

Depois do final arrasador da Red Wine, um quarteto carregado de Rock ‘n Roll tomou conta do palco e aos poucos foi incendiando a casa. O nome é o que automaticamente vem à cabeças dos que desconhecem o grupo, mas que logo passam a querer ter conhecido a banda a mais tempo.

Os caras são pura energia e fizeram o público imbitubense pirar ao som de clássicos do Hard Rock internacional e até os hinos do Rock brasileiro, além de saber dosar, na hora certa, as músicas autorais que conquistaram também a empolgação dos presentes.
AC/DC com Brian ou Axl? Que tal com Eric Meyer? O cara mandou muito bem nos vocais ao cantar “You Shook Me All Night Along” e “Highway to Hell”, e pra completar ainda mandou “It’s So Easy” do Guns N’ Roses. Quer mais? Rolou também Alice in Chains e Titãs. Foi uma festa para todos ali mexerem o corpo até a banda dizer “chega” para poder deixar o fest continuar, mas sem dúvidas poderiam seguir ali por mais tempo sem deixar a chama apagar na platéia. “Quem são esses caras” afinal? São, melhor dizendo, monstros do Rock lagunense e sem dúvidas pedido certo para animar qualquer festival.

Os “donos da festa” chegaram no palco para manter a qualidade da noite lá em cima. Não foi difícil para a Doctor Jimmy ganhar o público, que contava com boa parte dos seguidores de carteirinha da banda, e aliada a um som animador e recheado do melhor que o Rock ‘n Roll pode oferecer, eu não poderia esperar nada além de uma platéia animada e que fez um show junto com a banda.
A presença de palco de uma banda é parte fundamental para um grande show, e isso os cinco caras da Doctor dominam com maestria. A banda é uma explosão em palco, envolvendo desde o baterista Maykon até aquele cara que fica lá no fundo da platéia. A empolgação e energia transmitida pela banda é contagiante, e logo todos estão possuídos pelo espírito do Rock ‘n Roll, batendo cabeça e cantando junto ao set list da banda, que mescla covers de Steppenwolf e Black Sabbath com músicas autorais carregadas de personalidade e força.
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Vito literalmente “foi pra galera” e foi um dos pontos altos da noite |
Maykon é um exemplo em palco, sendo o coração pulsante da banda. O baixo de Ronaldo Martins é forte, marcante e fala alto, ou melhor dizendo, ele grita na verdade. O teclado de Endryll é um dos diferenciais da banda, sendo aquilo que dá a assinatura da banda nas músicas executadas. Fabiano Gambit assume a frente da banda com seu vocal único e que casa perfeitamente com a alma instrumental do grupo. Mas meu maior elogio fica para o guitarrista Vito Ventura, que é um vulcão em erupção no palco, sendo daqueles que dá gosto de ver tocando. O cara foi pra galera diversas vezes, levando o show da Doctor a um patamar mais acima, agradando sem dúvidas todos os Deuses do Rock ‘n Roll que observam lá de cima.
Qualquer elogio é pouco pra essa banda, que é autêntica e sabe o que fazer quando sobe no palco. Executar Rock com a classe desses caras é coisa para poucos, e ao público, ficou de resultado um show maravilhoso.

Eletromotriz é agora sinônimo de riffs pesadíssimos, baixo cheio de groove, bateria que te atropela e um frontman que qualquer palavra é pouca para descreve-lo. Aliás, Misael ‘Misa’ Furtado foi o grande show da noite. No meio da platéia durante todas as apresentações, o cara era a “animação em pessoa” à todo tempo, pulando e curtindo as bandas junto com todos. Na hora que subiu ao palco, pegou toda a energia positiva que carregou durante a noite e a propagou a todos os presentes com sua voz que rasga sua mente, fazendo do que seria um grande um show, um show MEMORÁVEL.
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Durante o show da Doctor, Vito e Misa deram um show junto ao público |
Além de Misa, não posso poupar palavras ao baixista Quira, que além de ser o responsável das linhas graves e potentes da banda, é dono de uma simpatia e humildade enorme, criando amizades com todos presentes, expandindo o show da banda não apenas no palco, mas também ao público por inteiro. O guitarrista Luiz ‘Duds’ Eduardo é um dos melhores da região e destila toda sua técnica ao longo do show, deixando boquiabertos aqueles que param para reparar em seus solos impressionantes. Certamente, Duds bebeu do hidromel fermentado pelos grandes Deuses do Metal e foi abençoado com um talento nato para fazer música pesada. No entanto, ele deve muito ao trabalho de Sid na bateria, que faz um barulho que corrói seu ouvido. Bumbos acelerados, pratos estralando e a caixa surrando sua orelha: isso é o Sid. O cara é um monstro, que assim como todos das banda, no palco é destruidor, mas fora dele, persona da melhor categoria.

Posso dizer que a banda é como vinho, pois a cada vez que eu a vejo ela está melhor que anteriormente. O som devastador da banda não perdoa nenhum pescoço, e tenho certeza que todos que curtiram pra valer a banda amanheceram no domingo com a nuca latejando. A banda já está num patamar em que suas músicas autorais são consideradas clássicos do underground catarinense, me permitindo citar “Serial Killer” e “Solidão a Dois” como duas músicas que são entoadas em alta voz pelo público. Quem ouve de fora pode jurar que é banda grande que tá tocando, e eu digo: é uma banda GIGANTE na verdade.
Em resumo, foi uma noite perfeita que vai me deixar saudade. Típico fest que você curte do começo ao fim com seus amigos, se diverte e vai levar pra sempre em sua história. Fests underground como esse se destacam muito pela amizade entre todos, havendo um ambiente único entre músicos e público, estando todos na mesma vibe. Isso engrandece de mais o evento e gera um clima que qualquer ponto positivo se torna grande destaque. Fico na torcida para uma nova edição em breve, pois é um evento que merece por todos os fatores que o tornaram ÉPICO. Deixo aqui meus parabéns a todos que fizeram isso acontecer!
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Festival de amigos para amigos, assim sendo, o resultado não poderia ser melhor. E como eu disse, eu sou suspeito de elogiar a Eletromotriz, contando que até camiseta deles eu estava vestindo |