Como falamos na chamada do evento, essa é uma renovação que necessitamos no cenário. O organizador Gustavo Mendes, tem apenas 21 anos e faz evento como gente grande. Quando falo de “gente grande” quero dizer que a produção desse cara é cuidadosamente apurado cada detalhe e o evento fica cada vez melhor.
Com toda certeza o ‘Bisho Extreme Fest’ é um evento que chegou para ficar e começa a ser abraçado pelo publico. Mas sinceramente, as vezes fico pensando se realmente merecemos a tal estrutura que foi nos oferecida. “Mas pagamos ingresso, claro que merecemos!“. Tudo bem, é até plausível a justificativa, mas não convence. Acreditava que o evento merecia um público maior, porém, sabemos que sempre os verdadeiros aparecem, aos falsos, continuem com suas críticas de sofá.
A primeira banda a subir no palco foi a Distressed, uma banda já bem conhecida da galera, mas que cada vez que sobe aos palcos impressiona novamente. Fui pego se surpresa ao saber que a banda se dedica as gravações de um álbum e o show dos caras realmente é muito insano. Mistura muita técnica, riffs e acordes crus e ao mesmo tempo sincronizados. Vocal agressivo e cozinha muito coesa, um som cortante de estourar os tímpanos.
Vinda de Bento Gonçalves/RS, a Lethal Sense fez uma apresentação como o esperado. Confesso que fiquei perplexo ao saber que uma banda com vinte anos de estrada, ainda toca muitos covers, acredito que a banda tem culhão para começar a apresentar um repertório só com suas músicas, afinal, era isso que esperava para essa apresentação. Fora isso, não posso julgar toda a apresentação por conter ainda covers, afinal, os caras fizeram um show bem energético e muitos moshs foram criados ao longo da apresentação. Mas para a minha felicidade, as músicas mais bem respondidas foram as autorais e isso os caras sabem fazer com elegância.
Viletale, típica banda que a gente vai assistir por causa de termos adquirido o disco e simpatizamos com o som e quando vemos a banda pessoalmente, é um pouco diferente das gravações. A banda de Blumenau mostrou com motivos de sobre, o fato de serem uma das maiores revelações do Metal catarinense dos últimos anos. A apresentação que os caras fizeram foi incessante, arrepiante e ficou aquele gostinho de quero mais. Antes de subirem ao palco, receberam mídias e público com muito carisma e humildade. Entraram numa sala para se arrumarem e colocaram lentes totalmente brancas, coletes com a logo da banda e mudaram totalmente de roupas. No fim, mostraram que não foi só teatro e sim, os caras sabem o que fazem. Destaco o baixista Filipe Oliveira, o cara tem apenas 19 anos e é um monstro nas cordas graves.
Para encerrar as bandas, a headliner do evento, o Impiedoso, mas antes disso, todos la para fora, hora de queimar um crucifixo invertido. E foi assim que a organização do evento botou quase literalmente fogo no publico. Black Metal raiz e sem frescura, bateria parece um vulcão em erupção com bons graves do baixo. O vocal tem muita força na voz, mas no começo por estar muito alto foi complicado de entender, mas quando a sonorização conseguiu (diga-se de passagem, sonorização era muito profissional) a banda começou a se encontrar e a cada música era um pataço na orelha e isso fez o público chegar cada vez mais perto do palco e assim, todos juntos fechando o evento com chave de ouro.
Quero destacar o pessoal de bandas que não estavam tocando, mas estavam presentes. Tivemos presença de AlkanzA, Figure #5, P115, Texas Funeral, DeadNation, Attitude HC, Somberland, They Come Crawling, Orkane, Dark New Farm, Obscurity Vision, Chicospell e fora bandas, o pessoal da Agosto Negro Produções e Inferno Metal Fest também estavam presentes. E isso só fortalece o cenário!
Parabenizamos o Gustavo Mendes e sua digníssima Julia Kukert, por mais um evento realizado com maestria, excelente divulgação e acima de tudo, todo o carisma e humildade que sempre tiveram. A estrutura do “Nestor Iluminações” pela sonorização, estrutura de palco e luzes, pois o trabalho estava impecável. Ao pessoal do Congas que sempre abrem as portas.
Todas as fotos cedidas por Fabricio Wronski.