A cidade de Belo Horizonte tem recebido uma leva de caos e destruição nas noites de semana, e algumas das fomentadoras disso são a Xaninho Discos e a Caveira Velha Produções, com apoio do Metalpunk Overkill, Garotas do Front, entre outros coletivos da cidade. Na terça-feira, dia 22, podemos presenciar mais uma vez tudo isso na já consagrada casa de shows Mister Rock. O Napalm Death volta ao Brasil com nove shows. A banda inglesa de Grindcore tocou em Brasília, Belém, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e São Paulo. Em BH, o Napalm Death chegou junto das bandas: Expurgo, Ratos de Porão e Krisiun.

Expurgo:

Iniciando o caos, o Expurgo entra no palco ainda com o público pequeno devido ao horário de começo do show, o que não intimidou nem fez a banda se portar diferente do que já é de costume desses mineiros insanos. Como se fosse um rolo compressor, a banda entrou botando a galera pra agitar. Destaque sempre pro instrumental afiado e para a presença de palco insana do vocalista Egon, que são impressionantes. Até quem já é de casa se assusta a cada apresentação do Expurgo, vendo como eles conseguem ser extremamente caóticos. Um show intenso, pesado, que já deixou a galera em alerta total pro que viria depois.

Ratos de Porão:

Vindos de uma apresentação no Knotfest, onde, nas palavras do próprio João Gordo, “Tomamos no c# para o deleite da reaçada. Espremidos entre o Slipknot e o Mudvayne, corajosamente mandando nosso recado bruto de sempre”. E deixou o recado… Essa semana estaremos num rolê mais nossa cara, tocando 3 shows com o Napalm Death em BH, Rio e Curitiba. Esse sim vai ser f#da.” E sim, dessa vez com o devido respeito que lhe cabe, iluminação digna e um público sedento, consciente de onde estava e de quem estava assistindo, uma das, se não a maior banda Punk do Brasil, fez um show sensacional, mesclando músicas de vários álbuns. Com uma presença de palco sempre avassaladora, diretos e mandando o recado, a banda passeou pelos seus álbuns e mostrou que ainda tem muita lenha e gente pra incomodar! Um show extraordinário.

Krisiun:

“O Krisiun é esporte nacional.” Esse comentário me fez repensar tudo que eu sabia sobre o Krisiun. Já tinha visto outros shows do Krisiun, mas não tinha tanto apreço. Respeitei sempre o lugar e a importância da banda, mas o som não me atraía tanto. Bom, até essa terça, onde me rendi, enfim, a esse Death Metal poderoso do Krisiun, escutando sons dos últimos trabalhos da banda como Blood of Lions, que me pegaram de jeito. Presenciei uma apresentação grandiosa de, sim, uma das maiores bandas não só nacional, mas mundial de Death Metal. Som, presença de palco, postura, tudo em alinhamento com o propósito. Por várias vezes, eles fizeram questão de exaltar como é difícil estar nessa caminhada do Death Metal e por que fazem isso até hoje, por amor ao estilo, pelo carinho e reconhecimento dos fãs, exaltando BH, Krisiun e o público em uma troca genuína de êxtase. Um show realmente brutal.

Napalm Death:

A pergunta que ficava era: depois de 3 shows tão devastadores, a galera ainda teria energia pra aguentar a pancadaria do show do Napalm Death? E o que vos digo é que sim! Desde a primeira até a última música, a galera botou pra f*der, comandados por Mark “Barney” Greenway, um frontman louco que não para quieto no palco. A banda massacrou o público, som após som para o deleite dos amantes do caos. Um show histórico que deixou todos ali precisando tomar um relaxante muscular pra aguentar a quarta-feira, uma aula de Grindcore, pra nenhum amante do estilo colocar defeito. Mais uma produção impecável da Xaninho, Caveira Velha com o apoio do Metalpunk Overkill. Que venham os próximos!

 

Mineiro,cruzeirense,tomador de café, baterista e apreciador de boas cervejas,Fotografo especializado em bandas de rock/metal.