E é com muita tristeza – e sensação de dever cumprido – que encerramos hoje nossa Cobertura Especial do 11º Otacílio Rock Festival. Um festival que com certeza já entrou para o calendário dos headbangers do sul do Brasil e que já deixou aquele gostinho de “quero mais” para o próximo ano.
As bandas que marcaram presença nesta edição agradaram e muito o público que se fez presente no evento. Os inúmeros moshs e circle pits atestaram isso. Mais uma vez, restou comprovado que no Brasil, existem bandas de excelente qualidade e que, sim, é possível organizar grandes festivais sem bandas estrangeiras.
Cast do Festival:
-SÁBADO:
Legado Frontal (Metalcore): A banda otaciliense abriu os trabalhos do evento com seu Metalcore já conhecido do público do festival. Entre músicas autorais e alguns covers, a banda mostrou que não perdeu o entrosamento após o hiato pelo qual passaram, hiato este que o vocalista da banda, Léo Coelho, comentou em entrevista ao SubSolo.
Sagrav (Thrash/Death Metal): A segunda banda à subir no palco do OTA é originária da cidade de Chapecó/SC. Em seu setlist, tocaram músicas do primeiro EP – The Lynching – e algumas músicas novas que estarão no próximo trabalho da banda. Apesar da Sagrav se declarar uma banda “sem estilo definido”, a influência do Sepultura da fase “Chaos AD” é algo que soa claramente, nota-se também uma leve influência de Black Metal. Vale destacar o cover de Six Feet Under que os caras fizeram. Mandaram muito bem!
Vermouth (Rock and Roll): A banda lageana animou o festival com seu rock clássico e divertido. Os caras mandaram vários covers, dentre eles: Guns N’ Roses, Mötley Crüe, Whitesnake, Deep Purple e Rush. Ao final do show, a banda estava trocando uma ideia com o pessoal e distribuindo seu material para o público.
Axecuter (Heavy Metal): O power trio de Curitiba/PR mandou um Heavy Metal direto e sem frescuras. Vale o destaque para a presença do próprio “The Axecuter” no palco. Para os caras, “no God, no Devil, Worship Metal!” Em resumo: um baita show, com moshs rápidos ao som da bateria e dos riffs violentos.
Losna (Thrash Metal): A banda gaúcha formada por duas mulheres e um homem mostrou à que veio e não mandou recado ao tocar seu Thrash Metal agressivo. Prova disso foi o cover de “Thrash Till Death” do Destruction, que levou os bangers à loucura. Nós, mulheres, estamos muito bem representadas pelas meninas do Losna. Torcemos para que a representatividade feminina nas bandas continue a crescer em todos os festivais, não só pelo estado de Santa Catarina, mas no Brasil, como um todo.
Older Jack (Heavy Metal): Com seu metal tradicional, a banda de Pomerode/SC cativou o público intercalando às suas letras alegres em alemão com os riffs diretos e agressivos. Vale o destaque para o cover de “Balls To The Wall” do Accept, que levou todos os headbangers que prestigiavam o show da banda ao delírio.
Orquídea Negra (Heavy Metal): Você não gosta de Orquídea Negra até ver o primeiro show dos caras! Eles simplesmente DESTROEM em cima do palco. Em frente ao palco, os bangers pulavam e cantavam aos berros junto com o vocalista da banda, André “Boca”. Além dos grandes clássicos tocados, os caras mandaram músicas novas do seu mais recente álbum, “Blood of the Gods”. Minutos antes do show, o guitarrista da banda, Vinicius Porto, trocou uma ideia com a gente em forma de entrevista, dá uma conferida aqui!
Rhestus (Thrash Metal): Nada do que eu fale aqui vai conseguir definir o que foi o show da banda no sábado! Destruição foi a palavra de ordem. A banda catarinense fez o que sabe fazer de melhor: comandar moshs agressivos e devastadores sem diminuir a pegada durante toda a apresentação. Os caras mandam muito! Com eles, é Thrash Metal rápido e violento.
Violator (Thrash Metal): O show da headline da noite foi tão louco, mas tão louco, que ganhou resenha própria bem aqui, saca só!
Veneral Sickness (Death Metal): Espalhando a doença para todo o Parque Cambará, a banda mineira mandou ver no seu Death Metal brutal e avassalador. A técnica musical dos caras é algo que merece ressalte por parte desta redatora. Mesmo cansado, o público do festival prestigiou a apresentação da banda em peso, do início ao fim.
Imperious Malevolence (Death Metal): Dando sequência ao som Death Metal, a penúltima banda da noite de sábado foram os paranaense da Imperious Malevolence. Uma das bandas mais aguardadas pelo público do festival, a banda tocou seu setlist composto por dez músicas que incitaram a quebradeira do início ao fim.
Somberland (Black Metal): Encerrando a noite de sábado com sombras e trevas, a banda de Criciúma/SC fez seu Black Metal atroz e obscuro da melhor forma possível. Sem dúvidas, o metal catarinense está muito bem representado por essa banda de Black Metal que mostrou que veio para ficar.
