E a cena tubaronense vai se tornando cada vez mais consistente. Revelando-se a principal casa da região, o Congas Music & Beer trouxe no dia 12 o 1º Xablau Rock Festival, que apresentou ao público uma boa mescla de músicas autorais e tributos à bandas icônicas que são sem dúvidas responsáveis pela criação da cultura do Rock ‘n Roll e Heavy Metal dentro da maioria dos que estiveram presentes.





Apesar do bom cast para a noite, não me agradou a ordem em que as bandas foram apresentadas. Não haviam dúvidas de que era natural ter Red Wine ou Alkanza como headliners do festival, deixando para elas a responsabilidade de segurar o público até o final, já que estamos falando de dois nomes que já atraem público por conta própria. Achei que foi um pequeno “tiro no pé” inverter a ordem das coisas e deixar a Red Wine abrir o evento, seguida pela Alkanza. As duas bandas contaram com maior presença do público, que deu uma reduzida para as apresentações consequentes.


De toda forma, o que nos interessa é a música e a festa, coisa que essas duas bandas de Laguna sabem fazer de melhor. Red Wine é sempre uma banda que conquista os presentes com seu set vistoso, que vai desde os clássicos do Rock até hinos tradicionais do Metal. Mesmo que você vá a dez, vinte ou cem shows da banda, nunca será possível não aproveita-lo em cada momento, seja apreciando a habilidade de cada músico ou curtindo o belo repertório da banda, tocando inclusive covers de Rival Sons. (Vinicius Albini-Saints)


Apesar de estarem mais ligados à Tubarão hoje em dia, a Alkanza tem suas raízes em Laguna, e é de lá que veio boa parte dos seus seguidores, que juntos aos demais fãs da banda, invadiram o Xablau pra dar início ao caótico show de Thrash Metal que já é de tradição da banda. A banda se apresenta como um trem desenfreado, acelerando desde o primeiro minuto em palco até o último. Se você não gosta de rodas e cabelos sendo chicoteados, recomendo que não fique próximo ao palco durante o show desses caras, pois tudo à frente da banda executando suas músicas se torna um campo de guerra onde ocorrem incessantes mosh pits em todas as músicas. Acho que isso define o quão energético é o show da Alkanza. (Vinicius Albini-Saints)


Subindo ao palco a banda que tem como integrante, Pedro Victor, organizador e cabeça do festival. A Tríade fez um show morno, deixando as melhores músicas para o final. A demora do encaixe de uma música na outra também fez com que o show fosse esfriando, mesmo assim, os músicos se divertiam no palco, afinavam os instrumentos com descontração e tocavam suas músicas de forma impecável. Seu disco foi recém lançado, mesmo sendo um quarteto atualmente, a banda gravou como um trio. O disco é um fruto de um trabalho árduo exercido pelo grupo e merece aplausos. Fica o adendo para reverem a sequência do setlist, o encaixe das músicas e a afinação barulhenta, de resto, foi uma boa apresentação. (Maykon Kjellin)


Uma apresentação que realmente me surpreendeu foi da banda Bombtrack, que, graças a um imprevisto de “última hora” foi com a proposta de prestar um tributo à Rage Against the Machine. Isso se deve por causa da saída do vocalista da banda, que se seu no decorrer da semana do evento. Para fazer a apresentação seguir de pé, o vocalista da banda Artigo 288 assumiu a frente da banda e incorporou o repertório de RATM com a Bombtrack. Confesso que não sou grande fã da banda de Tom Morello & cia, mas logo de cara o show dos caras me surpreendeu. Execução realmente impressionante por parte dos músicos, fora a energia contagiante do vocalista, tornaram um show que eu não esperava muito em um dos que mais me chamaram atenção na noite. Aos fãs de RATM, tenho certeza que foi um dos destaques do festival. (Vinicius Albini-Saints)
A Vetor Unitário substituiu a Doctor Jimmy que não pode comparecer no evento e encerrou com gostinho de quero mais. A banda vem evoluindo muito e essa formação encaixou perfeitamente em sintonia, os caras se divertem e demonstram que gostam do que fazem, tocando novas músicas e fazendo releituras de bandas que influenciam o grupo a estar na ativa, destaque para o novo bandeirão, que deixou o palco “mais charmoso”, rs. O grupo vem honrando o nome do Hardcore da região e fazendo música de qualidade, a explosão de Michel Spadel no palco é emocionante, o vocalista é a humildade em pessoa, canta com o coração e é um cara muito inteligente. Vida longa a Vetor! (Maykon Kjellin)

Apesar das criticas que consideramos de certa forma construtivas, gostaríamos de ver o Xablau tomando forma e vindo a ter próximas edições. Acreditamos que o evento tenha sido prejudicado por uma casa concorrente ter feito um festival Open Bar com bandas apenas covers e isso prejudica quem faz eventos com música autoral, o público ainda é muito rotulado e não tem a mente aberta ao autoral, mas mesmo com as dificuldades os organizadores bateram no peito e deram a cara a tapa pelo festival, o Congas está de parabéns por iniciar parcerias com pessoas destinadas a fazerem eventos autorais, essa iniciativa não pode morrer!

Onde há espaço para escrever, tenha certeza que irei deixar minhas palavras. Foi assim que me tornei letrista, escritor e roteirista, ainda transformando minha paixão por música em uma atividade para a vida. Nos palcos, sou baixista da Dark New Farm, e fora deles, redator graduado em Publicidade e Propaganda para o que surgir pela frente.