Festivais são sempre maratonas, então depois de acompanhar o último show do sábado, e dormir por algumas horas, já estávamos à postos para o segundo dia de cobertura do evento.
Entretanto, antes das bandas se apresentarem, foi possível acompanhar a reunião da UP Rock, uma associação formada pelos produtores de eventos do estado que tem dentre os objetivos, o fortalecimento da cena de eventos no nosso estado, transformando Santa Catarina no estado do Rock / Metal.
Com um pouco de atraso, sobe aos palcos a banda Atho, e é difícil apontar um motivo pelo qual essa banda não ter um destaque maior, afinal, não faltam qualidades na suas músicas autorais como “Inconsequent Life”, “Anger” e “Greed”. Único adendo, fica na postura por parte do vocal, que abusa da teatralidade.
A Captain Cornelius executa um som que passeia por várias influências, e não importa onde toquem, o ambiente vai virar uma festa, regada a dança e bebida. O repertório é composto por covers de músicas europeias e outras etnias, tendo o seu lado mais folk explorado, como Matanza em “Rio de Whisky” além de “Ievan Polkka” e “The Drunk Scotsman”.
A Bad Bebop, até então, era uma desconhecida para mim. Porém, pós show, me tornei fã do trabalho do trio, isso porque eles passeiam pelas mais variadas vertentes do metal pesado, indo de Pantera, a Black Label Society e Metallica porém, sem perder a sua originalidade em cada música, destaques para “Gone Wrong” e “River”.
A Válvera já foi chamada de Soft Metal e com certeza isso deixou eles bem indignados, e fez com que no seu segundo trabalho a banda abandonasse o português e colocasse os dois pés no acelerador, e se fizeram isso em estúdio, ao vivo a banda impressiona. “Demons Of War”, “The Skies are Falling” e a título do álbum “Back To Hell” são simplesmente novos hinos do Heavy Thrash nacional.
Vinte anos de estrada e dedicação ao Thrash Metal visceral, a Jailor não precisa de muitas apresentações, hecatombe é a melhor definição para explicar o que eles fazem no palco, sendo impossível não se impressionar, desde a abertura “Jesus Crisis” cria-se o vislumbre do caos e tome riffs certeiros, muita velocidade e uma presença de palco como tem que ser, que é conquistada com anos na estrada, destaque para sons como “Human Unbeing” e “Throne of Devil”.
Estamos chegando na última apresentação e impossível não se emocionar, ao saber que estará nos palcos uma das pioneiras da cena metal brasileira. A Taurus vem promovendo um show especial, de comemoração aos seus trinta anos de carreira, e claro que cada música foi cantada em pleno pulmões pelos Headbangers, principalmente as que fazem parte do “Signo de Taurus”, um ícone do metal nacional, “Mundo em Alerta”, “Falsos Comandos” e “Damien”. Impressionante perceber que as letras estão muito atuais, demonstrando o quanto não evoluímos nessas últimas décadas e realmente a cada dia o mundo está em alerta.
Final de festival, hora de pegar a estrada, seriam mais cinco horas de viagem, mas com aquela sensação de dever cumprido, e a alma lavada em perceber que o metal vive e corre na veia de todos os headbangers que estavam ali presentes.
Longa vida ao OTA, e sem dúvida estaremos presentes na edição do ano que vem.