-DOMINGO:
Jhonny Bus (Hard Rock/ Heavy Metal): E para animar o café da manhã dos headbangers, a primeira banda do segundo dia de festival tocou seu bom e velho Hard Rock. Os lageanos da Johnny Bus mandaram covers de grandes nomes do cenário mundial como Scorpions, Metallica, Deep Purple e um ótimo e muito elogiado cover de “Carry On Wayward Son” do Kansas.
Homem Lixo (HC/Thrash): Em uma simples definição, eu diria que Homem Lixo é um Crossover veloz com algumas pegadas “zoeiras”. O vocalista da banda é muito carismático e o guitarrista tem uma baita presença de palco! O ponto a se ressaltar da banda é o vocal vestido com um saco de lixo, fazendo jus ao nome da banda.
Atho (Hard Rock/ Heavy Metal): A proposta da banda otaciliense é fazer um metal melódico com teclados. As músicas da banda variavam do Hard Rock pro Power Metal com uma maestria que poucos conseguem executar. Como saideira, a banda mandou um cover de Orquídea Negra que fez o público cantar e pular junto.
Maquinários (Rock/ Metal): Apesar de uma pequena falha na guitarra, a banda mostrou que sua essência é de puro Heavy Metal. A música que merece destaque foi a “Intacto”, que compõe o álbum de estreia da banda. A pegada “Groove Metal” no instrumental e nos vocais foi algo digno de aplausos, dando ênfase sempre ao Rock e Metal.
Baranga (Rock and Roll): A banda levou o público a bater cabeça com um Rock and Roll insano. O vocalista da banda, Xande, sempre muito comunicativo com o público e agradecendo aos catarinenses pela simpatia e oportunidade. No show, rolaram alguns dos maiores clássicos da banda, como “Três Oitão” e “Chute na Cara”. Após a apresentação, a banda trocou uma ideia conosco, BEM AQUI!
Ancesttral (Thrash Metal): A banda de São Paulo foi a penúltima a subir no palco do Otacílio Rock Festival. Os caras fizeram um grande show no domingo, com ótimas músicas e duetos no vocal. Executando músicas do Web Of Lies, a banda tocou seu Thrash Metal com maestria, destreza e velocidade.
Attomica (Thrash Metal): E para encerrar com chave de ouro a 11º edição do OTA, a lenda do Thrash Metal nacional dispensa comentários no quesito importância. Attomica iniciou seu show com músicas do álbum “IV”, de 2012. Com seus riffs de guitarra destruidores e precisos, a banda de São Paulo fez o público fazer os últimos mosh pits do festival. Além das faixas que já são clássicos da banda, os caras também tocaram uma música nova: “The Last Samurai”. Outro ponto que se faz necessário o ressalte, é o fato da banda ser completamente disponível ao fãs. Sem sombra de dúvidas, o melhor show de domingo! A única reclamação do público com relação ao show, foi a banda ter sido a última do evento. Como apreciadores do festival e fãs da banda, esperamos ver o Attomica em outras edições do Otacílio Rock Festival.
A estrutura deste ano superou as das edições anteriores, o palco no estilo “Open Air” já era um pedido antigo dos frequentadores do evento que, dessa vez, foi realizado com habilidade.
Com relação à qualidade do som, necessário se faz destacar os elogios tecidos por parte do público: O som estava impecável! Servindo como referência para outros festivais do estado.
Além disso, as duas baterias instaladas no palco foram o meio de campo para que o cronograma do festival fosse cumprido de forma rigorosa e precisa.
A área de camping também estava excelente; com banheiros físicos e químicos instalados nas mediações do parque, torneiras, tomadas e postes de luz funcionando perfeitamente.
Ademais, nesta edição do festival, tivemos a opção de comida vegetariana, algo que não se via nas edições anteriores.
No domingo, rolou aquela boa e velha promoção “cerva: 3 por 10”, fazendo a alegria e garantindo o porre dominical do pessoal.
Nos “stands de merchan”, além da loja fixa “Mundo do Rock”, as bandas tiveram amplo espaço para divulgação e venda de seus materiais de trabalho.
Estima-se que mais de 600 headbangers de estados como Paraíba, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul transitaram pelo Parque Cambará no decorrer do evento.
Nós, d’O SubSolo, parabenizamos a equipe organizadora do Otacílio Rock Festival – em especial a Nani Poluceno, Elienai Souza, Denilson Padilha e Cleberson Oliveira – pela organização impecável do evento e, aproveitamos também, para agradecer às bandas Legado Frontal, Orquídea Negra, Baranga e Violator, que disponibilizaram de seu precioso tempo para nos atender. Desejamos vida longa ao evento, muito sucesso e que, claro, possamos nos fazer novamente presentes na próxima edição!
Fotografia: Cena Livre