muita coisa aparece, viraliza e estoura pela força do dinheiro. Views comprados, curtidas compradas, técnicas bizarras para aumentar os likes, a imagem pré fabricada, caminhões de grana pra entrar nas programações de massa… é uma visão de business cheia de artifícios e vai continuar, porque é uma analise nossa, quem está nesse jogo e está ganhando vai rebater esses argumentos. Um escritório forte faz qualquer música ruim ser um hit quando fazem com o cara certo. Mas acho que é preciso se informar um pouquinho também antes de só descer a lenha. O ponto que admiro no mainstream são aspectos ligados aos processos, organização na parte burocrática, profissionalismo na logística, na produção de áudio e espetáculos, investimento brutal em backline e em profissionais que trabalham no backstage dessa galera, é um longo caminho para se chegar na alta performance. Cabe criticas demais sim, não há tanta coisa que me apetece, que eu consuma na realidade.
Mas eu acho que aprendemos coisas no underground que só vemos aqui, coisas que aprendemos no independente de médio porte que aprendemos lá, e outras coisas são coisas que só acontecem mesmo do mainstream. Você pode ser feliz e ter uma carreira legal no pequeno, medio ou grande porte. Eu sempre gostei muito, sempre admirei muito artistas que conseguiram explorar os 3, que conseguiram transitar entre os 3 com propriedade, com honestidade.
Eu me lembro quando o Emicida lançava CDs com capinha de dobraduras que ele fazia a mão, lembro do meu irmão chegar em casa com o “Usuário” do Planet ou o “Transpiração Contínua Prolongada” do CBJ recém lançados, de estar assistindo TV e aparecer um comercial da Mitsubishi com uma música do Chucrobillyman, escutar O Terno na Malhação, Shaman, Renato Godá e Francisco El Hombre com músicas foda na trilha sonora de novelas da Globo. O que eu espero é que mais artistas do underground e do independente possam crescer, manter a sua energia criativa e liberdade e ainda consigam ter a oportunidade de participar de coisas grandes.”
(Sillas Junior)
Agradecemos o papo com a banda, e deixamos Thico Soares nos apresentar o cartão de visita da banda para os novos fãs:
“Atualmente percebemos que “Case-se Comigo” está indo muito bem com o publico, na verdade “Pepitas Laminadas” também está. São os dois singles que lançamos recentemente. Só que tem uma música que ainda não recebeu uma gravação apropriada, apareceu em nossa primeira Live Session que é a “Pé de Cana e Puro Osso”. Ela ganhou uma “reputação das ruas” e é assim até hoje nos shows. É uma música divertida, de rápida assimilação! Acho que deve haver um consenso dentro da banda que ela foi a primeira música que se destacou no repertório, tem o seu brilho próprio! Muito em breve ela ganhará sua versão oficial e será a prova definitiva da força desse som! “